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A sala de estudos ficou realmente maravilhosa! Yusuf e eu fizemos um ótimo trabalho. As paredes estão coloridas, cheias de vida, com desenhos e marcas da tarde divertida que tivemos.

O restante da semana passou tranquilo, sem mais problemas para as minhas aulas ou para mim. Não vi mais Yaman antes de sexta feira a tarde.
Preparei um espaço na rua, de baixo da copa de uma grande árvore. Trouxe vários alimentos da cozinha, doces, salgados, azedos, cítricos, frutas, legumes, temperos... Então coloquei uma venda em Yusuf e pedi que ele adivinhasse o que tinha dentro de cada prato usando o toque, olfato e paladar. As frutas foram as primeiras a serem descobertas, por estar acostumado a ter elas presente em sua alimentação, Yusuf já está familiarizado com o sabor de todas. Os temperos foram os mais difíceis, pois mesmo alguns sendo usados diariamente na comida, muitas vezes o sabor e o cheiro se misturam, o que o confundiu um pouco. Mesmo assim a proposta foi muito enriquecedora.
Deixei por último um bolo de chocolate, que é o lanche preferido dele e que, claro, ao experimentar acertou de primeira. Estávamos os dois saboreando um pedaço sentados na grama ao pé da árvore, quando Yusuf me desafiou a usar a venda e adivinhar através do tato quais as coisas que tinham ao nosso redor.
Foi fácil, no início porque a maioria eram árvores, ou ele mesmo que corria em volta de mim, mas para tornar a brincadeira mais difícil, o espertinho teve a ideia de me fazer girar antes de cada rodada, o que foi me deixando um pouco tonta e sem rumo certo.
Achando que estava indo em direção a outra árvore, fui tateando às cegas até colidir contra alguém que me fez cambalear e quase cair se mãos grandes e fortes não tivessem segurado minha cintura.

Na mesma hora vi que se tratava de Yaman, pelo porte e aura de domínio que aquele corpo exalava.
Minhas mãos que estão espalmadas em seu peito vão em direção ao lenço para tirá-lo de meus olhos mas antes de concluir o ato sou interrompida por Yusuf.

Yu: A brincadeira ainda não terminou professora. Duvido você acertar quem é!

S: Yusuf, nós já fizemos muita coisa por hoje, amanhã continuamos...

Yu: Só mais essa vez por favor...

As mãos em minha cintura ainda continuavam me segurando firme no lugar. Consegui sentir o calor emanando da pele dele mesmo através do tecido da minha blusa.
Retornei minhas mãos bem devagar até o seu peito, demonstrando que dessa vez iria tocá-lo com essa intenção e como não houve nenhuma objeção, entendi que a permissão me foi concedida.

Seu peito é largo e forte, mas não como aqueles homens que frequentam academia até ficarem super musculosos, seu corpo é natural, como se ele estivesse destinado à perfeição, tivesse sido esculpido assim...
Subi mais minha exploração até o pescoço, onde toquei pela primeira vez sua pele. Ele se arrepiou, mas não comentei nada para não constrangê-lo. Senti um leve apertar dos seus dedos em mim.
Minhas mãos foram para o seu rosto, a testa não estava franzida em desaprovação como da primeira vez que nos vimos, os olhos, nariz e bochechas, tudo na mais perfeita harmonia em sua face. A barba cheia, cobrindo boa parte do rosto, é grossa porém macia. Senti sua respiração quente e pesada contra meus dedos e dessa vez fui eu quem ficou arrepiada. Se ele notou também não comentou nada. Seu perfume é intenso, forte, um cheiro que estou sentindo pela primeira vez, como se fosse próprio dele. É uma combinação de madeira, terra e sol...  Cobri seus lábios levemente com meus dedos, eles se entre abriram, fazendo seu hálito chegar até meu rosto. Eu me remexi tentando tomar distância, mas seus braços me puxaram para ainda mais perto, deixando nossos corpos colados.
Isso está errado, se tornou muito íntimo e erótico para uma aula. Eu não sei o que me deu, desde o início soube de quem se tratava, não precisava adivinhar mas me deixei levar pela sedução do momento.
Nunca toquei em um homem desse jeito, nunca tive um corpo masculino assim, tão perto de mim, ao meu bel prazer para ser explorado, e ter os olhos vendados deixou tudo mais excitante.
Com certeza, já é passado da hora de acabar com essa brincadeira, pois ao colar meu corpo no seu, Yaman não disfarçou que uma parte do corpo dele também achou tudo bom demais.

Uma Lição de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora