Já eram 5 da tarde, estava magoada, não sei se essa palavra encaixa, então prefiro dizer confusa, fui me arrumar para o encontro com Bob.
Peguei uma toalha, e o vestido que dona Dulce havia me dado, além de ser meu vestido mais bonito também servia para mim lembrar a mim mesmo o quanto sou forte e tenho que enfrentar essa noite como a outra, sinceramente minha vontade era de ir com o mesmo vestido que usei na melhor noite da minha vida, sujo de sangue... Pingando sangue... Sangue, ele era como um troféu.
Me perdi nos meus pensamos mas acabei voltando quando ouvi meu pai me gritando com a intenção que eu me arrumace para o jantar. Mesmo assim tomei um banho demorado, até dancei na água do chuveiro, estava certa do que iria fazer. Sai do banheiro me enrolando na toalha já penteando meus cabelos que insistiam em ficar livres, passei um hidratante de mamãe vesti minha roupa, tentei procurar um batom, achei um vermelho, combinava comigo apesar de odiar batons por melar minha boca. Estava me sentindo bela.
Corri até a cozinha para dar um beijo em mamãe, não sei se voltaria para casa hoje, meus olhos se enchiam de lágrimas ao ver o rosto dela limpando toda aquela casa sozinha para não ouvir os discursos de papai. Prometi a mim mesma que tentaria ajudar ela, pelo menos tentaria.
Alguém bateu na porta... Achei que era ele, mas fiquei surpresa quando vi o rosto de Hana com um belo sorriso.
-Hana?..
- Liz, me escute, hoje depois do jantar as 3 da madrugada...
-Espere, venha cá, imagina se meu pai escuta. Falei baixinho.
- Esse não é meu lugar... Nunca foi, eu voltei por você, sentia culpa mas minha vó não é o motivo completo, eu vim para me aproximar de novo de você, não quero ficar sem você. Liz... Eu... Eu te amo.
Fiquei calada, sem reação, estavamos no escuro, meus pais estavam ocupados e eu só pensava em fazer uma coisa, uma coisa para mostrar o que sinto. Sem pensar mais a beijei, um beijo doce meio amargo, um beijo apaixonado, um beijo curto... Depois disso tive mais certeza do que queria.
Vi o rosto de Hana e notei o batom borrado em seus lábios, sorri por achar fofo e falei:
- Está tudo decidido, no caminho tenho que te contar uma coisa, não sei como será sua reação mas lembre que eu amo você.
- vou te esperar as 3 na esquina, não se preocupe arrumei um carro. Diz Hana já correndo para ir embora.
Observei o balançar do vestido dela que enquanto corria me hipnotizava. Olhei o relógio e já eram quase 7 horas, corri para meu quarto, limpei meu rosto e não passei novamente o batom, me imaginei como jantaria com esse negócio em meus lábios.
Ouvi alguém batendo na porta novamente, agora quem atende é minha mãe, escuto a voz de Bob, esperei até que minha mãe me chamasse para descer, não queria parecer desesperada, olhei no relógio e vi que ele é um homen pontual.
Minha mãe foi ao meu quarto, falou que já era para descer e não deixar o moço esperando, meu pai estava estava já lá na sala a minha espera também. Desci as escadas, bem devagar e ajeitando o cabelo delicadamente, ele me olhou como uma criança olha para um doce.
- Você está linda, minha bela dama...
- Vamos?. Já respondo interrompendo de uma vez o papinho furado. Sinceramente, ele sabia ser romântico quando lhe era conveniente.
- Sim, vamos, é difícil te agradar.
- Nunca disse que era fácil.
- Liz, seja mais educada!. Diz meu pai com medo de que o Bob desista de mim.
- Obrigada pelo elogio, você está muito bem de terno. Acabo sedendo, não pelo meu pai, mas eu deveria ser delicada, afinal era a última vez que olharia na cara daquele homem.
- Sem enrolação, agora vamos senhorita reservei um restaurante para nós dois. Diz ele me dando a mão.
Entrelaçou meus braços aos dele, eu simplesmente deixei. Em frente de casa vi o carro preto, era lindo, ao lado vi a vizinha que vivia me chamando de lésbica e falando de nossas vidas, aproveitei e fiquei mais perto de Bob, agora ela teria realmente o que falar de mim, e sei que causo inveja por isso tanta conversa fiada.
Entramos no carro, achei que ele iria dirigir, mas não, Bob tinha um motorista, então fomos os dois no banco de trás. No meio do caminho implorava em meus pensamos que o restaurante chegasse rápido não suportava mais aquele homen tetando segurar minhas mãos.
Enfim chegamos, nunca havia entrado naquele lugar, lá tinha poucas pessoas, tocava uma música clássica, eu realmente gostei. Me sentei e as poucas pessoas que via, já me olhavam estranho. Aparentemente, Bob era conhecido naquele lugar. Um garçom bem vestido e educado já veio servindo vinho.
- Liz, você gosta de vinho ?
- Adoro. Minto, pois nunca havia provado e sempre tive vontade.
- Sirva uma taça para minha bela dama por gentileza?
Olho bem para aquela taça, e dou um gole pequeno, aquilo era muito bom e saboroso, aposto que Hana já havia provado e muito. Como eu queria que ela estivesse aqui, só nós duas, vinho, conversas, horas e horas a sós...
- Obrigada, Bob.
- Aparentemente você gostou do vinho, já provou desse ?
- Não, dessa marca nunca.
- Queria conversar um pouco sobre negócios, vamos ?. diz Bob com um belo sorriso, porém me dava nojo.
- Claro. respondi com fogo nos olhos.
- Gostaria lhe te dar uma quantia, quero que amanhã, se arrume, compre roupas, vá ao cabeleleiro, deixe seus lindos cabelos saudáveis, compre, tudo, tudo que precisar, você é linda porém quero que seja uma mulher de classe.
-Qual motivo de tudo isso ?. Respondo séria.
-Vou levá-la a uma galeria de arte do meu melhor amigo e mais a noite teremos algumas programações entre a gente... Seu pai autorizou tudo. Desculpe-me Liz, não aguento esperar e acho que esse é o melhor jeito de nós nos aproximarmos melhor, se é que me entende. Diz Bob, segurando minha mão, olhando para meus lábios. Fiquei desconfortável com isso, mas não me deixei levar e trata-lo mal, aliás essa seria uma ótima oportunidade.
- Claro, eu aceito tal presente. Falo retirando minha mão de baixo da dele, porém com um sorriso leve para não parecer ingrata, por mais que eu seja.
- Eu que agradeço, você é esplêndida, Liz. Diz o tal meio sem jeito.
Continuo sorrindo e me levanto em direção ao banheiro precisava sair daquela situação antes que ele tentasse algo.
- Onde vai ?. Diz Bob.
- Ao banheiro, já volto tudo bem ?.
- Tudo bem. Ele responde ja se levantando para me acompanhar.
- Não precisa me acompanhar eu vou só.
- Não, eu vou te acompanhar sim, sou seu parceiro essa noite.
Logo eu simplesmente sai andando calmamente até o banheiro sem ter o respondido, não importa o que falasse ele iria me perseguir.
- Aguarde aqui na porta, certo ?.
Ele me olha e vê que só havia nós dois naquele corredor, sem mais nem menos apenas pega em minha mão e segura meu rosto.
-Liz, apenas um beijo, apenas um?. Diz ele em baixo tom de voz.
Fico calada e olho em seus olhos, e me sinto intimidada e em um piscar de olhos, ele me beija, apesar de não aceitar o beijo, Bob me segura forte com uma mão e a outra aperta meus seios fortemente, me assusto, simplesmente termino de entrar no banheiro correndo quando ele me solta, meus olhos se enchem de lágrimas, me lembrava da pobre criança molestada naquela noite, minha cabeça só pensava nisso, não aguentava mais, até que as lágrimas caíram, me veio um sentimento de dor, de ódio, queria o furar com pregos mas dessa vez não dava, me senti fraca e intimidada.
-Liz, saia daí. Diz ele com um tom de voz meio nervoso
Limpo meu rosto e me recupero, saindo com sangue nos olhos.
-Não quero mais jantar, me leva para casa, por favor?. Amanhã vai ser meu dia de compras, vai me ver bela e vamos a galeria e... e vamos aproveitar.
-Não queria que a noite acabasse aqui acho que não deveria ter feito isso, não aqui.
-Eu amei, apenas fiquei sem jeito. Minto novamente, agora para deixar a situação menos constrangedora.
- Amanhã verá tudo que quero mostra-la, agora vamos, te levo até em casa.
No caminho de casa foi um silêncio total, eu logo queria chegar em casa, ainda era cedo não passava das 9 da noite.
- Já chegaram ? Diz meu pai.
- Sim, vou para meu quarto o jantar foi incrível. Falo já me retirando.
- Deixe-a ir foi cansativo. Diz Bob sorrindo.
Corro para meu quarto precisava esperar, e pensar em algumas coisas, será que Hana iria aparecer?.
- Senhor Ruan, queria conversar sobre negócios com você.
- Sim Bob... prossiga.
- Vou deixar uma grande quantia de dinheiro com você, amanhã Liz deverá ficar bela para mim. vou saber se foi entregue todo dinheiro a ela, não aceito traquinagens.
Acabo escutando tudo do meu quarto, precisava saber onde ficaria esse dinheiro. Fico bem quietinha e escuto eles conversando, aparentemente meu pai guardaria todo dinheiro em um pote na cozinha, minha mãe já havia dormido então eles nem se preocuparam.
Bob vai embora e prefere não se despedir de mim, os dois acharam que eu já havia dormido. Aguardo meu pai se deitar e voltar a dormi, sinto um ódio em meu peito, dúvida e dor em meio isso tudo meu corpo simplesmente cai de cansaço e eu cochilo, mas, acordo umas horas depois, com um barulho estranho, algo sendo jogado na janela, quando vou abro, e me deparo com uma pedrada no nariz, ao olhar a janela, fico nervosa mas me tranquilizo ao perceber que era Hana. E ao lembrar do plano, penso " puta que pariu".
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sra. Demônia
General FictionBela dama, doce, com olhos de anjo, voz de algodão e uma imensa escuridão devastadora em seu interior. Desejo, mentira, ganância , amor, ódio, solidão, pensamentos, pensamentos, pensamentos e pensamentos que fizeram da bela dama uma serial kill...