Além dos palcos

CAPÍTULO 23 - SEGURAR A ONDA

POV CHAY

      Me encontro de manhã com Arthur e Micael no café. Mel havia acordado bem mais cedo que eu, e me deixou um recado dizendo que ia malhar com as meninas. Enquanto conversávamos, Mel, Lua e Sophia chegaram a nossa mesa nos dando bom dia. Sophia da um selinho em Micael e Lua faz o mesmo com Arthur. Eu e Mel nos olhamos e pela primeira vez ficamos sem jeito perto deles.

— Ih, o que foi esse clima ai de vocês? – Lua diz e me cutuca.

— Nada. É só eu e a Mel como sempre compartilhando uma vela enorme. – digo sarcástico, pra disfarçar.

— Bota enorme nisso. – Mel me completa.

— É só a vela mesmo que vocês compartilham? – Micael pergunta e eu gelo.

— Mas é claro que não, né? – Mel o responde, faz uma pausa, e eu fico imóvel segurando minha expressão de choque enquanto todos olham pra ela – A gente compartilha o quarto, compartilhava as cenas da novela, e tudo mais. – ela finaliza e ri, e eu rio junto, só que de nervoso.

— Ela ta cheia das gracinhas hoje, hein. – Lua diz desaprovando a brincadeira.

— Morri de rir, só que por dentro. – Arthur a completa terminando de engolir o pão.

— Deixa eles, lek. Uma hora eles vão ter o troco. – Micael o responde.

— Ah gente, desculpa, mas a cara de vocês foi impagável. – Mel responde e ri pegando um pão de queijo.

— Eu nem ligo mais não, esses dois ai tão cheio dos segredinhos que eu bem sei. – Sophia diz.

— Segredinhos? Eu só dei uma força pra ela, fiquei sabendo antes. – a respondo.

— Ih Chay, ta se explicando porque? Você não é disso. – Micael me pergunta.

— Mas você também ta um saco, hein Micael? Pode nem falar mais nada. – digo perdendo a paciência.

— Relaxa ai, meus meninos. Quero passar o som na paz, pode ser? – Arthur interfere.

— Eu to suave, o nosso bebê que estressou. – Micael diz e bagunça meu cabelo rindo.

— Você tem sorte que meu humor hoje ta bom. – digo.

— Humor bom ou não, a hora ta ai, bora gente? – Sophia diz se levantando.

— Verdade, bora. – Mel diz e se levanta também tomando um último gole de café.

     Todos nos levantamos e caminhamos rumo a van. Ofereço meu braço a Mel, que aceita assim que vê, como eu, os outros dois casais andando juntos se abraçando.

— Você quase me matou do coração. – sussurro no ouvido da Mel.

— E você precisa segurar sua onda, Suede. – ela me sussurra de volta.

— Eu sei, foi mal. – respondo.

POV MEL

       Fizemos a passagem de som e logo a hora do show chega. Sou pega de surpresa quando no final do meu dueto com o Chay, ele me beija. E não foi um beijo selinho, como sempre era, foi um beijo, beijo.