A ordem

Capítulo 5

-E o que EU tenho haver com isso?

-O aliado é você pasmado- digo enquanto mexo em um quadro.

Pra que tantas coisas em um quarto?  Eu nem sabia que era possível, esse quarto inteiro é do tamanho da minha casa, e não é nem brincadeira.

-Ha-ha-ha, muito engraçada! Agora dá o fora!- ele diz abrindo a porta e me "convidando a sair".

Se alguém ver que eu tô aqui eu morro, ele é louco?

-Fecha isso! - eu digo fechando a porta.

-Ainda quer mandar em mim? Pelo amor de Deus…

-Tanto faz, eu não vim aqui pra falar disso! Eu realmente preciso... é…da sua ajuda.

-ótimo, não aceito, agora sai do meu quarto!

-olha, esse nem sequer é o seu quarto… -digo como se fosse óbvio.

-Só o que me faltava! - ele disse colocando a mão no rosto como se quisesse evaporar.

-Olha, só…- ele ia terminar de dizer quando eu faço sinal de silêncio, e eu sei lá porque mas ele obedece.

-Qual é o seu problema?- ele pergunta injuriado.

Tem alguma coisa estranha, eu tô ouvindo uma movimentação diferente… ( um dos pontos bons de ser da corte do ar é que se eu quiser eu posso controlar o ar pra meio que fazer eu ouvi as coisas de longe).

A parede do nosso lado quebra, eu consigo arrastar ele pra longe, usando meu poder pra segurar todas as pedras que estão caindo, e são muitas.

-Mas que porcaria é essa?- disse o príncipe.

Eu não consigo responder, tô muito ocupada tentando segurar essas pedras contra nós.

Quando as pedras param de cair eu consigo perceber o'que causou toda essa explosão quando olho pro chão e vejo uma granada ou algo do tipo.

-Isso fazia parte do seu plano pra me aliar?- diz o príncipe.

-Com toda certeza não.-eu falo enquanto olho pras pedras no chão.

-Mas eu tenho uma notícia. - eu digo com um leve sorriso no rosto.

-E qual seria?- ele pergunta parecendo interessado.

-Tem alguém tentando te matar. -eu disse sorrindo sem mostrar os dentes.

-Oque? Como você chegou nessa conclusão? Você tem provas?- ele pergunta tentando soar calmo, mas eu sei que ele estava desesperado pela feição dele.

- Tem uma prova melhor do que alguém jogar uma granada no seu quarto?

-Mas a pessoa talvez não soubesse que sou eu quem tô aqui…

-Todo o reino sabe.

-Tá.. mas porque? Eu não matei ninguém.

-Talvez um motivo político.- afirmo olhando pra ele.

-Eu não me meto nisso.

-Você se mete querendo ou não, você é o príncipe. - digo encolhendo os ombros.

-Ótimo, agora eu tenho um perseguidor.

-É.. bem animador. - falo concentrada no quadro que estava mexendo antes de quase sermos amassados por uma parede.

Era uma criança, deve ter uns três anos, e estava no colo de uma mulher com cabelos longos e pele com sardas.

O príncipe percebe que eu estou olhando e tira de perto de mim tentando mudar de assunto.

-Bom, agora você me convenceu a te ajudar. - ele diz guardando o quadro em uma estante gigante.

-É mesmo? E porque? - digo com uma pitada de animação no fundo. ( Óbvio que eu tava animada, ele podia ser a resposta pra tudo que eu precisava saber).

-Porque agora eu tô afim de saber quem tá tentando me matar. - ele diz com um sorriso sarcástico no rosto.

-Ótimo… primeiro você vai me contar o porque alguém tentaria te matar.

-Eu sei lá , como eu disse, eu não faço nada! - ele diz entediado brincando com os anéis na mão.

Ele tem muitos anéis…

-Nada? Nenhuma guerra política ou nada do tipo?

-Na verdade tem… - ele volta a olhar pra mim como se tivesse tudo uma ideia grandiosa.

-É o'que é?

-Bom, a corte do ar quebrou um acordo de milhares de anos com a corte da água. Depois que a minha corte e a da água começaram a brigar por território, tá cada vez pior e mais sério. Então cada corte foi procurar um aliado, e o reino do ar cortou a aliança com o reino da água, pra ficar do lado do meu reino, já que seria mais lucrativo, podemos dizer… depois disso o rei da corte da água ficou obcecado em acabar com a vida de todos da nossa ilha! Eu não sei se é motivo pra isso, mas é só o'que eu penso, não temos muitas guerras.

-Pode ser isso… talvez devêssemos falar com seu pai!

-Com certeza vamos, olha só pra essa parede! - ele diz olhando e apontando.

-Ótimo, mas primeiro, você precisa fazer uma coisa pra mim..

-Não sou seu empregado. - ele diz com desdém.

-Na verdade você é meu aliado, e você vai precisar fazer umas coisas pra mim pra que eu faça umas pra você. - falo enquanto sento na cama dele, e olha, que macia!

-Tanto faz, o que você quer? - diz ele sem paciência.

-Primeiro, o seu nome! - digo mexendo no meu vestido.

-Thomas Scrityam.

-Farah Smith! O prazer é todo seu. - digo com um sorriso de canto.

-Bom Farah, qual o outro favor?

-Eu preciso que você arrume uma briga com um guarda chamado Chris.