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Oi, meus amores!

Eu sei, eu sei. Que que essa louca tá fazendo, começando uma fic nova? Em minha defesa, Luz já tá acabando e eu já tava com vontade de escrever essa aqui há um tempo.

Palingenesis é uma adaptação de uma história original minha que eu venho trabalhando há uns dois anos mais ou menos.

A história se passa nos EUA, então vocês relevam os vários americanos com nomes brasileiros. A data de nascimento da Ju tá diferente aqui, mas isso é algo que eu não posso mudar, pois as datas são importantes na história.

Enfim, espero que gostem. Em breve volto com os últimos capítulos de Luz no fim do túnel e a próxima att de Meu Abrigo.

Beijo e boa leitura!

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O céu estava escuro com nuvens pesadas de chuva quando entrei no prédio do Jefferson Lab naquele dia. A praça principal do campus da Universidade de Harvard estava cheia de vida, com risadas altas, música e estudantes indo e vindo quando a atravessei depois do almoço, carregando uma mochila com meu laptop e o meu bem mais precioso no momento: o protótipo que eu desenvolvi durante os quatro anos de doutorado. 

Hoje eu tinha apenas uma única missão: fazê-lo funcionar perfeitamente. Com a data da defesa da minha tese batendo na minha porta, eu já estava entrando na fase do desespero. Não que o Ekkie não funcionasse - eu não sou tão incompetente assim - mas ele precisava estar perfeito. A minha banca era muito exigente e eu tinha muita coisa em jogo com esta defesa. 

Se tudo corresse bem, segundo meu orientador, eu teria grandes chances de ser convidada para ser professora adjunta do curso de engenharia. Então, basicamente, a minha vida profissional no ano seguinte estava dependendo desta defesa.

É, zero pressão. 

-- Eu sei, mãe. Tô tentando me manter calma, sim. Pode ficar tranquila. -- Eu disse com o celular apoiado entre o ombro e a orelha enquanto procurava a chave do laboratório na bolsa com uma mão e equilibrava meu café fervendo na outra. 

Ouvi minha mãe suspirar do outro lado da linha. Eu sabia que ela se preocupava com a minha ansiedade, mas a única coisa que eu precisava no momento era paz, tranquilidade e silêncio. E no meu departamento hoje estava impossível, já que a turma de mestrado estava comemorando um aniversário. 

Então meu amigo Arthur foi um anjo ao disponibilizar o laboratório dele para eu trabalhar hoje. Ele estava dando aula para os alunos de graduação, então seu laboratório no prédio Jefferson Lab estaria vazio a tarde inteira com a graça de Deus. 

-- Tem que se cuidar, minha filha. -- Ouvi minha mãe falar. -- De que adianta você conseguir o seu PhD, mas ficar com a saúde toda ferrada?

-- Eu sei, eu sei, dona Fátima. Prometo que vou desacelerar. Me conta, quais são os nossos planos pro fim de semana?

Minha mãe era médica e morava em Hartford, a algumas horas daqui. Apesar da distância, a gente sempre tentava se ver pelo menos umas duas vezes ao mês para matar a saudade e colocar o papo em dia. 

Enquanto ela me falava sobre uma exposição que ela achava que eu gostaria de ir, eu tentava navegar um corredor cheio de alunos para chegar ao laboratório do Arthur. Quando eu estava a menos de dois metros do que seria o meu santuário esta tarde, um aluno apressado esbarrou em mim e eu arfei, surpresa e decepcionada, ao ver o meu precioso copo de café encontrar uma morte precoce ao se espatifar no chão, espalhando o líquido quente para tudo quanto é lugar. 

O rapaz ainda gritou desculpa por cima do ombro, mas nem se deu ao trabalho de me ajudar. Puta da vida e frustrada, eu suspirei e entrei no banheiro logo em frente para pegar um pouco de papel toalha para secar a bagunça. 

Palingenesis -- AU Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora