|Harry|
As molas do colchão velho rangem por baixo do meu corpo, fazendo-me suspirar de frustração, devido ao barulho. Não preguei olho a noite toda, mas a culpa não é propriamente toda do colchão pois já estou habituado aos barulhos que este reproduz.
Não consigo tirar da cabeça a sua voz, os seus lindos olhos, os seus perfeitos lábios avermelhados. A sua melodiosa voz, que combina incrivelmente com o seu invulgar nome “Melody” é a rapariga que não me sai da cabeça.
A sua timidez e o seu medo por mim, por mais estranho que pareça, fascina-me. A maneira que a sua língua acaricia o meu nome quando o diz, dá-me arrepios. O carmesim que atravessa as suas bochechas quando fica envergonhada. Não consigo pensar em algo que não ela. Mesmo que tente, ela faz o caminho de volta para o meu pensamento.
Eu quero a todo o custo descobrir, a razão que a mantém aqui dentro. Ela é estranha, e fala sozinha. Mas eu não acredito de todo que ela seja louca, uma pessoa tão inocente, um anjo como aquele, não pode ser louca. A Melody, não pertence a este lugar, quem quer que a tenha posto aqui cometeu um grande erro.
Alguém como ela não merece partilhar espaço com as pessoas que se encontram aqui dentro.
Oiço vários passos no corredor e sei que nos vão tirar dos “quartos” para podermos ir á casa de banho e tomar o pequeno almoço, ou melhor aquilo que eles chamam de pequeno almoço, pois a comida aqui dentro é absolutamente horrível.
A porta é aberta e eu levanto-me da cama, desajeitadamente devido ao castigo que me foi dado ontem. Se eu pudesse voltar atrás no tempo faria tudo exatamente igual, só para que a Melody não fosse castigada. Eu vou tentar de tudo para protege-la, á minha maneira estranha, de trata-la mal e ser rude, mas vou.
Eu não gosto de me afeiçoar ás pessoas, porque no final elas acabam todas por ir embora e eu fico por minha conta.
Quando saio do quarto, vejo a rapariga que não consigo tirar dos meus pensamentos a três portas de distância da minha. Os nossos olhos imediatamente se encontram, e por segundos o meu coração falha e eu contenho a minha respiração, mas rapidamente volto a pôr uma expressão fria no meu rosto. Consigo ver que os seus lindos olhos azuis se encontram vermelhos, e marcas de lágrimas secas se encontram nas suas bochechas. O meu coração aperta-se com esta imagem mas eu simplesmente desvio o olhar, e caminho até á fila que sempre formamos para irmos á casa de banho, de maneira a ninguém ter por onde fugir.
O seu doce aroma invade os meus sentidos, fazendo inspirar violentamente. Olho para o lado e ela encontra-se na fila das mulheres mesmo ao meu lado. A sua cabeça encontra-se baixa fazendo com que o seu comprido cabelo negro tape a sua cara. Vejo uma pinga cair ao chão, mas a pinga veio da sua cara, e os meus olhos imediatamente ficam arregalados.
Que se lixe, tudo!
Eu agarro o seu braço e puxa-a na minha direção, fazendo-a guinchar um pouco, por não estar á espera. Eu agarro na sua delicada face e puxo-a para cima, fazendo com que os nossos olhos se encontrem e eu possa ver que os seus se encontram brilhantes devido ás lágrimas.
-Eu só quero ir para casa… Tenho medo… Não gosto de ficar sozinha… Naquela cela… - ela diz entre soluços fazendo a minha vontade de abraçá-la maior, mas contenho-me.
-É frio… E escuro lá dentro, eu não gosto. – ela continua, baixinho, enquanto eu oiço atentamente e rezo para que os guardas não se apercebam da nossa proximidade, caso contrário nós vamos estar metidos em grandes sarilhos.
As suas palavras, partem-me o coração, e saber que não há nada que eu possa fazer para a ajudar ainda torna tudo pior.
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Heyyy,
Espero que a partir deste capitulo, possam perceber um pouco melhor a mente do Harry!
Desculpem estar pequeno :c
Os próximos vão ser maiores, espero, eu e a @HarryismyCupCake1D temos tido imenssas ideias e mal posso esperar para que as possam ler...
Love You All,
Mara
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Stuck In The Asylum| H.S
Fanfiction"No fundo somos todos loucos, inocentes ou humanos considerados mostros." Ele disse enquanto brincava com o cigarro entre os dedos. "Nem toda a loucura é real. Nem toda a inocência é sincera. Nem toda a injustiça é errada." Murmurei, olha...