São 5 da manhã e minha mãe me acorda, batendo em meu quarto.
Levanto assustada, vou ao banheiro e apenas lavo o rosto e escovo meus dentes, meu cabelo estava volumoso, porém, lindo, parecia um leão, na verdade me sentia um, me sentia vitoriosa. Corri para a cozinha, estava morta de fome, encontro meu pai já na mesa, com um copo de leite em mãos e uma cara nada alegre, apenas olha em minha direção e diz:
- Bom dia, moça do mundo, dormiu bastante? Acho que dormiu muito bem, não é mesmo? Só não sei aonde foi.
Fiquei calada, não tinha como me defender, era melhor do que eles saberem que cometi um assassinato. Minha mãe, por mais que eu odiasse minha família, ela não merecia isso. Então, coloquei perto de papai a quantia em dinheiro que Dona Dulce havia me entregado aquela noite, e me retirei dizendo:
- Bom dia, Dona Dulce te pagou, e disse que fiquei linda com o vestido que ela me deu, agradeço muito a ela por me ajudar quando me machuquei ontem.
Papai se retirou logo depois com os olhos cheios de ódio, mamãe foi limpar a mesa, e eu, fui para meu quarto, não sabia o que fazer, sentei e refleti um pouco sobre meu pai achar que eu passava a noite vadiando.
É que nunca senti nada por algum menino, apesar de já ter uma leve vontade de transar com uma amiga de infância, a Hanna, ela sempre foi linda, cabelos loiros, lábios vermelhos e uma pele macia, aquela garota me fascina até hoje, inteligente, olhos profundos. Aiai... Depois dela, nada mais me deixava assim, a não ser a noite passada.
Como não achava ninguém digno de se casar comigo e já tinha acabado os estudos, não sabia mais o que fazer, sentia uma leve vontade de cursar literatura, porém não tinha recursos, muito menos a permissão de meus pais, eles queriam que eu seguisse com a geração de mulheres escravas. Ódio!.
Contudo o que aconteceu, desde aquele dia estranho, estava disposta a mudar, deixar ela me guiar em todos os sentidos...
Mais tarde, tomei um banho, lavei o vestido que havia ganhado de Dona Dulce, mas continuei com o laço, ele me fazia parecer uma criança, meio a tanta maldade, e eu gostava disso. Peguei outro vestido em meu guarda roupa, ele estava com uma pequena parte descosturada, peguei a agulha e logo dei um jeitinho bem rápido. Saí as pressas silenciosamente com a intenção de que meu pai não percebesse, mas ele olhou e logo em seguida me chamou.
- Liz, onde pensa que vai ?
- Vou.. vou a Dona Dulce, ontem ela não estava muito bem quando fui embora, então acho mais que meu dever ir lá saber se está melhor.
- Vou deixar, pois preciso que entregue uns pães a ela, entendeu? não quero que demore e tenho certeza que essa velha vai me pagar só final do mês. Diz ele ranzinza.
- Claro senhor.
Então ele pega alguns pães, coloca em um saco de papel e me entrega. Em seguida, saio rapidamente pela porta sem dizer mais nada.
Queria muito sair e dar uma olhada por aí, talvez até visitar o corpo do cafajeste estuprador se ainda estivesse lá, mas fui direto à casa da senhorinha. Chegando lá, ouço umas vozes conversando, isso não é normal, a Dona Dulce não recebe visitas, a não ser eu, fiquei confusa e bati na porta, quem me atendeu era uma menina surpreendentemente linda, fiquei encantada, ela olhou para mim com seus belos olhos negros, sorriu e disse:
- Liz? É você?
Fiquei pálida quando ouvi, não era possível, ela havia se mudado para uma cidade grande, isso faz 7 anos.
- Hanna? que saudade, o que você está fazendo aqui? Falei olhando para sua linda boca e depois percebendo o quanto Hanna tem seios enormes, fiquei envergonhada.
- Eu vim passar uns meses com minha avó, meus tios deixaram a coitadinha de lado, e ela é especial para mim, foi ela quem me criou até os meus 5 anos de idade, logo depois fui morar com meu tio Marcos, e conheci você. Diz ela me abraçando e com brilho nos olhos.
- Eu trouxe o pão que sua avó sempre encomenda para meu pai, e ver se ela estava bem.
- Acho que está sim, ela se deitou no quarto para descansar, tomou remédio e só acorda a noite, então somos só nós duas.
- Isso é ótimo. Sabe Hanna, não aconteceu muita coisa enquanto estava fora, aqui continua a mesma coisa, eu terminei os estudos e trabalho na padaria do meu pai, até eu me casar ou sumir daqui de alguma maneira.
- Ah, sempre do contra né mocinha, isso sempre me encantou em você. Disse Hanna pegando em minhas mãos.
- Obrigada, eu nem sei o que dizer.
Ela olhou e simplesmente sorriu, sorri de volta sem perceber.
Era incrível, como Hanna consegue despertar meu lado doce mais sincero junto ao pior de forma positiva.
- Como foi na cidade grande, em ? interfiro na troca de sorrisos pois já estava vermelha.
- Foi incrível, AMIGA EU BEIJEI GAROTOS, e garotas... fumei, bebi, cantei, dancei, me senti livre. Diz ela empolgada.
Senti meu corpo quente ao ouvir isso.
- E como foi?...
- O que exatamente ?
- Beijar garotas. Digo curiosa.
- Mágico, me senti quente, aprendi umas coisas com os dedos e com a língua, se quiser eu te mostro... Diz ela dando uma risadinha e tampando o rosto.
- Si.. Não precisa... Respondi nervosa e confusa.
Ela olha diretamente em meus olhos e me dá um selinho rápido.
- Sempre quis fazer isso contigo, nunca tive coragem. Desculpa qualquer coisa eu não resisti.
- Eu também!
- Eu também o que ?. Diz ela confusa.
- Eu também sempre quis fazer isso.
Olhei em seus olhos, fechei os meus aproximando meu rosto e dei outro beijo, o que era para ser um selinho se transformou em um beijo de língua quente, que me deixava eufórica, então senti minha alma ferver, meu coração bater mais forte. Ela desceu a mão, primeiro em minha cintura, levantando minha blusa levemente, depois em minha bunda, se deitando em cima de mim aos poucos, Hanna foi beijando meu pescoço, apalpando meus seios. Queria dar a ela prazer, mas fiquei paralisada, apenas deixei ela tomar conta da situação. Então, foi descendo a mão com seus dedos delicados tocando cada parte até chegar ao ponto quente, começou a mexer os dedos dentro de mim, eu quase gemia, porém tinha que me controlar. Então, ela sobe novamente e diz:
- Vou pegar um brinquedinho para deixar a brincadeira mais divertida.
Continuo paralisada sem saber como cheguei nesse ponto tão rápido, o desejo era tanto, foi guardado a tantos anos que uma simples conversa de alguns minutos se transformou nisso.
Ela se levanta e logo em seguida escutamos um barulho, parecia algo muito grande caindo no chão, arrumei meu vestido e corri até o quarto de Dona Dulce. Era ela, caída no chão, aparentemente os remédios eram mesmo fortes. Olho para o rosto de Hanna e ela corre para pegar um gelo, caso sua avó tenha batido a cabeça. Olho para as paredes e solto um "puta que pariu".
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Sra. Demônia
General FictionBela dama, doce, com olhos de anjo, voz de algodão e uma imensa escuridão devastadora em seu interior. Desejo, mentira, ganância , amor, ódio, solidão, pensamentos, pensamentos, pensamentos e pensamentos que fizeram da bela dama uma serial kill...