11 - This is all my fault

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Athena

Andrew aproxima-se de mim, tentando afastar-me do corpo desmaiado de Luke, que se encontrava nos meus braços. As lágrimas corriam-me pelo rosto, algo que eu não podia impedir, não me preocupando sequer com o que acontecia em meu redor. 

- Athena, tens de me deixar levá-lo. - Ele diz-me, com um tom de voz calmo, porém, sinto o nervosismo na sua voz. 

Com as minhas mãos trémulas, afasto-me dele. Os meus olhos analisam as minhas mãos, notando o sangue quente nas mesmas, fazendo-me querer lavar aquilo o mais rápido possível. A culpa é toda minha. 
Andrew abraça o meu corpo, enquanto os amigos de Luke pegam nele, levando-o rapidamente para o exterior. Não tenho reação. Olho à minha volta, para poder perceber o que se passara depois de eu agarrar o meu namorado nas minhas mãos, desmaiado. 

Existiam vários corpos caídos no chão, pelo que percebo que eu não fora a culpada daquilo, mas sim o meu irmão e os seus companheiros, notando que muitos eram os seguranças de Hale. Podia ser ele também. Podia ser eu. 

Porque raios é que o Luke se pôs à minha frente? 

Sinto o abraço de Andrew ficar mais firme, o que me faz voltar à realidade e perceber o estado deplorável em que me encontro, enquanto me desfaço em lágrimas. Fecho os olhos, abraçando-me então ao meu irmão, não me importando se o sujava de sangue ou não. O meu corpo trémulo faz com que Andy me agarre firmemente para que eu não caia de joelhos no chão, enquanto sussurra palavras de conforto, algo que não era totalmente a praia dele. De todo. 

- É tudo culpa minha, Andrew. - Sussurro, entre vários soluços, não conseguindo levantar a minha voz o suficiente para conversar. - Se eu não tivesse hesitado, eu... O Luke não estava a morrer... Isto não tinha acontecido. - Murmuro, não me importando com a minha voz trémula e quebrada. Nada mais me importava do que o Luke. 

- Ei, não te culpes. - Ele diz-me, num tom de voz mais baixo. - Se há alguém que tem culpa nisto tudo é o Hale, Athena. Ele é o culpado de tudo isto. - Ele explica, erguendo a minha cabeça para eu o poder encarar. - O Luke vai ficar bem, por favor, ele já passou por pior e tu sabes disso. - Ele diz, com um sorriso fraco no seu rosto e sinto-me querer quebrar. 

(...)

A mão de Luke mexe-se suavemente, quase como um reflexo que o corpo tem e isso faz com que os meus olhos se foquem nele, sentindo-o apertar a minha mão levemente e abrir os seus olhos cinzentos. As minhas lágrimas voltam, com um sorriso, ao perceber que ele estava a acordar. 

- Luke! - Murmuro animada, apertando a sua mão levemente, levantando-me. Sento-me à sua beira, não querendo incomodá-lo e vejo-o abrir um sorriso de canto, porém fraco. - Eu não acredito, eu achei... - Murmuro.

- Que eu tinha morrido? - Ele pergunta, num tom de voz rouco. - Boneca, não te vês livre de mim assim tão cedo. - Ele dá uma gargalhada, porém, logo geme em dor. Pouso a minha mão livre no seu peito desnudo, como se lhe dissesse para ter calma. 

- Tens de ter cuidado, a bala estilhaçou, mas foi removida com sucesso. - Explico-lhe, afastando a minha mão da sua pele quente. Baixo o olhar, soltando um suspiro. - Desculpa, Luke. A culpa é toda minha... - Murmuro, largando a sua mão para poder abraçar o meu corpo por completo. Salto da sua cama, dirigindo-me à janela do quarto onde ele estava. 

- Athena, a culpa não é tua. - Ele murmura e consigo ouvi-lo movimentar-se, provavelmente para se sentar. - Eu estou aqui por causa da amiga do Hale, por causa dele. Não por tua causa. - Ele tenta explicar, porém, não me soa a realidade. Na minha cabeça, isso não era assim. 

- Não. - Murmuro, abanando a minha cabeça. - Eu quase te matei com isto. Eu não sei o que faria se tivesses realmente morrido. E olha que, por momentos, achei mesmo que te tinhas ido para sempre. Senti-me tão sozinha e vazia, eu não... Não aguento a ideia de te perder. - Deixo então as lágrimas surgirem, mais uma vez, deixando um vazio crescer em mim novamente. 

- Babygirl. - Ele chama e eu abano a minha cabeça. A sua voz era como a melodia de uma sereia, a tentar encantar-me. Rapidamente giro nos meus pés e vou até ele, deitando-me a seu lado com o máximo de cuidado, sentindo-o abraçar o meu corpo o melhor que pode, para não o magoar. - A culpa não é tua, okay? E eu prometo-te, Athena: mesmo que seja a última coisa que eu faça antes de morrer, mas eu vou apanhar o filho da mãe do Hale e vou deixar que ponhas um balázio na cabeça dele. - Ele diz com convicção na sua voz. 

- Eu quero sair daqui, Luke. - Sussurro.

- Hã?

- Eu quero sair daqui, por uns tempos. Desaparecer e quando voltar, volto em força. - Sussurro. - Eu preciso disso, eu não aguento mais. Sinto-me exausta de tentar lutar contra ele, só tenho provocado drama atrás drama e não aguento que um de vocês acabe magoado novamente por minha causa. - Explico. - Vamos desaparecer os dois, por um tempo. Por favor. - Peço-lhe, sentindo-o apertar-me contra ele levemente. 

- É como tu quiseres, boneca. - Ele responde-me, pelo que o sinto a deslizar na cama, para se voltar a deitar e estarmos os dois ao mesmo nível. Aninho-me, com cuidado, ao corpo dele, mantendo-me em silêncio. - Vamos desaparecer os dois por uns tempos, eu vou recuperar e depois podemos vir em força para ele. E vamos pôr um fim em tudo. Eu prometo. - Sussurra ele, depositando um beijo na minha testa, fazendo-me sentir a rapariga mais sortuda do mundo por ter alguém como ele na minha vida. Por muito complicada que seja.

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