Capítulo Treze

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... Onde inda o fogo vem-me as coxas rubescer,
onde o rodar do carro estala-me as costelas (Anne Sexton)

Apartamento da Hermione

Nesta manhã de domingo, o Profeta Diário e Harry apareceram no apartamento de Hermione simultaneamente. Ela nem teve tempo de dar uma guloseima a uma coruja com o jornal antes que um Harry muito agitado pulasse de sua lareira.

— Hermione!

— Harry?

Seu amigo desgrenhado e de olhos verdes demorou a responder. Ele precisava acalmar sua respiração. Enquanto isso, esperando por ele, Hermione abriu o Profeta e congelou.

— Sim, isso, — suspirou Harry.

Hermione não o ouviu. Ela nem tinha visto os títulos ainda. A fotografia de Lucius na primeira página capturou totalmente sua atenção. Longos cachos de platina floresceram livremente em torno de seu rosto. Um sorriso arrogante de superioridade brincou em seus lábios sensuais. As sobrancelhas - suas sobrancelhas perfeitamente aparadas - estavam arqueadas como sempre. Pensativa, Hermione traçou suas feições com a ponta do dedo e suspirou. Ela tentou desesperadamente não pensar nele nas últimas vinte e quatro horas, mas agora todo o seu trabalho duro foi em vão...

— Hermione! Você está ouvindo? — Os gritos de Harry a trouxeram à realidade.

— Desculpe, Harry... o quê? — Então ela viu.

Hermione Weasley - a Heroína de Guerra Recentemente Viúva Está Grávida do Filho de Lucius Malfoy! Verdade ou mentira?

Hermione mordeu o lábio inferior e leu novamente o título piscante.

— Parece que eu não preciso anunciar nada, afinal, — ela murmurou.

Harry começou a balbuciar: — Esse desgraçado do Dolohov, é tudo culpa dele. Não tenho ideia de como essa informação vazou. Vamos consertar isso. Podemos marcar a entrevista e refutar...

Hermione interrompeu seu estrondo. — Harry, não. Eu não vou explicar nada a ninguém. Eu simplesmente me recuso. A imprensa vai perder o interesse depois de um tempo; eles sempre perdem. Além disso, eu tive uma reputação cristalina por muito tempo. Já era hora.

Surpreendentemente, Hermione não estava furiosa. Ela nem estava com raiva. Entorpecida e indiferente eram as palavras certas para descrever seus sentimentos. Esses jogos sujos e sem sentido de popularidade, reputação e outras bobagens não a preocupavam. Não era nada, nada digno.

— Harry, você poderia me fazer um favor e falar com Molly, por favor? Você poderia explicar tudo para ela? — perguntou Hermione. — Você poderia?

— Eu vou. — Com isso, Harry, assegurado por Hermione de que estava tudo bem, foi para a Toca. Pobre dele, ele teve que enfrentar e acalmar o resto dos Weasleys.

Deixada sozinha, Hermione deu mais uma olhada na fotografia de Lucius no Profeta e então com um Reducto, transformou o maldito pedaço de papel em cinzas.

Olhando pensativamente para os flocos cinzas rodopiando languidamente no ar, ela suspirou. A foto de Lucius despertou sentimentos e emoções dentro dela que ela decididamente se esforçou para evitar. Ela reconheceu um desejo inconfundível crescendo em seu coração e um desejo urgente e doloroso na boca do estômago.

Malditos hormônios...

Hermione pulou do banco do bar e saiu correndo da cozinha. Ela precisava de chocolate. Agora!

Seis horas depois, ela estava em sua cozinha novamente. Com um gemido baixinho, ela pegou outra trufa da caixa Framboise Truffle de William Curley e a colocou na boca. Vestindo apenas o manto de seda de Lucius, ela se aqueceu sob os últimos raios do sol, suspirando com o calor deles.

Neither For Nor Against | LumioneOnde histórias criam vida. Descubra agora