O destino é um jogo de azar

55 11 3
                                    

N/A: A música do capítulo é "Love is a losing game" da Amy Winehouse.

~

Pra você, eu fui uma chama

O amor é um jogo de azar


Você trouxe um grande incêndio

O amor é um jogo de azar

Era inevitável a amargura. Castiel amou mais do que foi amado, não importava quanto açúcar colocasse no café, ainda era amargo. Suspirou e espiou pela cortina, a casa era uma medida provisória, ele sabia que deixar Dean significava deixar tudo para trás. Era um jogo de azar, ele havia apostado errado e já havia perdido muito.

Se sentou na beirada da cama, talvez pudesse encontrar um lugar onde pudesse apagar a chama em seu peito com as gotas frias da chuva. Algum lugar cinza, precisava fazer algo para se acostumar com a cor.

Por que eu desejo nunca ter jogado?
Oh, que bagunça nós fizemos
E agora o último lance

A primeira noite na casa vazia fez o anjo chorar. Dean não estava ali e ele sabia que não voltaria. Queria nunca ter caído, nunca ter sentido nada daquilo. Ainda pensava em Amara e nas outras. A bagunça da mudança havia revirado as memórias.

Se o Winchester jogasse aquele feixe de vida sobre ele novamente, sabia que não havia escolha senão aceitar que aquele era o abismo onde encontraria seu descanso. Mas Cas sabia que Dean não viria.

Em jogo na mesa
O amor é uma aposta perdida
Acima do que eu poderia cobrir

Se declara profundo
Até acabarem as fichas
Embora você seja um apostador
O amor é uma rodada perdida

O moreno esperou, mas o a temporada de chuva passou com um borrão de caneta no calendário, então o inverno, depois a primavera e tudo de novo. Castiel descobriu que o cinza poderia se tornar azul, algo que partia só dele. Não era a mesma coisa, mas o tempo dele e Dean havia acabado. As apostas haviam sido feitas, agora precisavam arcar com a consequência o que fizeram.

O café amargo começou a parecer bom, não como deveria ser, mas como era possível que fosse.

Por mais que eu esteja cego
O amor é um destino conformado
As lembranças estragam minha mente

De probabilidades fúteis
E do qual os deuses debocham
E agora o último lance

Observar o campo pela varanda se tornou rotineiro, as vezes a mente de Castiel vagava para lugares onde ele desejava estar, mas de que isso servia?

Ele ainda fechava os olhos e via resquícios dos olhos verdes, do sorriso, do calor daquela chuva que parecia como verão. Sonhar era quase como ter asas, até ele lembrar a dor da queda. Pouco a pouco, após esses momentos, voltava ao presente. Conformismo havia ajudado a superar, ou algo próximo a isso.

Não havia como dar certo, mesmo que as lembranças frequentemente estragassem seus planos de esquecer e seguir em frente como gostaria. Deuses e paraísos nunca pareceram tão distantes de anjos.

Mas era apenas questão de sorte. "Quem sabe em outra vida?"

O amor é um jogo de azar 

Verde vivo e azul céuOnde histórias criam vida. Descubra agora