hunting

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Escrito por: yoonie001

Notas iniciais: Um capítulo mais focado no Jimin e na vida dele, 'bora lá!

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Desde muito pequeno que Jimin admirava o pai. A melhor recordação que lhe vinha à cabeça quando mencionavam o nome do seu progenitor era os dois a decorar a árvore de Natal, juntamente com sua mãe, enquanto três canecas de chocolate quente descansavam no tampo da mesa da sala de estar. Após toda a árvore estar preenchida de bolinhas coloridas, o líquido fumegante era bebido e os três assistiam a um filme da época, com o mais novo a adormecer a meio do vídeo.

Lembrava-se também das noites frias de inverno, onde Hanseok chegava a casa, após uma caçada, e a primeira coisa que fazia era abraçar o filho, que estava aconchegado nos braços da mulher, adormecido. Claro que, com a diferença de temperatura dos corpos, o pequeno despertava instantaneamente, no entanto, sempre com um sorriso no rosto ao observar o mais velho.

Ao contrário da maior parte das crianças, que é mais apegada à mãe, o rapazinho de pele branca, bochechas rosadas e olhos amistosos sentia mais afinidade com o pai. Crescera na casa gigante e, apesar das únicas presenças que tivera ao crescer serem as damas de companhia contratadas pela mãe, a presença do progenitor era reconfortante para si.

E, quando se tornou mais velho, a mesma conexão não se perdeu. Jimin via o pai desaparecer pela manhã, ouvindo a mãe dizer-lhe que o homem trabalhava contra o mal, e o peito do adolescente enchia-se de orgulho. Considerava o progenitor um herói, que fazia de tudo para manter a vila segura, e sonhava um dia ser como ele: caçar monstros e proteger os aldeões.

Os dois homens da família eram como unha e carne.

Por isso, não se surpreendeu quando o mesmo o convocou para aprender consigo e, um dia, tornar-se caçador como ele próprio. Como membro ativo na sociedade e importante para os homens de estado, Hanseok tinha benefícios, e foi dispensado do serviço militar, assim como o seu filho seria quando tivesse idade para o fazer.

O progenitor sempre lhe dissera que teria muito orgulho caso ele fizesse parte da sua equipa, para combater o problema maléfico que vagueava pela povoação em forma de lobo. O mais novo ficou comovido e aceitou imediatamente, sentindo uma felicidade extrema ao perceber que a sua ambição de criança se tornava, finalmente, real.

Contudo, na primeira caçada que realizara na companhia do pai e dos seus empregados, Jimin rapidamente percebeu que, talvez, não fosse moldado para o cargo. A brutalidade da cena chocou o seu coração puro e, enquanto a criatura se transfigurava para a sua forma normal, Jimin não podia deixar de pensar que, algures na vila, a família daquele pobre homem esperava-o para tomar o pequeno-almoço.

Claro que não demorou até que fizessem uma visita à esposa da tal criatura, que nada negou sobre o conhecimento dos poderes do marido e não se debateu quando foi fustigada em frente aos seus descendentes. Jimin estremecia à medida que o tecido de couro atingia a pele nua da outra, afinal, o castigo por saber dos crimes do marido era humilhação pública, visto que o seu pai insistia em não matar inocentes ou cúmplices, ao contrário de Jihoon, um colega seu.

Quando conhecera o mais velho, ainda era um aprendiz e não era permitido assistir a qualquer caçada ou castigo, porém a maldade nos olhos do capanga do seu pai era reconhecível a quilómetros. Percebia-se que o homem apreciava ver o sofrimento na cara dos descobertos lobisomens, e ainda mais quando eles eram mortos de forma tão desumana, mas o que mais intrigava o filho de Hanseok era a cicatriz no lado esquerdo da sua face.

Nunca fora corajoso o suficiente para perguntar o que se havia passado e o porquê da ferida lhe decorar a face de forma tão sombria, assim sendo, sempre ficou nas escuras. E, após ver a brutalidade do homem perante as criaturas, nem sequer pensou mais no assunto.

O Lobisomem e o Filho do Caçador | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora