Capítulo 7

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❀ BROKEN HEART  ❀

POV MIRANDA





— Querida, não devia ter descido as escadas.

Afirmo e vou até ela.

— Quem sumiu? — Ela insiste.

— Ninguém sumiu, Cassidy. Sua mãe é exagerada.

Eu digo e ela pra mim e pra Andrea.

— Como você está, meu amor?

Andrea se levanta e vem até a filha. As duas se abraçam, mas Cassidy parece analisar meu semblante. E eu tento manter o mais impassível que consigo.

— Vamos voltar pra cama, meu amor. A mamãe vai ajudar.

Eu afirmo e a pego no colo. Subimos as escadas e eu a coloco na cama.

— O procedimento pelo qual você passou, Cassidy, é muito delicado. Não pode fazer movimentos bruscos ou subir e descer escadas. Precisará se preservar até que esteja completamente recuperada. — Afirmo.

— Escute a sua mãe, meu amor. — Andrea diz.

Recebo uma mensagem simples no meu celular de Caroline.

Eu estou bem.

— Ela sumiu? — Cassidy nos questiona.

— Não. Ela não sumiu. Acabou de me mandar uma mensagem dizendo que está na casa da amiga. Vai ligar mais tarde. — Digo olhando para Andrea que sorri para mim e acena com a cabeça em compreensão.

— O que acha de ficar um pouco com a sua mãe? Eu preciso resolver algumas coisas burocráticas do hospital por telefone.

Digo alisando a perna da minha filha e olho para Andrea que sorri afirmando que está tudo bem.

— Se precisarem de alguma coisa, estarei no meu escritório.

Elas confirmam. Beijo a testa minha filha e saio pela porta fechando-a atrás de mim. Chego ao meu escritório e ligo mais uma vez para Caroline. Vai direto para a caixa postal mais uma vez.

— Caroline, ligue para mim. Essa não é a hora de fazer isso. Você não foi para a casa da sua mãe. Uma mensagem dizendo que está bem não é suficiente para mim e você sabe. Por favor, retorne essa ligação, meu amor.

Desligo o celular e aguardo a chamada que não chega. Meu celular toda e me decepciono quando percebo que não é a minha filha.

— Alô?

Doutora Priestly?

— Olá, Beck. Como está?

Estou bem. Liguei para saber se sua filha está bem.

— Ela está bem. Se recuperando bem.

Que ótimo. A doutora precisa de algo? O hospital está a sua disposição.

— Não, querida. Está tudo bem. Mas agradeço a sua atenção.

É um prazer.

— A doutora Klinger já ocupou o cargo?

Já sim. E devo dizer...Não estamos felizes.

Eu acabo rindo da declaração de uma das minhas internas.

— Vocês vão acabar se acostumando.

Improvável.

Sorrio com a sua declaração de fidelidade.

Doutora? — Ela me chama.

— Sim?

Bom...É...Sei que não é um bom momento. Sei que está muito preocupada com a sua filha, mas quando quiser...E se quiser, poderíamos sair para tomar um drink e conversar um pouco.

Não é a primeira vez que Beck se mostra interessada por mim. Ela sempre respeitou o meu casamento. Jamais notei qualquer sinal se desrespeito da sua parte. Mas agora todos sabem que estou divorciada. E ela fez esse mesmo convite três semanas atrás.

Ainda está aí, doutora Priestly?

— Estou, Beck. Querida, é...Como você mesma disse. Estou completamente focada na recuperação da minha filha no momento. Infelizmente terei que recusar.

Oh...Claro. Tudo bem. Me perdoe se eu a ofendi.

— Não ofendeu.

Eu a respondo.

Que bom, doutora. Não era realmente a minha intenção. — Ela diz. 

— Apenas é um momento inoportuno. Mas...

Mas? — Sinto esperança em sua voz.

— Mas obrigada.

Claro. Se quiser, é só me ligar. Eu posso ser paciente.

Sua resposta me deixa surpresa.

— Tudo bem, até mais Beck.

Até, doutora Priestly.

Desligado e eu fico parada por alguns instantes. Uma jovem notável em sua profissão está deixando claro o seu interesse por mim. Não que eu esteja interessada ou tentada a aceitar. Ainda amo Andrea profundamente. O fato é que me sinto valorizada e lisonjeada por ser "cortejada" por uma jovem e bela mulher. Saio do escritório e sigo para a cozinha. Me sinto cansada e desencorajada a cozinhar. Abro o aplicativo de um restaurante aqui perto. Possivelmente Andrea vai passar o dia conosco. Volto a me preocupar com a aparência de Andrea. Ela parece anêmica e mais pálida que o normal. Faço um pedido com diversos vegetais. Vai ser bom para todos nós.

E o dia passa lento. Almoçamos no quarto com Cassidy dividindo conversas aleatórias. Andrea se propõe a passar parte do dia com a nossa filha. O que me dá espaço para descansar um pouco. Desde antes da situação com Cassidy, eu estava com um enorme déficit de sono.

Acordo e percebo que a noite já havia caído. Saio do meu quarto e vou até o quarto de Cassidy. Ela está adormecida sozinha em sua cama. Sinto cheiro de comida caseira e sei o que isso significa. Desço as escadas e logo vejo Andrea na cozinha partindo alguma coisa no balcão e jogando numa panela.

— Boa noite.

Ela se vira e me vê.

— Boa noite. — Ela responde e volta a atenção para as panelas. — Me desculpe mexer nas suas coisas, mas Cassidy pediu um ensopado e...

— Não se preocupe. Sabe que apesar de tudo, essa casa ainda é sua.

Afirmo e ela se vira. Me olha nos olhos e suspira.

— Fale, Andrea. Sei que quer me contar algo. Eu vejo em seus olhos a apreensão.

Ela cruza os braços e continua me olhando.

— Deixe-me facilitar para você, Andrea. — Afirmo. — Irritabilidade, náuseas...Vertigens.

Eu falo e ela pisca algumas vezes.

— Você está grávida!

Afirmo e ela me olha apreensiva.

— Sim. Eu estou grávida, Miranda.

Broken HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora