POISON

14 - Athena!

Luke

Trevor fora capaz de dar com a localização de Hale, graças às câmaras de segurança da estrada. Também não fora muito difícil seguir os rastros do carro que Hale utilizara para bater no meu, já que este se encontrava com uma fuga de água e ajudou a levar-nos até ele. 

O edifício tem aspeto de ser novo, porém, abandonado. Talvez alguma empresa que tenha falido recentemente, algo que não me surpreendia. 

Preparados para entrar a matar, eu e os restantes rapazes fazemos a nossa entrada brusca no edifício, em busca de sinais de vida no interior do mesmo. Não era grande, pelo que não teríamos que procurar muito. Ela tinha de estar aqui.

- Athena! - Andrew grita, à espera de uma resposta por parte da irmã, mas sem grande sucesso. Ele já pontapeava tudo no seu caminho, em desespero, por não saber da loira. 

Cada um de nós entra em divisões diferentes, para não perdermos mais tempo. Não sabíamos como íamos encontrar Athena, se ela sequer está viva ou a precisar de cuidados médicos. Não sabemos de nada.

- Athena! Athena! - A voz de Neil faz-se ouvir numa das divisões, o que me faz largar tudo o que estava a procurar e começar a correr em direção da voz dele. - Athena, vá lá! - O rapaz diz novamente e, no momento em que entro, o meu coração cai. 

Neil tinha Athena inconsciente nos braços. A sua silhueta feminina estava em bastante mau estado, com algum sangue e imensos ferimentos. 

- Ela não está a respirar, Luke... - A voz de Neil quebra-se e eu aproximo-me, para a ver melhor. Morta ela não estava, o seu batimento cardíaco era muito fraco. 

Pego nela ao colo, com o máximo de cuidado, não sabendo ao certo como ela estava ou que ferimentos tinha, não querendo magoá-la mais ainda. 

Athena

As vozes no fundo fazem confusão na minha cabeça dorida. Já me sinto capaz de respirar novamente, o que significava que eu estava em segurança. 

Luke... Luke...

Tento chamar, mas o meu corpo não quer responder às minhas ordens. Teria de me esforçar muito mais para conseguir fazer o que queria. 

Forço-me a abrir os meus olhos, a mexer o meu corpo. Pestanejo vezes sem conta, de modo a ajustar a minha visão à luz do lugar. As vozes ainda estão distantes, pelo que noto que me encontro sozinha numa divisão. O quarto de Luke, parecia-me.

- Luke... Andrew... - A minha voz sai num sussurro e sei que isso não vai fazer com que alguém me oiça. 

Mexo-me, sentindo o meu corpo dorido. Consigo sentar-me, colocando depois as minhas pernas para fora da grande cama. Estas estão totalmente negras e com alguns cortes e recordo-me do acidente. Os meus braços estão no mesmo estado, sendo que o meu pulso direito está enfaixado. Levo as minhas mãos ao meu rosto, percebendo que levara pontos na zona da testa, o que não me surpreendia. Eu estava um caco.

Obrigo-me a levantar, apesar de estar magoada, para me dirigir à porta. Abro a mesma, fechando os meus olhos novamente devido à luz forte que provém do exterior e, assim que me habituo, prossigo o meu caminho para fora do quarto. As vozes já não estão tão distantes quanto antes, sendo que, quando chego ao que sei que é a cozinha, um silêncio paira sobre todos nós. 

- Athena! - Andrew exclama, dirigindo-se rapidamente a mim, para me abraçar. Queixo-me, por sentir os seus braços apertarem o meu tórax ferido, mas abraço-o de volta. - Oh, céus, achei que te tínhamos perdido...

- Não te livras de mim assim tão cedo, irmãozinho. - Brinco, soltando uma gargalhada baixa. 

Quando ele se afasta, Luke está diante de nós, a olhar para mim. O seu rosto estava vermelho, os seus olhos inchados e essa visão quebra o meu coração. Ele tinha estado a chorar? Abro os meus braços, como se pedisse pelo conforto dele e ele vem, abraçando-me também, mas com mais cuidado.

- Não voltes a pregar-me um susto destes. - Ele sussurra, com o seu rosto enterrado no meu pescoço. - Achei que nunca mais ia ver essa tua cara linda. - Luke comenta, olhando para mim com um sorriso no rosto. Ele está cansado, é visível. 

- Não voltes a esconder-me nada. - Murmuro, como se fosse uma ordem. - Eu não sou uma boneca, não sou uma donzela indefesa que tu tens de proteger a toda a hora. Sou crescidinha e sei bem defender-me.