VI. Eles prenderam você

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"Foi a última vez que o Titanic viu a luz do dia. O navio dos sonhos estava condenado."

Durante toda a turnê eu me senti vazia, como se não pudesse falar. Tudo em que eu pensava era em Timothée. Como nos conhecemos, a festa, ele me chamando de linda, ele me salvando. Eu queria, mas não posso tê-lo. E uma vez que eu deixar este navio, nunca mais o verei.

Estávamos andando ao lado do navio, olhando para os botes salva-vidas e tal, quando senti alguém agarrar meu braço. Eu me virei para ver quem era e logo reconheci Timothée, a última pessoa que eu queria ver agora. Ele me puxou para um cômodo e tirou o chapéu que estava usando.

– Timothée, é impossível! – Eu falo. – Não posso me encontrar com você. – ando em direção a porta, mas Timothée me impede.

– Eu preciso falar com você. – Ele fala me prendendo contra a parede.

– Não Timothée, não! – Falo em desespero, meu deus, se alguém nos pega aqui... – Timothée, – falo, dando um rápido olhar para a janela. – Eu serei noiva...Eu vou me casar com o irmão de Cal...

Timothée inspira levemente e logo bota um leve sorriso ladino em seus lábios. – Madelyn, você é única. – Ele olha nos meu olhos. – Você é uma menina mimada, mais, de baixo de tudo isso você é a garota, a mulher mais. – Ele dá uma pausa e logo se aproxima. – Mais maravilhosa e impressionante que eu já conheci, e eu-

– Timothée eu- – Interrompi Timothée enquanto tentava sair da sala, mas novamente, ele me mantém lá.

– Não, não, não, deixa eu falar o que eu quero...Vo-você é... – ele para de falar, logo ficando nervoso. – Olha, eu não sou idiota. Eu sei como é o mundo. Tenho dez dólares no bolso e não tenho nada a lhe oferecer, eu sei disso! Eu entendo!

Procuro seus olhos e vejo que eles estão brilhando e sua pupila está dilatada.

– Mas já me envolvi demais. – Timothée se aproxima, fazendo que eu olhe para baixo. – Você pula, eu pulo, lembra? Eu não posso ir embora sem saber se você ficará bem. – Ele dá uma pausa, para examinar meu rosto. – É tudo o que quero.

– E-eu estou bem... – Falo. – Eu vou ficar bem. De verdade.

– Verdade? – Ele pergunta com sarcasmos. – Eu não acho. – E ele está certo, novamente. – Eles aprisionaram você Maddy. E você vai morrer se não se libertar. Talvez não imediatamente porque você é forte. – Timothée disse, esfregando minha bocheca com o polegar. – Mas esse fogo...esse fogo que eu amo em você, vai...esse fogo vai se apagar.

– Não cabe a você me salvar, Timothée. – Eu disse.

– Você está certa, só você pode fazer isso. – Timothée disse, eu coloquei minha mão em cima da dele e tirei do meu rosto.

– Eu vou voltar, me deixe em paz. – Eu disse, saindo da sala, deixando Timothée. Eu estava chorando agora, enxugando meus olhos.

Eu sabia que era a hora do almoço, então fui ao refeitório mesmo não estando com fome.

Entrei e me sentei. Ninguém me perguntou aonde eu tinha ido. Todos estavam discutindo sobre o casamento de Rose. E eu estava apenas lá, com uma expressão vazia em meu rosto. Eu cometi um erro. Eu precisava estar lá com Timothée.

Me levantei e corri para fora da sala de jantar, a procura dele.

Enquanto eu corria pelo convés, avistei Jack e Fabrizio. Corri até eles e eles se viraram em minha direção.

– Olá Madelyn. – Jack cumprimentou.

– Oi Jack, por acaso algum de vocês dois viram Timothée? – Pergunto.

– Ele foi por ali. – Fabrizio apontou para a proa do navio. Eu balancei a cabeça, gritando um rápido "obrigado" por cima do ombro, então fui em direção a Timothée.

Eu o vi encostado no parapeito, olhando o pôr do sol. Parecia uma cena de filme.

– Olá Timothée. – Eu disse, ele instantaneamente virou a cabeça para mim. Eu sorri. – Eu mudei de ideia. – Timothée sorriu largamente para mim. –Eles disseram que você poderia es-

– Shh. –  Timothée interrompe. – Me dê sua mão.

Obedeci e dei minha mão a Timothée.

– Agora feche seus olhos. –Ele disse.

Eu segui suas instruções, confusa, porém ainda sorrindo.

– Você confia em mim? – Timothée perguntoo.

– Eu confio. – Respondo.

–Suba no corrimão. – Timothée diz. – E não olhe!

– Eu não vou. – Digo rindo levemente. Senti Timothée abrir meus braços, como se fossem asas. Logo o senti subir também e colocar os braços em mina cintura.

– Abra seus olhos. – Ele sussurrou. Abro meus olhos e fiquei maravilhada. Eu estava livre, eu estava voando. Finalmente voando.

– Estou voando Timothée! – Eu disse sorrindo. Depois de um minuto abaixei meus braços e Timothée fez o mesmo. Olhamos um para o outro, nossos narizes se tocando agora. Encontrei-me se inclinando e Timothée também. Em pouco tempo, nossos lábios se moldaram. Nos beijamos com uma paixão infinita. Senti tantos fogos de artifícios explodindo. Eu sou dele e ele é meu.

AUTORA: Peço mil desculpas mais uma vez, e como prometido, hoje saíra dois capítulos! Espero que tenham gostado da atualização! Até!

Finalmente Voando || Timothée ChalametOnde histórias criam vida. Descubra agora