Um bom motivo para vencer

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Não havia o que ser dito, apenas sentido, e sentiam, se olharam novamente, dando um sorriso incontrolável um para o outro, pareceu engraçado essas conexões, ela sentia alívio em conseguir dividir isso com alguém de uma forma que transcenda as palavras, e saber que ele sabia exatamente o que ela estava sentindo sem ela precisar dizer, e ele não sabia o que sentia, mas gostava de ter uma conecção assim com alguém.

- Eu achei que tivesse acontecido e sai enlouquecida - enxugou os olhos - mas se não sei quem é como posso ajudar? O que posso fazer? - seus olhos suplicavam uma resposta.

- Podemos ficar perto, e tentar nos aprofundar nesse sonho, até sabermos quem é.

- Mas e se mesmo assim não puder evitar? Eu não posso perder mais ninguem.

- Não vai, faremos o possível, estarei sempre aqui.

- Obrigada, é muito importante - o apertou mais um pouco no abraço antes de solta-lo.

Então se afastaram, todo aquele clima pesado parecia ter se dissipado como fumaça e só sobrava os dois, num quarto iluminado por velas.

- Devia dormir, parece cansado - ela disse analisando a expressão de cansaço dele.

- E estou, mas precisava te ver acordar para conseguir descansar.

- Então descanse agora - fez uma pausa - teria alguma roupa sua para me emprestar? não estou acostumada a usar roupas assim, é tão... Estranho - sorriu.

- Você fica bem de kimono.

- Mas me sinto tão exposta, essa fenda, não gosto das minhas pernas.

- Pode pegar o que quiser no armário.

- Obrigada.

- Qual o problema com suas pernas?

- São marcadas, como todo meu corpo - disse com a rosto dentro do armário tentado distinguir quais peças eram o que por conta da baixa iluminação.

- Mas não se importou em treinar sem camisa - disse aparecendo com um castiçal atrás dela, iluminando onde ela tentava enxergar - essas vão ficar boas -  puxou duas peças pretas e a entregou.

Ela então se virou o encarando - É diferente - se afastou.

- Como?

- Só é diferente.

- Eu vi suas pernas no outro dia, são lindas.

Ela entao desvio o olhar, muito vermelha, tentado fazer o tecido que lhe cobria as pernas não se mover enquanto caminhava para a porta, trêmula tocou a porta pronta para sair.

- Espere - uma mão pousou na porta lhe impedindo de abrir - fique calma, está tremendo.

Ela então se virou, se deparando com ele tão próximo.

- Me diga como? Você fala esse tipo de coisa e espera o que?

- Apenas disse a verdade, você já deveria estar familiarizada com isso, você é linda, por completo.

Ela se sentiu enfeitiçada, sendo obrigada a olha-lo nos olhos.

- Por que está me dizendo isso? É alguma brincadeira?

- Jamais brincaria com isso - disse sério - achei que já havia ficado claro.

- Você poderia ter feito apenas o que viu, pode não ter sido real, você pode ter feito apenas por que achou que aconteceria, você mesmo disse que quando viu estava lá, como se algo o controlasse, pode ter sido induzido pelo sonho de outra pessoa.

- Fui controlado sim, mas pelo descontrole - se aproximou ainda mais, a fazendo engolir em seco - não ouse achar que eu não queria, ou que não sei o que quero, pois queria muito antes de você sonhar.

Desvendando Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora