III

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Rick Grimes

Deixamos a casa onde Harry e Ted estavam morando e seguimos caminhando até a delegacia. Não e realmente longe de carro, entretanto estamos de apê e ainda com uma criança e está escurecendo, ou seja, temos que apresar o passo.

- É muito longo o caminho? - Harry pergunta logo atras de mim, com Ted já nos braços ameaçando dormir - ele não é um menino leve, já tem quase sete anos - reclama ele baixinho.

- Me dê ele – digo.

Antes que Harry possa protestar já estou com Ted nos braços. Ele na verdade é bem leve para uma criança de sete anos, e bem baixinho também.

- Por que ele é tão leve? - pergunto. Ele me olha e levanta as sobrancelhas em sinal de confusão - que dizer eu sei como e uma criança de quase sete anos, ele é muito pequeno e tem um peso abaixo da média normal não tem?

Sei que para Harry ele não deve ser nada leve. Harry apesar de ter um pouco de musculatura, mas ele ainda é pequeno, o que o faz ter problemas com o Ted e sua altura e peso

- Ted era muito ligado a mãe dele - diz Harry dando um suspiro triste - o pai dele era um dos meus padrinhos e quando ele morreu Ted ficava horas sem comer nada e quando comia era muito pouco. Quando o levava no médico ele dizia que não tinha nada a fazer então me dava umas vitaminas para ele. Por isso ele é saudável, mas está abaixo do peso.

- Sinto muito - digo - novamente - concluo fazendo ele rir.

- O que está procurando Rick? - pergunta ele sorrindo. Essa foi a minha vez de franzir as sobrancelhas em confusão - quer dizer você saiu do hospital e veio somente andando em uma direção desconhecida? Ou você estava procurando alguém? Além do mais quero te lembrar que você chamou pelo nome Carl antes de apagar - diz ele se divertindo com tudo o que tinha acontecido.

- Minha família - o sorriso no rosto dele começa a desaparecer - minha esposa Lori e nossa filho Carl. Eu levei um tiro a algum tempo atrás, eu acordei no quarto de hospital e como não tinha ninguém eu só sai andando, aí eu encontrei os corpos atras do hospital e vim para casa o mais rápido possível só com a roupa que já estava vestido, que não era muito na verdade. Eu fui para casa, mas como você viu eu estava perdendo sangue e sem comer então eu não estava nada bem.

O sorriso de Harry se fecha totalmente e isso me incomoda. Também me incomodou falar sobre Lori ser minha família, parece tão errado.

- Quando eu chegue em casa procurei por todos os lados, mas não os encontrei, entretanto quando parei para prestar atenção não tinha fotos de familia, todos os retratos de família e álbuns sumiram. As roupas do Carl e da Lori também não estavam lá, então acredito que eles foram embora para um lugar seguro - digo olhando para ele que ainda me olha sério.

- Eu espero que os ache - resmunga ele baixinho, mas isso não me convence.

O resto do caminho foi em um silencio desconfortável. Isso me incomodou, eu já tinha me habituar, mesmo sendo apenas algumas horas que estamos juntos, com o sorriso de Harry.

Depois de um tempo de caminhada achamos a frente da delegacia, que para nossa sorte estava trancada.

- Eles devem ter trancado assim que as coisas começaram a ficar ruins - digo pegando a chave reserva.

- Eles eram policiais - disse Harry indignado - eles não deveriam proteger a cidade? - pergunta raivoso.

- Eu era policial - digo fazendo ele pela primeira vez desde o nosso último diálogo me olhar.

- Ted, amor - diz Harry baixinho para o filho que começa a despertar - vamos amor - incentiva a abrir os olhinhos. Ele ignora totalmente a minha fala sobre minha profissão.

- Não mamãe - diz ele me pegando de surpresa.

Chamar Harry de mãe não parece afetar ele, não parece ser nem a primeira vez que Ted faz isso, e Harry nem fica bravo.

- Amor - diz Harry para o filho.

- Não mamãe - diz ele se agarrando mais em mim - papai - ele diz se agarrando a mim e começa a chorar.

Isso me desespera e parte meu coração. Um menino tão bonzinho como Ted não deveria estar chorando tão desesperadamente.

- Ele está sonhando - diz Harry fazendo carinho nele, e isso parece o acalmar - ele está sonhando com a mãe e o pai dele. Ele está te confundindo com Remus.

Herry suspira triste e posso ver as lagrimas se formarem em seus olhos. Vejo que já está escurecendo e precisamos entrar.

- Harry - chamo tirando a atenção dele de Ted e se voltando para mim - vamos entrar lá dentro tem camas e comida deve dar por uns dias para nós. Ou pelo menos até amanhã de manhã.

Harry não contesta, pego a chave da minha mão a abre a porta nos fazendo entrar e trancando logo em seguida.

Conduzo os dois pelos corredores da delegacia, até o quarto onde dormíamos quando tínhamos que trabalhar a noite. Deixo Ted bem confortável em uma cama, a mais macia para ser exato.

Me volto para Harry que está analisando casa parte do cômodo com a arma na mão.

- Não podem ter entrado aqui - digo para ele que nem parece prestar atenção em mim.

- Todo o cuidado é pouco - disse ele ainda concentrado - não posso correr o risco com Ted aqui e ainda por cima dormindo.

Ele verifica minunciosamente todos os cômodos da delegacia nas próximas duas horas antes de voltar e dar um beijo na testa do filho que ainda está dormindo.

- Onde ficar a casa dos seus pais? - pergunto.

- Para o norte - diz ele olhando para o filho - meus pais morreram quando eu era criança e quando eu fiquei adulto não tive curiosidade de ver todas as propriedades deles então será a primeira vez que eu vou lá.

- Acho melhor tomarmos um banho - digo - o banheiro e em conjunto e fica ali, porém, você já deve saber disso - digo sorrindo o fazendo sorrir também.

Harry se levanta e pega na bolsa umas roupas para ele.

- Eu vou usar o uniforme - digo assim que ele estende roupas para mim.

Isso também é um mistério, como Harry tem roupas para a minha altura e peso sendo que ele é baixinho e Ted é uma criança.

Sou tirado de meus devaneios quando vejo Harry entrando nu no chuveiro do meu lado.

Ele é lindo. Tem um corpo, apesar de pequeno bem estruturado, com curvas femininas, mas meio musculoso, mas o que mais chama a atenção nele e sua bunda.

- Seus pais eram ricos? - pergunto tentando desviar o olho da sua bunda.

- Era - diz ele - eu não os conheci - diz ele com uma voz de choro.

Olho para ele e vejo que está a ponto de chorar. Chego perto e o abraço, ele chora no meu ombro.

- Sinto muito - digo ainda abraçado a ele - eles deveriam se amor muito.

- Eu também sinto. 

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