tipsy

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- Pera, é um fantasma? - chifuyu ficou pálido ao abrir a porta, ficamos nos encarando por vários minutos. - Kei, você também é um? - tocou a pele do amigo e logo depois pegou no meu ombro.

- Parece que estou de volta. - Sorri e o garoto ainda não parecia acreditar, analisou mais um pouco e abriu um sorriso seguindo de um enorme abraço.

- Me desculpa por não ter te ajudado, me desculpe mesmo. - Praticamente se ajoelhou aos meus pés, ele realmente sente culpa, mesmo não tendo nenhuma.

Expliquei pra ele que nada do que aconteceu foi sua culpa, estava predestinado. Tudo ocorreu como devia e eu estar aqui não é nada mais que o destino ao meu favor.

- Quem sentiu sua falta foi esse cara, ele nem dormia direito, s/n. - chifuyu disse olhando pro amigo que lhe fitava aborrecido. - É, talvez ele tenha confundido as coisas só porque moram juntos.

- Acho que não confundiu. - sorri e keisuke pousou os braços meu ombro, o loiro na nossa frente ficou pasmado.

- Para tudo, isso está mesmo acontecendo? - correu até cozinha e pegou o celular que estava carregando. - Deixa eu tirar uma selfie, primeira namoradinha do baji! - Abriu a câmera e tirou uma foto rápida, aposto que saiu borrada.

- Vem aqui seu idiota! - baji correu atrás dele e lhe deu alguns murros fracos, ele queria apagar a foto mas não conseguiu. - Se você postar, eu te mato. Está avisado. - lançou um olhar tenebroso ao garoto.

Chifuyu se aquietou e colocou um filme na tv, disse que era pirateado pois ainda estava no cinema.

- Sou bandido em todos as categorias. - piscou para nós dois e jogou uma batatinha em minha direção. - nada de nojenteza na minha casa, essa doença pega. - o loiro sorriu ao dizer e voltou sua atenção ao que passava na televisão.

Nunca fui uma amiga muito próxima de chifuyu, mas com o lance da valhalla acho que nos aproximamos. Eu o considero um melhor amigo, para mim não é necessário conhecer a pessoa  longa data. Só basta ter aquela conexão.

- Filme ruim viu, nem pra piratear um que preste! - resmungou baji na metade do filme, não estava tão animado mas também não estava tão ruim assim.

É um filme padrão americano, há uma crítica maior que essa?

- Quem mandou vocês virem? Eu ia assistir sozinho! - retrucou chifuyu e eu só estava tentando manter minha concentração na tela.

- Cala a boca seus idiotas, eu quero escutar. - pedi educadamente, o volume do filme era meio baixo e tinha imagem de cinema, era realmente muito difícil prestar atenção em algo.

Por fim eles se calaram, era legal assistir um filme com eles e não com kisaki. Sempre que lembro de todos aqueles momentos, sinto vontade de tirar todas as partes do meu corpo em que ele tocou.

Queria voltar no tempo e matar ele quando o vi pela primeira vez, por que não tive a porra do sexto sentido que toda mulher tem?

Pensar nisso faz minha garganta coçar e quando isso acontece sinto vontade de enfiar algo lá dentro e puxar com toda a força. Me sinto culpada por tudo que me aconteceu e sei que não deveria pensar assim.

Eu sou a vítima.

Mas eu tenho culpa por tê-lo deixado atraído por mim, mesmo inconscientemente, eu sou culpada.

- Pensando em quê? - Baji perguntou tocando em minha mão, quando olhei pra tv já estava passando os créditos.

- Em nada específico. - olhei para ele e desviei o olhar. - Podemos ir pra casa agora? - sei que é errado o que está passando na minha cabeça nesse exato momento.

Se eu fizesse amor com baji, apagaria todas as outras vezes com kisaki?

Não. Não apagaria, mas mesmo assim eu quero muito isso. Baji é alguém que mudou minha vida em todos os sentidos, no dia em que ele me ajudou no beco foi um acontecimento destinado à acontecer. As vezes penso que tenho muita sorte, mas na verdade é só azar disfarçado.

- Já quer ir? - perguntou triste, obviamente ele queria passar mais tempo com o melhor amigo. - é que a vovó não tá lá. Você sabe, não vai ter nada pra fazer. - abaixou a cabeça meio triste, ainda temos que nos acostumar com esse lamentável fato.

- É s/n, eu também estou sozinho hoje... - chifuyu respondeu animado, se levantou indo até a cozinha e voltando com algumas bebidas. - essas eu venho guardando especialmente pra esse dia, eu tinha certeza que você voltaria. - me olhou com um sorriso e me entregou uma dose de bananinha.

Provavelmente vou ficar muito bêbada, não sou acostumada com essa bebida então vou me embriagar mais rápido ainda.

- Viva aos que aqui estão! - levantei a dose e brindei com os homens ao meu lado, ao virar senti o líquido meio doce descer rasgando pela minha garganta. - Nossa, isso é bom. - estendi o copo para que chifuyu colocasse mais.

- - - -

- Acho que já vamos, chi. - Ouvi baji dizer para o amigo, eu estava jogada no sofá completamente bêbada. - Olha o estado dela. - apontou para mim e os dois riram.

Com a ajuda de chifuyu ele me levou até a moto, mesmo estando bêbada notei que ele estava dirigindo muito devagar, talvez era medo que eu caísse e um caminhão passasse por cima.

Chegando em casa consegui descer sozinha, mas estava um pouco tonta.

- Baji on. -

- Vou tomar um banho, vem comigo? - ela disse como se fosse a coisa mais simples do mundo. Nunca fizemos isso.

- Não, vou tomar banho no banheiro do quarto da vovó. - respondi óbvio, tudo isso é muito novo.

Entrei e tranquei a porta, sem fazer muito alvoroço e s/n foi banhar. Quando terminei de tomar banho ela estava no sofá com a tv ligada, passava um programa qualquer da madrugada.

- Me beija. - assim que me sentei ela se jogou por cima de mim.

Lhe dei um selinho e logo me afastei.

- Você precisa tomar um remédio pra dor de cabeça, amanhã vai acordar só o pó. - Fui até a cozinha pegar uma nimesulida com um copo de água.

- Valeu. - a garota pegou e rapidamente ingeriu o medicamento, me sentei ao seu lado e continuei vendo tv. - Vamos fazer sexo? - me assustei quando do nada ela disse isso. - Sim?

Praticamente ficou se jogando pra cima de mim, começou a beijar meu pescoço e segurar minha blusa. Evitei ao máximo, eu não sou assim. Não posso fazer algo que ela nem vai se lembrar direito amanhã.

Tem que ser algo histórico, aliás, vai ser a primeira vez.

- Você tá chapada, vamos dormir. - me levantei e a mulher continuou deitada se lamentando. Ela estava muito fora de si e sua voz até tinha mudado.

A coloquei deitada na cama da vovó pois  esse será seu novo quarto. Antes dela chegar eu ajeitei tudo só esperando por ela, agora somos duas pessoas morando sozinhas. 

- Keisuke, eu não sou atraente? - perguntou assim que estava na cama, eu queria muito beijá-la e fazer tudo que está me pedindo, mas eu quero que ela esteja sóbria pra sentir tudo no momento.

- Não, seu novo apelido é fiona. - sorri deixando o quarto e fechando a porta.

Eu vou dormir, talvez ela nem vá se lembrar de tudo isso que aconteceu agora. E eu sei que posso esperar o tanto de tempo que for preciso para tê-la por completo em meus braços.

Estou certo de que ela é a garota que esperei por todo esse tempo, eu a encontrei no momento certo.

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Gente a fic tá muito perto de acabar, prometo um fim bem fofo. ♡

𝐀 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌, baji keisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora