Ódio contido em culpa

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Ela estava atordoada e não havia nada que Tobirama dissesse que pudesse mudar isso, ela pegou a primeira peça de roupa e a vestiu, mesmo sendo o kimono de Tobirama, que era tão grande que lhe parecia um vestido, então tudo bem, ele por sua vez vestiu rápido suas roupas indo atrás dela, ambos saíram do quarto e se deparam com Hashirama comendo.

- Tá, acho que agora tem que significar alguma coisa estar usando a roupa do meu irmão.

- Outra hora Hashi, onde está Kayto? - ela disse apressada.

- O que aconteceu?

- Responda irmão - Tobirama ordenou transparecendo preocupação.

- O deixamos em casa já tem mais de uma hora, o que está havendo?

- Me leva? - ela perguntou para Tobirama que prontamente pegou em sua cintura.

Mas antes de desaparecer com ela ele olhou fundo nos olhos do irmão.

- É o garoto.

Já estavam em frente a casa, e de cara notaram a porta arrombada.

- Não, não, não - ela tomou a frente e entrou.

- Espere - ele tentou a conter, mas sabia que não conseguiria então foi junto.

Ela entrou em todos os cômodos mas não o encontrou.

- Vamos, eu sei onde é o lugar - ele disse vendo a angústia se formar em seu rosto.

E ambos saíram correndo, ele na frente indicando o caminho, já estavam apenas vendo vegetação, ela já tinha lágrimas escorrendo por todo o rosto, e ambos sentiam um ódio crescer no peito, se encontrasse quem quer que fosse no caminho essa pessoa estaria morta.

Logo uma grande árvore era visível, e ela sabia que era ela, olhou para o céu e viu a posição da lua, sentiu o mato batendo em seus cotovelos, era o lugar, e seu corpo poderia desabar a qualquer momento, suas narinas foram invadidas pelo cheiro ferroso de sangue fresco que aumentava conforme se aproximavam da árvore.

Estando agora tão perto ela parou de correr, e se aproximou lentamente, ou isso só aconteceu em sua cabeça, mas conforme ia contornando a árvore começou a ver um corpo, ela sentia sua cabeça ser compromida, e seu peito apertava, engoliu em seco e deu o último paço revelando o rosto de seu amigo.

- Não - ela gritou e se jogou ao chão ao seu lado já sentindo as lágrimas descerem o rosto e pingar no chão

O garoto estava com o peito retalhado, havia sangue para todos os lados, Tobirama se aproximou dela, tocando seu ombro e passando por ela para avaliar o garoto, as mãos trêmulas dela tocaram o amigo, e sentiram seu corpo gelado, mas poderia ser apenas pelo vento que cortava forte naquele campo aberto.

- Tem pulso - foi tudo que Tobirama disse a tirando de seus pensamentos, então pegou o garoto no colo - Vamos.

Ela apertou a mão em seu ombro e os três desapareceram dali, reaparecendo de onde sumiram.

- O que houve? - perguntou Hashirama que provavelmente esperava por eles, com Mito já de roupa de dormir do seu lado, provavelmente foi acordada.

- Não sabemos.

Tobirama colocou o corpo inerte sobre a mesa vazia, logo todos estava em volta dele, Hashirama terminou de rasgar a camisa do jovem e imediatamente começou a curar os cortes profundos que ali haviam, ele também tinha várias escoriações por todo o corpo, um corte na cabeça, um lábio inchado, sangramento nasal, Hashirama suava pelo esforço, e todos assistiam apreensivos sem nada poder fazer.

Muito tempo depois seus cortes eram apenas marcas, mas ele continuava tão inconsciente quanto antes.

- Ele está estável, mas teremos que esperar para que acordar, pode demorar horas ou dias ou ... - sua fala morreu ao ver a expressão de choque de Macany.

Desvendando Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora