Capítulo Quatro

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Segunda-feira, 27 de junho. Duas semanas e três dias após o ataque.

Hermione lutou contra o engarrafamento da manhã no corredor do Ministério, tentando chegar a seu escritório a tempo. Inexplicavelmente, ela não conseguia se livrar da estranha sensação de que era uma estranha, de que não pertencia. Ela olhou em volta; rostos corriam ao lado dela, quase através dela, dando a Hermione seus sorrisos e acenos indiferentes. Todos continuaram com suas vidas como se nada tivesse acontecido. Eles não se lembravam, não se importavam, todos haviam esquecido.

De repente, a multidão heterogênea começou a girar diante de seus olhos e Hermione sentiu-se mal. Ela mal conseguiu chegar ao banheiro mais próximo, onde sua refeição matinal decidiu deixar seu estômago para sempre. Nervosos, ela pensou, e com um estômago muito mais leve e, estranhamente, um coração muito mais leve também, Hermione continuou seu caminho. Alguns minutos depois, ela finalmente chegou ao seu escritório.

O dia transcorreu normalmente. Por volta do meio-dia, quando Hermione estava absorta em seu trabalho, uma pequena borboleta de papel voou para dentro de seu escritório e pousou bem no Relatório de Fim do Mês.

Hermione abriu o bilhete, e ali, na caligrafia impaciente de Harry, estava escrito:

Hermione, por favor, venha ao meu escritório assim que puder. Tenho notícias extremamente importantes. H.

Instantaneamente, Hermione fechou tudo em que estava trabalhando e correu para encontrar seu amigo. Seu coração estava mais uma vez palpitando de apreensão, quase em pânico. Ela andou o mais rápido que seus pés podiam, enquanto tentava se acalmar. — Calma garota, esteja firme agora —, ela murmurou. Então, com uma risadinha histérica, — O que eu sou, um cavalo?

Quando Hermione abriu a porta do escritório de Harry, seu amigo estava sentado em sua mesa, massageando suas têmporas com os dedos. No momento em que ouviu Hermione entrar, ele se levantou de um salto. — Hermione, é você, graças a Deus! — Harry a abraçou e sem mais preâmbulos colocou uma carta na frente dela. — Eu recebi isso hoje. Foi inserido no meu Profeta Diário matinal. Parece exatamente com as cartas que os Malfoys estavam recebendo.

Hermione examinou o conteúdo da carta. Foi escrito de uma maneira primitiva, simplesmente afirmando que Harry Potter deveria estar ciente de que 'eles' estavam observando-o e sua esposa traidora do sangue.

Mais uma vez, a onda de náusea ameaçou engolir Hermione, então ela respirou fundo, engoliu em seco e perguntou, — Você contou a Ginny?

— Não.

— O que você vai fazer?

— Eu conversei com Arthur; decidimos não contar nem para Molly nem para Ginny. Arthur já alertou os meninos. Vamos nos revezar para ficar com Ginny. Charlie também está vindo.

— Você não acha que ela vai notar que um de vocês está sempre por perto?

— Espero que não. De qualquer forma, ela raramente está sozinha. Tenho certeza de que George apresentará uma explicação.

Os dois amigos se entreolharam - olhos verdes presos com mel. Ambos estavam tentando desesperadamente encontrar algo para se agarrar, e ambos estavam pensando o mesmo.

Isso nunca vai parar? Será que algum dia terminará essa terrível e sangrenta beligerância?

— Eu preciso ir. Tenha cuidado, Harry, e mantenha Ginny segura, certo?

— Eu vou.

De volta ao escritório, Hermione levou alguns minutos para se acalmar. Então, com um punhado de pó de Flu, ela entrou na lareira. — Mansão Malfoy, — ela sussurrou.

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