" Tudo que quero, eu consigo".

15 5 1
                                    

Dona Dulce havia batido a cabeça, mas estava bem, apenas deu um galo de leve. Hanna ficou desesperada ela sempre é muito preocupada, e eu tentei acalmar as duas.
- Senhora, vá tomar um banho quentinho, para se acalmar um pouco, foi só um tombinho para crescer, como diz minha mãe. Vai ficar tudo bem. Disse olhando para ela e passando a mão em seus cabelos grisalhos.
Logo depois ela levanta e vai para o banheiro. Imediatamente Hanna olha para mim e diz:
- Obrigada, se fosse eu, não saberia o que fazer com minha avó. E me desculpa Liz, acho que me excitei muito aquela hora...
- Ei, eu to aqui para ajudar, e o que aconteceu aquela hora poderia continuar depois né?. Digo envergonhada mas dando uma risadinha.
Ela ri e me responde:
- Aaaah sua bobinha, outro dia continuamos quem sabe, hoje já senti muita adrenalina para um dia só.
- Tem razão, e está ficando tarde, meu pai vai me matar, então acho melhor eu ir. Digo já em direção a porta.
Hanna corre para o meu lado, me da um abraço e diz :
- Liz, saiba que vou ficar aqui algumas semanas ainda viu ?
- Vou aproveitar cada dia dessa semana. Digo mordendo os lábios.
Hanna dá umas risadas, e me da de surpresa um tapa na bunda. Fico envergonhada saiu pela porta dando um sorriso.
Tento andar rápido, demorei até demais na casa de Dona Dulce. Depois de alguns minutos chego perto da porta de casa. Escutei vozes conversando, era de dois homens, um deles meu pai, mas o outro, não sabia identificar, achei estranho eles riam enquanto conversavam, pareciam estar todos felizes. Imaginei ser alguém de negócios. Mas não.
- Boa tarde pai, cheguei. Digo abrindo a porta e topando de cara com um rapaz, aparentemente de uns 28 anos, bem vestido, e que não parava de me olhar de cima a baixo.
- Liz, esse é o Bob, ele veio com ótimas intenções referente a você e a nós, faz alguns meses que conversamos por ligações, ele veio da América para te ver.
- Ah, oi, Bob... Digo com voz baixa e confusa.
- Olá Liz, você é linda!. Diz ele alegrinho até demais para o meu gosto.
- Obrigada.
- Eu sei que deve ser estranho, mas apesar de já assinarmos um contrato, seu pai e eu. Queria conhecer você melhor e te explicar o que está havendo.
- Então explique-se por favor.
- Faz um ano, que vim a essa cidade para alguns negócios, e vi você, conversando com uma outra garota, não conseguia tirar os olhos de você, quando fui chegar perto, já tinha saído e não te encontrei. Passei semanas tentando te encontrar e saber mais sobre a moça que vira, você. Até que passei em sua casa pois queria conversar com seu pai, ele me devia uma quantia muito significativa de dinheiro, até que vi sua foto na estante da sala, e finalmente te encontrei.
- Ele "devia"?... Então papai conseguiu te pagar?. Digo um pouco mais animada, porém já sabendo o que estava por vir.
- Tecnicamente, sim Liz, pagamos com ouro... Você, é o ouro. Bob é um bom homem que vai te dar uma ótima condição financeira, e se vocês se casarem, a dívida estará perdoada e eu e sua mãe estaremos aliviados.
- Mamãe concorda com isso? Não estou preparada para casar, não dei nenhuma permissão.
- Liz, você não tem escolha, vou te dar 1 mês para se apaixonar por mim e se despedir de seus pais, Depois disso vamos morar em minha mansão, se dentro deste mês você não se sentir bem comigo, meus homens vão apenas te levar e terá anos para se acostumar, eu e seu pai já temos um contrato, mocinha.
Fico surpresa com isso, não sei o que responder, Pensei mais um pouco, tive uma ideia, um pouco arriscada, mas é melhor do que viver presa á um homem que já estou odiando.
- Ta bom. Vai me conquistar, me levar para jantar e me dar joias, certo?. Digo com um tom de voz mais firme.
- Muito mais que isso, minha querida Liz...
- Ainda não me chame de querida!.
- Certo, aguarde o dia em que você me chamará de querido. Não entende né, Liz ? Sou Bob Jacosb, tudo que quero, eu consigo!.
Sinto uma certa autoridade em suas palavras, Mas não me recolhi, pois sei, que durante 1 mês, ele vai obedecer a mim. Ele não entende não é mesmo. Bob não conhece Liz Marjure, e tudo que eu quero, eu consigo!.
- Amanhã quero jantar, apenas nós dois, já que você é o Bob blá blá blá, pode pagar no restaurante mais caro, certo ?
- Claro, Amanhã te pego as 7, está bom para a senhorita?
- Sim, agora vou me banhar, até amanhã.
- Não vai me dar nem um abraço?. Diz ele sorrindo já pensando estar com a vitória ganha.
- Amanhã, mocinho. Digo com um sorriso de lado e apenas vou em direção ao meu quarto.
Bob chama meu pai que já estava na cozinha à alguns minutos, conta que irá me levar para jantar amanhã as 7 e se despede já saindo pela porta.
Em meu quarto, eu tranco a porta e começo a tirar minha roupa, lembro de cada segundo com Hanna, lembro dos dedos delicados daquela dama, e da mão bruta de Bob, eu realmente me recuso a me deitar com aquele canalha. Me enrolo na toalha e vou tomar meu banho, a água estava fria, novamente faltava energia e comecei a pensar no quanto a vida dos meus pais iria melhorar se me casasse, mas não, eu vou melhorar a vida deles e me livrar deste casamento. De todo jeito eu tinha que sair daquele lugar, já estavam iniciando a investigação contra o caso do canalha que matei. De longe, me casar seria a melhor opção, mas não para mim!.
Saio do banheiro e me arrependo por não ter pegado o telefone de Hanna, queria apoio dela, queria muito contar algumas coisas para ela, sentia que poderia me entender.
Ouço minha mãe me chamar.
- Liz, poderia me ajudar a limpar o quintal por favor ?.
- Claro mãe, vou apenas me vestir.
Pensei em vestir o belo vestido que havia ganhado de Dona Dulce, mas iria suja-lo então deixei para usar amanhã no jantar, peguei um vestido bem velho que achei pela frente, coloquei em meu corpo e amarrei meus cabelos.
Chego perto de minha mãe, ela me olha com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu... Não queria isso para você, sabe disso não é mesmo, minha Liz ?
- Eu sei, papai fez tudo sozinho e a senhora não sabia, não é?
- Sim, fiquei sabendo ontem, mas não sabia que viria hoje, era para ter te contado, desculpa.
- Tudo bem. Digo com voz calma, logo em seguida pegando uma vassoura e começo a varrer o chão.
Não falamos mais nada, apenas varremos, e depois de acabarmos, mamãe foi fazer o jantar e eu ajudei papai a guardar os pães que haviam sobrado. Sentamos a mesa e jantamos, estava tudo quieto, apenas comemos e cada um foi para seu quarto.
Não consegui dormi direito aquela noite, tinha que arrumar uma desculpa para ir ver a Hanna, e chegar a tempo para jantar com o desgraçado. Pela primeira vez, minha vida estava agitada e mesmo com tudo isso, eu estava animada.


Sra. DemôniaOnde histórias criam vida. Descubra agora