cidade pacífica sem identidade - autor desconhecido

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Ruas vazias, céu laranja claro, fim de tarde azul escuro frio.

Sentado no meio fio da cidade de Dorothea em uma rua esquecida se encontra um garoto de pele morena avermelhada, depois da aula com seu uniforme escolar amarelo preto surrado, grudando no suor de seus braços, por conta de uma corrida para evitar uma surra dos outros garotos de sua escola. mesmo que ele seja mais alto do que seus colegas ele sabe (assim como qualquer pessoa sensata) que um contra cinco jamais teria um final agradável. Ele olha para o céu laranja-roxo da tarde sobre sua cabeça, respira fundo e solta como se tivesse tentando ir embora com o próprio ar.

A rua que ele escolhera (ou ela escolheu ele) na tentativa de fugir estava vazia e o fazia olhar ao redor e pensar em como Dorothea tinha sido anos atrás e como sua família foi se enfiar ali naquele buraco. pensava nas possibilidades de ter nascido numa família melhor, num bairro mais agradável, em qualquer lugar que fosse mais hospitalar, e como acreditava em multiverso refletia sobre uma possível versão sua em algum outro universo que esteva satisfeito com a vida e consigo mesmo.

A escola é um ambiente muito desconcertante para muitos adolescentes, ela significa um trauma na vida de muitas pessoas pois é um lugar onde nos prepara (teoricamente) para o futuro, é um lugar onde mede a sua capacidade intelectual com folhas e questões sem outros meios de testa-las, um local perfeito para um ataque de ansiedade justo na fase da vida em que mais precisamos de aprovação mesmo que não faça sentido na teoria, a aprovação é algo muito simbólico na vida de um adolescente deprimido, é como ganhar na loteria.

E apesar de não ser o melhor garoto do mundo, no fim do dia Nicholas Ross é apenas um jovem que procura validação.

Existe muito Nicholas Ross dentro de nós 

sonho febril sob a escuridão do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora