Revivendo um medo

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Ela tocou incrédula seus lábios, enquanto um sorriso incontrolável lhe tomava conta, uma brisa fria tocou seu corpo então finalmente saiu de seu transe e entrou em casa.

Encontrando seu amigo dormindo debruçado sobre a mesa da cozinha, mudando seu sorriso bobo para um sorriso meigo, se aproximou do amigo, o chacoalhando delicadamente.

- Kayto, vá para cama - sussurrou.

- Makany - falou com a voz meio embolada esfregando os olhos - você demorou - olhou para amiga - por que está toda vermelha?

- Nã-não é nada, não precisava ter me esperado, vá dormir.

- Estava preocupado, não podia dormir antes de você chegar.

- Claro que podia, sabe que eu chegaria bem, Tobirama me trouxe.

- Muito gentil da parte dele, estranho.

- Quando se conhece ele melhor se descobre que ele é bem diferente do que dizem.

- Eu não sei não - disse se levantando - tome cuidado.

- Tomarei, agora vá deitar, está péssimo.

Ajudou o amigo que cambaleava a chegar ao seu quarto e o deitou na cama, o cobrindo logo em seguida, notando que ele dormiu assim que estava devidamente coberto.

- Boa noite - sussurrou, e fez um carinho nos cabelos do jovem, então saiu do quarto e fechou a porta, indo para seu quarto, parando apenas para ir no banheiro.

Entrou no quarto fechou a porta e começou a tirar suas roupas, para vestir no lugar sua grande camisa de dormir, se deitando logo em seguida, mesmo sabendo que dificilmente dormiria, como poderia, sua mente viajava no tempo como se sua consciência fizesse o voo do Deus relâmpago, indo e voltando para aquela biblioteca, revivendo cada detalhe daquele momento, sem contar no medo de ter qualquer sonho, a muito tempo não tinha um sonho diferente, e agora podia ser enganada por sua mente, revelando seus segredos para uma pessoa num simples abraço, não podia ficar correndo esse risco.

De repente bateu os braços no colchão descontente por ainda estar acordada, por mais cansada que estivesse não conseguia dormir, já tinha se mexido na cama dezenas de vezes, incapacitada de sucumbir ao cansaço e só conhecia uma forma de apagar, e era treinar, então puxou bruscamente a coberta a chutando para fora da cama e se levantou.

Colocou uma de suas roupas de treino mais usada, e sem fazer nenhum barulho saiu da casa para a noite lá fora, estava um pouco frio mas logo seu corpo estaria quente, correu então para o primeiro campo de treinamento que conheceu, o céu estrelado lindo lá em cima, a lua minguante conseguia ajudar um pouco na iluminação, então começou concentrando seu chakra nos pés e subindo na árvore, andando em seu entorno, de forma anti natural mas com facilidade, tendo a certeza que não cairia foi treinar seus arremessos, e em meia hora ela havia acertado todos de forma centralizada, mesmo não estando quase enchergando, por conta da vegetação densa daquela parte, quando arremessos já não era um problema foi treinar golpes, no mesmo lugar que treinou com Kayto, dando socos em árvores até os nós de seus dedos ficarem vermelhos, seu corpo já estava sentindo o cansaço bruto, mas decidiu continuar, mesmo com sua mente zonza prosseguiu , e num momento sentiu seus olhos fecharem de forma pesada e involuntária.

Seus ouvidos foram invadido por gritos abafados que não lhe permitiam distinguir a voz, e de repente sangue, muito sangue, medo, muito medo, se era ela ou outra pessoa ela não sabia, mas  estava sozinha, e aguardando a morte.

E seus olhos abriram, assustados pela claridade que já havia adentrando, tampando os olhos com os braços,  só então notou a dor em suas mãos, completamente ensanguentadas, pelos múltiplos socos que continuou desferindo na madeira mesmo apagada, suas mãos tremiam, e a ardência era de mais, a madeira da árvore muito danificada, com grandes lascas caídas a seus pés, respingadas de seu sangue.

Desvendando Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora