dois

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|Melody|

Quando a última chicoteada e dada, o som faz eco por toda a sala. Eu permaneço estática, assim como o Harry, mas consigo ouvi-lo a soluçar, durante o seu choro. A irmã Kimberly, caminha até ao armário, e abre-o guardando o chicote que foi usado com o Harry.

As lágrimas caem abundantemente pelos meus olhos, deixando a minha cara molhada.

-Não chores! - oiço uma voz feminina junto ao meu ouvido, que me faz saltar na cadeira pelo susto.

-A ouvir, coisas outra vez, demónio. - oiço a voz da mulher que neste momento me mete nojo.

-Eu não sou um demónio. - sussurro baixo, com a cabeça baixa.

-Coitadinha, está em negação. - ela ri-se maleficamente, fazendo o meu corpo tremer.

Ela anda até á porta, e oiço gritar pelo um guarda. Um homem fardado entra na sala, pegando no meu braço e no do Harry que já se encontrava ao meu lado, vestido.

Somos tirados da sala, pelo guarda. Andamos pelos mesmos corredores que eu vi no caminho para a sala.

Reconheço a porta da sala de convívio, ao fundo do corredor. A porta é aberta e o guarda larga-nos os braços. Nada mudou, o homem continua a bater com a cabeça na parede, entre outras coisas que outras pessoas faziam.

O Harry começa a andar e eu sigo-o não sabendo bem o que fazer. Eu não conheço ninguém, mas também não me parece que vá querer conhecer. O rapaz de olhos verdes dirige-se a um sofá perto da janela. Ele senta-se desajeitadamente, fazendo a minha culpa voltar ao de cima. Eu sento-me ao seu lado, ficando encolhida no sofá, sem dizer uma palavra. Apenas observando a chuva.

-Porquê que é que me ajudas-te? - pergunto ao assustador rapaz, sentado tortamente na outra ponta do sofá, observando a chuva e fumando um cigarro.

-É o teu primeiro dia, não queria que te metesses em problemas, por isso é que te avisei, antes que fizesses merda, mas és burra e não me ouviste. Por isso é que existe o ditado "Uns pagam pelos outros" agora percebo-o perfeitamente. - ele diz entre tragadas no seu cigarro.

Não me atrevo a olhar para ele. Tenho demasiado medo, para o fazer. Só o facto de ouvir a sua voz, tremo.

Eu sei o que ele fez, eu vi nas notícias, ele matou a própria família. Sem dó nem piedade. Nada o impede de fazer o mesmo comigo, ele tem um cigarro na mão. Se ele matou a própria família porque não fazer o mesmo comigo, neste preciso momento.

Não que eu me importe muito. Quer dizer até o inferno deve ser melhor que isto.

-Eu não te vou fazer nada, escusas de estar ai toda encolhida com olhar de coelhinha assustada. - ele diz, e sinto-o mexer-se, fazendo-me encolher mais contra o braço do sofá.

Coelhinha assustada, que raio?

Continuo sentada no sofá sem mexer-me. Neste momento a chuva que cai do lado de fora da grande janela é mais chamativa do que este inferno na terra.

Harry continua a fumar. Será que aquilo é bom? A minha mãe sempre disse para eu não fumar, mas ela prendeu-me aqui sem razão.

-Posso?- ganho coragem para perguntar ao Harry e aponto para a caixa de cigarros aonseu lado.

Ele olha para mim. Os seus olhos queimam a minha pele.

-Não!- diz rude, olhando novamente para a janela, e apagando o restante do cigarro.

Olho também para a janela e tento abstrair-ma da música horrível. Mexo-me desconfortavel e controlo-me para não a ir desligar.

-Acalma-te!- oiço a voz outra vez, mas desta não me assusto. Olho em volta a procura da dona da voz feminina.

Uma figura sorridente encontrava-se sentada no chão com as pernas dobradas do meu lado do sofá.

- Olá.- diz.

-Olá.- respondo e sorriu para a mesma.

-Com quem é que estás a falar?- Harry toca-me no braço e eu olho-o assustada.

-Co-com ninguém!- falo baixo e levanto-me. Mas logo volto a sentar-me.

Não sei para onde ir.

-Não admira que colocaram-te aqui. És louca, andas aí a falar sozinha.- o seu tom de voz mostra indiferença.

-Eu não sou louca.- abraço-me a mim própria e encolho-me mais quando ele olha para mim.

-E eu não sou um assassino.- sussurra.- Vês! Sempre negamos a verdade.

Volta a encostar-se no sofá e noto desconforto. Sinto-me tão culpada. Pega mais um cigarro e acende, prendendo-o na boca e usa as mãos para abrir os primeiros botões da sua camisa.

Olho curiosa para as tatuagens do peito. Dois pássaros. Interrogo-me porquê ele as fez. Nunca achei que tatuagens ou piercings fossem algo bonito. Mas tenho que admitir que os pássaros são bonitos.

-Para de olhar para mim!- avisa.

-Desculpa.- peço desviando o olhar para o chão.

Eu posso ter medo dele, mas tenho de admitir que ele não me é indiferente. Posso dizer sem pensar duas vezes que ele até é giro.

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Olá!

Hoje é o meu último dia de férias :c chorem comigo...

Bem, agora que as aulas vão começar, eu não sei com que frequência vamos escrever, mas a principio nós não vamos, demorar muito, visto que somos duas a escrever é mais rápido, nós num dia conseguimos escrever dois capítulos, por isso, vamos ser rápidas!

Love You All,

Mara

Stuck In The Asylum| H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora