Missão

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Quando ela abriu os olhos na manhã seguinte se levantou num pulo, primeiro por não saber como foi parar ali, e pela posição do sol estaria atrasada de seu horário habitual, se desvencilhou das cobertas quase caindo da cama, e enquanto se movia acelerada foi tirando as peças de roupa, no banheiro tomou um banho frio para terminar de despertar que deveria ter acontecido noite passada, penteou os cabelos o melhor que conseguiu com a velocidade que estava usando, já imaginando a cara feia que Tobirama já devia estar fazendo naquele momento, nem pensou em comer pois lhe gastaria tempo, voltou correndo para o quarto e vestiu as primeiras roupas que encontrou, uma calça preta como sempre e a camisa cinza, calçou suas sandálias e saiu correndo da casa tendo tempo apenas para tranca-la.

O caminho ficou bem gravado em sua cabeça por conta da atenção que prestou em meio ao silêncio da manhã anterior, mas nesta manhã não olhou os arbustos com frutinhas, nem as árvores altas com suas copas cheias, tudo foi apenas um borrão, chegou ofegante a entrada da mansão Senju, a porta estava aberta, então ela apenas andou vagarosamente e receosa de entrar sem permissão, ouviu barulhos vindo da sala de jantar e o seguiu.

Quando chegou encontrou a mesa novamente farta mas não havia ninguém, então sentiu uma mão quente envolver seu ombro a fazendo sentir um arrepiou por toda a espinha, seu coração ainda martelava por ter corrido toda essa distância, mas ela sentiu ele dar uma parada brusca antes de acelerar ainda mais.

- Está com fome? - sua voz soou tranquilo.

- Quer me matar? - disse ela ponto a mão no peito quando se virou e confirmou quem já sabia ser.

- Quero saber se quer comer - rebateu Tobirama que indicou a mesa.

- Não precisa - mentiu, mas antes que pudesse falar mais qualquer coisa seu estômago roncou alto.

- Ande, o dia será longo, precisa comer - seu olhar era inquebrável, e não tinha motivo para se opor.

Ela apenas acentiu e se sentou a mesa, com ele a seu lado, ela então pegou um pão doce de uma bandeira abarrotada deles e um copo de leite de uma jarra prateada e começou a comer, com ele apenas a observando, provavelmente já teria tomado o café, e parecia gostar de vê-la comer.

- Posso te fazer uma pergunta? - disse ele parece que receoso em perguntar, embora sua voz não tenha vacilado.

- Claro - disse ela com a mão em frente a boca cheia.

- Como conseguiu essas cicatrizes?

- Qual delas? Tenho muitas - ela bebeu um longo gole, limpou a boca e o encarou a espera da resposta.

Novamente ele pareceu incomodado em entrar no assunto, mas já era tarde de mais para recuar, então manteve o olhar e perguntou de uma vez.

- Essa no pescoço - apontou gentilmente.

- Ah - disse prendendo os cabelos que ainda estavam soltou deixando a marca mais exposta - essa pra falar a verdade eu não sei te dizer, teve um tempo em que eu era meio sonâmbula, e como morava na floresta acabava acordando em alguns lugares estranhos, esse dia eu acordei em um lago, morrendo de frio e com esse corte do pescoço, nunca descobri como.

- E ainda é sonâmbula?

- Acho que não - ela pensou um pouco voltando a comer - tem um bom tempo que não acordo em lugares estranhos, e agora que tenho pessoas por perto acho que alguém teria já dito - riu - vamos? - disse limpando a boca com um guardanapo.

- Sim - e ambos se levantaram indo para o porão de pedra.

Novamente Tobirama fez vários sinais de mão e a rocha virou uma porta, e ambos entraram tomando seus lugares e continuando de onde pararam, logo o almoço chegou e fizeram uma pausa mas logo voltaram continuando as atividades até o anoitecer.

Desvendando Tobirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora