E no fim tudo começou:
As epidemias, as guerras, os conflitos,
a perdição, as lutas, as verdades descobertas,
fome, duelos e batalhas agrestes.
A queda livre no precipício, a vergonha.
Os estragos estavam feitos, a roda girou, a seta foi lançada.
Aqueles homens e aquelas mulheres da cidade negra, estavam perdidos e sós.
Todos juntos, sós na sua desgraça, no seu marasmo de pensamentos rotativos e viciados,
condenados à maldição.
Negro, deserto, cego e imoral.
Nem um pingo de luz ou de ar fresco respirável naquele mundo.
Desistindo, um a um de viver...
O fim.
E depois do fim, o início:
O sol...
A mente abandona as cercas,
As cortinas caiem lentas e pesadas,
Os olhos abrem a medo e ainda cobardes,
o nariz respira aquela brisa, ainda vagarosa e longínqua,
O corpo vai mexendo cada músculo sobrecarregado de inatividade, letargia e inércia...
por anos de não saber melhor, o que fazer com a sua própria função.
Muitos ali estão...
Alguns estarão preparados para seguir,
outros ficarão por ali, encostados às suas casas, seguras e velhas a cair, ...seguras...
escuras, pois não permitem que o sol os aqueça, nem atinja, pois sabe-se lá o que poderá trazer esse maldito...
SOL.
![](https://img.wattpad.com/cover/282321122-288-k541807.jpg)