Segredo Madrigal [Em Pausa]

Capítulo 3 - Segredos

Quando entramos no quarto, Isabela esqueceu rapidamente do assunto e foi para um bem aleatório.

-- Olha essa árvore que eu fiz ontem! Eu ia te mostrar ela ontem a noite, mas você estava sonhando com o Camilo, o que você achou?

-- Aw, que graça! Qual o nome dela?

-- Batizei de Arvore-Princesa. Você gostou? Acha que tem como melhorar?

-- Isa, ela tá perfeita assim, e você pode fazer mais. Você pode estender o seu poder sem melhorar o que já esta perfeito!

Mesmo tentando não ser mais a "Perfeitinha da família", Isa ainda tenta fazer tudo com perfeição, as vezes até sem perceber, o que a enlouquece as vezes.

-- Ah! Você pode dar uma para o Camilo quando for pedir ele em namoro!

-- Você tá sendo muito precipitada.

-- Tá, então me responde com sinceridade, você gosta dele? -- Reviro os olhos, ela não cansa mesmo.

-- Bom, era uma vez...

-- Mas como haveria de ser duas vezes ou três? Quanta burrice.

-- Eram dois primos, e esses primos eram a gente, eu comecei mal?

-- Sim.

-- Esquece o que eu disse! Veja bem, é que agora, agora., é um momento meio...

-- MIRABEL, ADMITE LOGO!

-- Não sei! Tá bom, não sei, não tenho certeza.

-- Mirabel, você gosta dele!

-- Já disse que não sei!

-- Isso não foi uma pergunta.

-- Tá bom então, se você diz.

-- Então, rosas ou orquídeas?

-- Pra que?

-- Nada não. Só to querendo fazer umas decorações novas pela casa.

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ISABELA MADRIGAL

-- Camilo! -- Passo pela porta do quarto euforicamente, nem eu sabia que estava tão feliz assim. -- CAMILO! -- Grito de novo sem ter obtido respostas inicialmente. -- CAMILOOO!

-- Que foi Isabela? Gritando desse jeito até o Abuelo Pedro consegue te ouvir.

-- Advinha?

-- Isa, meu dom é me transformar em outras pessoas, não sei ler mentes.

-- Grosseiro.

-- Você que falou coisa idiota.

-- Tá bom, só ia te contar o que descobri sobre a Mirabel, não vou mais. Tchau Tchau. -- Digo abrindo a porta para sair, mas Camilo entra na minha frente bloqueando a passagem e fechando a porta novamente.

-- O que descobriu?

-- Desenvolve leitura de mentes e descobre. -- Esbravejo saindo, não sei porque ainda tento conversar com ele, mas é incansável, Camilo me puxa de volta. A insistência deve fazer parte do DNA Madrigal.

-- Tem relação com aquilo que a gente conversou? 

-- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe.

-- Nem se você for falar com a Ana? -- Sinto meu rosto corar na mesma hora que escuto o nome da menina de cabelos claros e ondulados, que Camilo também se transformou diante de mim.

-- Como você...

-- Dolores.

-- Fez sentido.

-- Eai?

-- O que?

-- O que tem a Mirabel?

-- Não quero mais contar.

-- Se a Abuela soubesse disso.

-- Saber do que? -- Devo ter aprendido com a Mirabel a me fazer de tonta desse jeito, é muito útil.

-- Que você sai de noite para se encontrar com uma garota.

-- Eu sou adulta, não começa.

-- Tá bom, vou contar então -- Meu coração para por alguns segundos, Abuela não pode saber de nada, não ainda, não assim.

Antes que ele possa sair do quarto, faço cipos que o puxam e o deixam amarrado em sua cama, Mirabel já tinha gastado todas as minhas paciências, e ele consegue me deixar no negativo. 

-- Vai passar a noite amarrado.

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MIRABEL MADRIGAL

Estou me sentindo tão tranquila depois de ter falado com Isabela, é estranho, mas muito bom, me deu uma leveza interior tão grande, sinto que posso dormir tão bem hoje.

"Por favor, mas sem sonhar com o Camilo, ou pelo menos não ficar falando o nome dele, pra mim já ta bom"

Deito na cama, sinto minhas costas doerem, acho que fiquei tão tensa durante a conversa de hoje, que sinto tudo doer.

Acho que vou procurar minha mãe, saudade de seus bolinhos de chuva. Vou primeiro para seu quarto. Ando pelo corredor e vejo Camilo saindo do quarto, ele está cheio de marcas vermelhas pelo corpo.

-- Camilo? Você tá bem? O que aconteceu? -- Falo enquanto ando até ele.

-- Sim sim, bom, mais ou menos, tava indo procurar a tia Julieta, tropecei no meu quarto, ai deu no que deu.

-- Ta ardendo muito? -- Digo tocando em seus braços vermelhos.

-- Um pouquinho -- São as ultimas palavras que lembro de ouvir antes de ficar presa em seus olhos, antes da Casita mexer os pisos nos levando até a mamãe, e nos derrubar um sobre o outro quando chegamos ao nosso destino, quarto da mamãe.