CAPÍTULO 37 - ÚLTIMA VEZ

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POV CHAY

         Não faço ideia do que Mel teria pensando sobre nós pra se render a mim desse jeito. Confesso que esperava que seria mais difícil de domar a fera e fazer ela enchergar que a gente juntos não era um crime.

— Cadê seu carro? – pergunto quando não o vejo no estacionamento.

— Tive que devolver pra locadora, problemas no freio. – ela franze o nariz.

— E você ia embora como agora? – a questiono.

— Uber. Alugar um outro não compensa, só temos mais semana que vem.

— Ta a fim de ir lá pra casa? – sugiro.

— Agora? – ela pensa um pouco – Humm, não sei... Eu planejei de arrumar minhas roupas naquele armário enorme maior que... – a interrompo com um beijo surpresa.

— Cha...Chay! – ela murmulha entre nossos lábios e eu rio.

— Se você não for eu te sequestro dizendo que vou te deixar em casa.

— Mas quem disse que eu quero carona?

— A sua cara diz. Se não você não teria vindo comigo até o estacionamento.

— Bom... Ta certo. – ela se contenta – Mas eu exijo que depois você me leve pro meu flat, combinado?

— Mais que combinado. – sorrio vitorioso.

           Abro a porta do passageiro primeiro e faço sinal pra ela entrar.

— Que formalidade, Suede. Não precisa disso.

— Precisa, ué. Só gentileza.

— Eu já acho que é outra coisa. – ela arqueia as sombrancelhas deduzindo enquanto se acomoda no banco.

— E o que mais pode ser? – pergunto.

— Você tentando me conquistar pra me alcoolizar denovo.

— Añh, nem é. A gente não precisa desse contexto pra...

— Claro que não. – ela sorri de canto me completando.

          Assinto com a cabeça sem saber o que dizer e apenas fecho a porta me redirecionando pro lado do motorista.
         Sem toda aquela adrenalina de uma elevador ou de uma capirinha, pela primeira vez eu me sinto nervoso do seu lado.

[...]

— E ai. – digo.

— E ai o que? – ela me olha curiosa com a voz serena.

— O que você achou das roupas? – puxo o primeiro assunto que me vem a mente.

— Tão lindas. A gente formou uma dupla e tanto, né?

— Claro, escolhi minha parceira a dedo.

— Humm, então ta. Devo agradecer ou te exaltar?

— Exaltar. – sorrio e ela ri.

— Convencido. Mas eu não vou fazer isso.

— Uma pena, porque eu dou ótimos reconhecimentos.

— Ouvi dizer que pra parceira aqui é diferente.

— Ah, pra você eu abro uma excessão especial.

— Não brinca com fogo, Chay. – ela pede sem graça.

— Relaxa, eu sou eclético.

— Eclético? – ela me indaga sem entender.

— Sim. Posso ser gasolina ou extintor, depende da situação.

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