Ele virá

As lágrimas dos cristãos

Nem toda lágrima é de dor ou tristeza, nós cristãos estamos mais propensos a derramar alguma vez ou outra, pois às vezes é porque sentimos o Espírito Santo tocando em nós, ou a alegria do Senhor toma conta de nós mesmo que em momentos nos quais parecem não haver luz no fim do túnel, mas desta vez as lágrimas foram de tristeza, hoje pela manhã o hospital nos ligou, o quadro do meu pai se agravou por alguma razão que os médicos não conseguiram identificar e o "hombre de hierro García" nos deixou, isso uma semana após o juiz nos ter dado a guarda do Jesus, obviamente, minha mãe ficou devastada e nem ao menos conseguiu ir ao velório, então ficou com o bebê para que eu pudesse ir acompanhada do Diego e dos pais dele.

— Querida, eu sinto muito pela sua perda. — A mãe do Diego me abraçou e não sei qual é o dom que ela tem, mas quando ela me abraça sinto muita paz. — Você e a sua mãe podem contar com a gente para o que for.

— Se quando a sua mãe se recuperar da perda desejar trabalhar, as portas de emprego estarão abertas para ela na loja de roupas da minha esposa ou na minha empresa.

— Gracias, vocês são os melhores sogros que eu poderia ter. — Os abraço e logo que cessei o mesmo, então o Diego me puxou para os seus braços e me abraçou enquanto acariciava meus cabelos.

— Vou cuidar de você, minha mexicana. — Ele sussurrou no meu ouvido. — Para isso Deus me colocou na sua vida.

— Gracias, amor. — Eu sorri para ele demonstrando que me sentia melhor. — O Senhor está sendo minha força e apesar de ter querido mais tempo para falar da Palavra ao meu pai, sei que algum motivo deve ter havido para que ele partisse, mas não cometerei o mesmo erro com a minha mãe e vou ganhá-la para Jesus.

— Assim que se fala, meu amor. — Diego sorri enquanto beija meus cabelos.

Mais tarde quando cheguei em casa, me deparei com o Jesus dormindo no carrinho enquanto minha mãe via o vídeo do casamento dela com meu pai, nem imagino o que se passa pela cabeça dela, mas no meu coração surgiu o forte desejo de abraçá-la e isso eu fiz.

— Mamita, yo te quiero mucho! — Eu disse abraçando-a pelo pescoço e logo beijei seus cabelos.

— Y yo a ti, mi niña! — Ela responde com os olhos marejados e vermelhos de tanto que deve ter chorado.

— A senhora comeu alguma coisa?

— Não tenho fome, apenas dei a mamadeira para o Jesus, o fiz arrotar e o coloquei para dormir.

— Então vá descansar, eu cuido dele agora.

— Gracias. — Disse ela já indo para o quarto.

— Bebezinho — Me aproximo do carrinho e me abaixo em frente ao mesmo para olhar para o Jesus. — mesmo que meu papá tenha partido, a missão de cuidar de você continua sendo minha e vou te dar muito amor e carinho, sem contar que meus sogros e o Diego te amam muito. — Acaricio o rostinho dele delicadamente com o meu polegar.

— Será que tem lugar para um hóspede? — Pergunta o Diego entrando de surpresa.

— Amor, pensei que já havia ido embora.

— Não poderia ir e deixar você e a sua mãe sozinhas com o bebê, ainda mais depois da perda de vocês.

— Gracias por ficar e por se preocupar. — O abraço e ele corresponde.