Caroline 🌻
4dias depoisJv falou que vai ter invasão.
Tava me sentindo bem não, a mesma sensação que eu senti quando Flávio foi pra missão, eu to sentindo agora.
É um aperto no coração horrível.
Eu sei que a qualquer momento os meninos podem ir.
Caroline: Pedro...não vai não...me ouve por favor--- alisei o rosto dele.
Pedro: Mãe...não vai acontecer nada comigo, pode ficar tranquila...o que tiver que acontecer vai acontecer...pode ter certeza que eu vou passar por essa porta com meu pai--- é isso, quando ele falou MEU PAI, meu coração apertou mais.
A sensação ficou muito mais forte, o aperto fincava mais.
Caroline: Flávio falou a mesma coisa, e hoje não está mas com a gente...
Jv: Vai ser diferente, eu te prometo que eu passo por essa porta--- me deu um beijo.
Deixei uma lágrima cair.
Erica desceu as escadas com o pote de óleo na mão.
Ela passou nós dois, rezamos e eles sairam de casa.
Fui pra janela até eles desaparecem do mapa.
Erica: Vai dar tudo certo mãe, eles vão voltar bem--- sentou comigo no sofá--- É só ter fé.
Os rojões foram soltados, em segundos a bala começou a comer solta.
A dor fincava mais ainda, meu coração batia forte.
Eu chorava sem parar, segurava o terço com as mãos trêmulas.
Rezava pra todo santo que existe.
Foram quase duas horas de tiroteio.
Horas depois pararam, fui pra janela pra ter certeza.
Esperei mais alguns minutos e realmente tinha parado.
Vi Pedro e Jv se aproximarem do portão.
Corri logo pra porta de casa, abri e Pedro entrou.
Pedro: Eu te falei mãe, eu voltei...voltei vivo com meu pai--- chorou junto comigo.
Abracei ele com a força que nem eu sabia que tinha.
Beijei tanto o rosto até não aguentar mais.
Jv tava na radinho falando com algum vapor.
Jv: Opaa minha vidaa, eu falei que eu ia volta pra cas...
Fiquei sem chão, a sena que eu acabei de ver na minha frente.
Jv tomou um tiro na porta de casa, o tiro pegou de certeira na cabeça dele.
Caroline: JOÃO....NÃO... NÃO NÃO NÃO NÃO--- corri até ele.
Erica: PAI...AI MEU DEUS....PAI--- veio correndo chorando.
João tava nos meus braços morto, como Flávio, Thayna e meu pai ficaram.
Meu chão não estava mais ali, minha alma não estava mais ali.
Somente meu corpo.
Pedro veio correndo com os olhos arregalados.
Eu não tava acreditando que eu perdi mais uma pessoa que eu amava.
Que eu amo, o amor da minha vida.
O pai da minha família, o pai dos meus filhos.
Eu passei a mão nos olhos dele pra fechar.
Caroline: Você me prometeu passar por aquela porta....--- sussurrei--- Você mentiu pra mim, você me deixou...
Eu chorava ali em cima do corpo do Jv.
Minha cabeça não passava nada, apenas a cena dele tomando o tiro.
Jv morreu na minha frente, morreu na porta de casa.
Meu marido o amor da minha vida tinha acabado de ser tirado de mim.
Eu avisei pra ele não ir, avisei que não estava bem.
Parece até que é só eu falar que acontece, na minha vida tudo da errado. E sempre vai ser assim.
3 dias depois
Tava sem rumo, não tenho ânimo pra nada.
Não como, não durmo, não faço nada.
Apenas choro pelos cantos.
Hoje é o enterro do Jv.
Gb, Formiga e as meninas estão aqui em casa.
Erica tenta me colocar pra cima, mas eu não consigo.
Não tenho motivação pra fazer nada.
Eu levanto, choro.
Minha vida ta sendo chorar, o aperto, a saudade bate forte.
Eu ainda vejo ele gritando, cantando, rindo dentro de casa.
Ainda sinto ele deitado junto comigo.
Sinto o toque, o abraço dele.
Minha vida não tem mais cor, não tem mais vida.
O foda é que eu não posso passar essa energia ruim pros meus filhos.
Agora eu to aqui deitada, lembrando das conversas que eu tinha com ele.
Erica: Mãe...vamo? Ta todo mundo no carro já--- me chamou parada na porta.
Levantei e desci as escadas com ela.
Entrei no carro e nós fomos pro cemitério.
A família do Jv estava toda aqui, o tio dele fez uma oração.
Em seguida começaram a carregar o caixão.
Eu não parava de chorar, Pedro saiu de dentro do cemitério.
Ele estava passando mal, Erica foi la com ele.
Eu fui com o povo até na onde iriam enterrar o Jv.
Eles cavaram a cova e colocaram o caixão dentro.
Parece que eu morri junto com ele.
Eu não sinto mais vontade de viver.
Helen: Ei...vem ca--- me abraçou.
Lívia: Você vai ficar bem...--- entrou no abraço também.
Era disso que eu precisava, de um ombro amigo.
Um ombro pra desabafar...
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Ai gnt, me desculpa por isso...