Experimentando e provocando

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Um sábado de manhã parecia um dia perfeito para arrumar a sala recém-alugada para um escritório de arquitetura, pelo menos assim pensava Débora, que tirou o dia para ela e Lorena organizarem os móveis e computadores que chegaram. Na entrada um pequeno hall com alguns armários embutidos, ligado diretamente a sala principal onde as mesas ficaram dispostas junto as paredes laterais. Ao fundo, a fachada envidraçada coberta perla persiana. Uma das paredes possuí duas portas, uma para o banheiro e uma passagem para a copa. Do outro lado, uma porta para uma sala de reuniões.

Débora trazia consigo livros, porta-retratos e outros objetos pessoais que decoravam a mesa que escolhera e as prateleiras que ficavam por perto. Da mesma maneira, Lorena trouxe seus objetos decorativos, mas em maior número. A quantidade de livros era tamanha que precisou da ajuda de seu marido, Marcelo, para carregar as caixas.

— A Daniela não vem arrumar a mesa dela?

— Ela vem depois. Mandei ela ir com a Luana fazer levantamento.

— A Daniela não pareceu gostar muito dela.

— Sim, por isso mandei elas juntas. Elas vão se entender enquanto trabalham.

Débora estava a vontade, usava um short jeans e uma blusa cinza amarrando os cabelos loiros com óculos escuros sobre a cabeça. Lorena usava um vestido rodado, decotado exibindo as sardas em seu colo enquanto Marcelo estava de bermuda e camisa. Débora era a mais animada, falando o tempo todo sobre a realização do sonho de ter o próprio escritório enquanto espalhava objetos decorativos. Abriu o seu maior sorriso ao tirar da caixa uma máquina de café expresso e a levou para a copa. Lorena percebeu os olhares nada discretos de seu marido as formas de sua sócia para depois olhar-lhe com uma expressão de aprovação. A esposa bem que esboçou indignação, mas não conseguiu segurar o riso. Débora ia e voltava da copa levando canecas e utensílios, e Marcelo olhava suas curvas enquanto trocava olhares com Lorena. Não demorou até os dois olharem com desejo para a bunda de Débora sem que ela, percebesse.

Com as mesas e a copa arrumadas restou aos três cuidarem de alguns armários embutidos que acumulavam alguma poeira. No armário havia uma caixa de papelão que despertou a curiosidade dos três. Débora tirou a caixa e a deixou em cima de uma mesa para tirar a poeira antes de abrir. Lorena e Marcelo se aproximaram para observar a caixa ser aberta exibindo, a princípio, um amontoado de papel picado. O casal estava intrigado, mas Débora exibia um sorriso irônico sabendo haver algo naquele bolo e imaginando o que seria. Sua mão mergulhou na caixa e tirou de lá uma embalagem com uma algema. Envolvida em pelúcia. Débora ria enquanto Marcelo e Lorena olhavam incrédulos, sem entender o que viam.

— A corretora me disse que essa sala era uma sex shop antes. Os donos deixaram algumas coisas para nós.

Sob os risos do casal, Débora enfia a mão mais uma vez, retirando outra embalagem, com uma réplica de um pênis.

— É grande esse! — Exclamou Débora, enquanto olhava impressionada.

— Grande mesmo... — Concordou Lorena.

— Não fala assim porque você já viu maiores. — discordou Marcelo.

Débora olha para Lorena com expressão de espanto, deixando sua amiga com o rosto corado, desafogando seu constrangimento ao dar um tapa no ombro do marido. Débora olha para ele em seguida, sem deixar de olha-lo abaixo da cintura em um brevíssimo momento de curiosidade. Ela mergulhou a mão mais uma vez e de lá tirou outra embalagem.

— Gente o que é isso? — Perguntou Débora.

— É um plug anal. — Respondeu Lorena.

— Anal? Tipo... você põe isso no... — diz Débora sem conseguir completar a frase.

Contos do Bairro Velho - 02Onde histórias criam vida. Descubra agora