09 - I can't trace her

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Luke

Athena passa o seu pequeno corpo para cima do meu e eu ajeito o lençol sobre nós. A mesma pousa o meu telemóvel sobre a mesa de cabeceira que se encontra ao lado da cama e foca os seus olhos em mim.

- O teu irmão é mesmo um empata-fodas. – Murmuro rindo, enquanto pousava as minhas mãos sobre as suas costas.

- É, eu sei. – Diz ela, soltando uma gargalhada alta.

O seu sorriso conseguia fazer-me esquecer de tudo o que aconteceu, tudo o que nos tornámos ao longo deste tempo. Tudo o que me tornei. Ela fazia-me sentir o melhor do mundo com apenas um olhar, um sorriso, um toque. Sinto que, se por qualquer motivo eu a perdesse, eu acabaria por perder a cabeça e fazer muito mais estragos do que faço habitualmente. Pensar que a sua frágil figura poderia desaparecer de um momento para o outro, destruía-me.

- Luke? – A sua doce voz chama por mim e apercebo-me de que fechara os olhos enquanto pensava. Abro os olhos e encaro-a. Ela não está mais sobre mim, está com a minha camisola vestida e com os seus cabelos loiros apanhados num rabo-de-cavalo, no topo da sua cabeça. – Está tudo bem? – Ela pergunta, aproximando-se novamente da cama, sentando-se então a meu lado.

- Sim, babe. – Esboço um pequeno sorriso. – Estava distraído. O que estavas a dizer? – Pergunto, acariciando a sua coxa.

- Estava a dizer-te que vou ligar para o Andrew e saber o que ele quer. – Ela diz, pegando no seu telemóvel. – Já sei que o Hale não está pela zona. – Informa-me, digitando o número de Andrew.

- Como assim? – Sento-me na cama, tapando as minhas partes íntimas com o fino lençol da cama, que nos tapava há minutos atrás.

- As notícias passam depressa. Todos andam de olhos postos no Hale, à espera que ele ponha a pata na poça. – Murmura ela, levantando-se novamente e coloca o telemóvel no ouvido. Ergo a sobrancelha, como se lhe dissesse que também queria ouvir a conversa e ela revira-me os olhos, soltando uma gargalhada.

Afasta o telemóvel do ouvido e coloca em altifalante. Saio da cama, deixando o lençol para trás e pego nos meus boxers, vestindo os mesmos com calma. O telemóvel apita, dando a entender que Andrew havia atendido a chamada.

- Já terminaram? – É a primeira coisa que ele diz e Athena revira os olhos.

- Se preferires, eu posso ir aí bater-te, querido irmão. – Ela resmunga e isso faz-nos rir.

- Pronto, pronto. Estava só a brincar. – Ele ri-se e ela suspira. – Do que precisam, crianças?

- Criança uma merda. – Rosno.

- Luke. – Ela resmunga comigo. – O Hale?

- Hm. – Ele hesita e ela nota rapidamente que algo se passa, porém, Andrew adianta-se. – Ele anda a arranjar formas de te encontrar, Athena. – Ele diz, num suspiro. A situação não agrada a ambos. – Achávamos que ele ia à empresa da Malya buscar os seus contactos, mas enganámo-nos. Ele apenas usou isso como distração e seguiu para Cardiff novamente. – Informa-nos.

- Até para me encontrar fica com o rabinho entre as pernas. – Ela murmura.

- Pior que isso, Athena. – É a voz do amigo do irmão dela, Trevor, penso. – O Derek foi buscar alta tecnologia para te encontrar. Eu consegui encontrar um rastro dele e ele não parou. Já pediu uma equipa.

- Ele não vai mesmo deixar-te em paz, pois não? – Solto uma gargalhada rouca.

- Parece que não. – Encolhe os ombros.

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