Capitulo Trinta e oito

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- 1 mês Depois -

Lauren

" Camila é sério, te ligando a anos. Quando você vai conversar comigo?"

" O que vc quer Lauren mds! Voce não vai me deixar em paz?!"

" Como te deixar em paz quando você fechada com todo mundo, pensa em trabalhar, em " preciso cuidar da empresa", trabalhar é importante mas vc está se esquecendo das coisas mais importantes na sua vida. Qual foi a última vez que viu sua filha? Se esqueceu que tem uma? E sua amiga? E eu? Esqueceu de mim? Nunca mais tivemos uma conversa saudável."

Um silêncio do outro lado e quando achei que ela fosse falar ela havia desligado.

Eu tentei. Tentei de várias formas tentar fazer ela ver que tá se perdendo. Camila não é assim, viciada em trabalho, fechada. Eu não sei mais oq fazer.
- Sra Jauregui?
Lyly bate na porta e a deixo entrar.
- oq houve lyly?
- pq a sra não faz uma surpresa pra sua namorada?
- comp é lyly?
- é que eu ouvi e seria uma boa.
- alguém já te disse que é feio espiar atrás da porta ainda mais quando se trata da sua chefe?
- desculpa senhora.
Ela abaixa a cabeça com vergonha e balanço a cabeça.
- mais alguma coisa?
- A sra poderia levar a filha dela tmb.

A repreendo com os olhos e ela sai sem dizer mais nada. Mais não tô dizendo mesmo. Se bem que, não é má ideia. Vou levar o almoço preferido da Camila e aproveito pego Sofia pra fazer uma visita.
Olho o relógio no celular. 10:30 ainda. Dá tempo de mandar o pedido para o restaurante e pegar Sofia na escola.
Hora de por o plano em Ação.

*
Camila

Eu sei que não tô sendo justa. não sei como resolver isso. Tô tão cheia.
Parece que meio mundo caiu sobre mim e agora eu tô afastando todo mundo.

Eu sinto ódio de toda essa situação. Primeiro minha mãe morre sem eu fazer ideia do que tava acontecendo. Não pude falar com ela, eu sinto raiva dela por ter escondido as coisas, me deixado fora disso. Não sei pq tô tão inconformada. Ela sempre me deixou por fora de tudo mesmo e agora quer que eu assuma tudo e  não é o que eu queria pra minha vida. Não quero passar os próximos anos atrás de uma mesa de escritório tendo que analisar papéis, assinar, etc.

Se bem que eu levo jeito pra liderar uma empresa. Gênio da mamãe.
E pra piorar casar. Que tão  ‐Arruma-se um marido- .
Ela não sabe que mulheres não precisa de homens pra saber fazer alguma coisa. Ela mesma comandou essa empresa por tantos anos sem o papai que nunca ligou pros negócios.
Outro que nunca ligou pra nada. Só mais um viciado em drogas e jogo de cavalos. Quer dar uma de Thomas Shelby de Taubaté.
Que bom q ele foi embora ou ele teria ferrado tudo.
- Sra Cabello, A sra Jauregui  está aqui.
Merda. Eu não tô pronta pra conversar agora. Eu nao consigo.
- Deixe-a entrar.
Autorizo-a e me levanto rodeado a mesa. Fico surpresa quando uma Sofia sorridente corre na minha direção e se joga em mim.
A levanto no colo.
- Oi princesa.
- Oi - ela diz fofa e não consigo não sorrir.
Dou um beijo no rosto dela depois a coloco no chão.
- A namorada ganha um beijo também?
Encaro a linda mulher na minha frente que carrega duas sacolas com um sorriso no rosto e sinto uma culpa por ter sido uma escrota com ela mais cedo. Ela não tem culpa de nada da minha família ser problemática.
Não percebo que meus olhos enchem de lágrimas e logo seu sorriso some vindo em seguida de um rosto preocupado.
- Camz...
Ponho as duas mãos no rosto tentando esconder o estado que eu tô e ganho um abraço apertado. Minhas lágrimas ficam mais intensas. Desde quando me tornei tão descontrolada?
- Eu sinto muito. - digo entre soluços.
- Está tudo bem meu amor.
- Não tá tudo bem. Eu nao consigo. Me desculpa.
Lauren coloca as sacolas encima da mesa e me faz olhá-la.
- o que vc nao consegue?
- Falar. Eu nunca... - eu travo com as palavras perdidas.
- no seu tempo, Um passo de cada vez.
- você, eu... - aponto pra nós duas. - nunca tive isso. Nunca precisei falar. Eu não sou boa com isso.
- ta tudo bem, você se acostuma. Eu tenho paciência.
Do nada começo a sentir vergonha de mim. Lauren faz as coisas serem tão simples. Eu não mereço tudo isso que ela me dá quando eu não sei fazer nem a metade.
- você é incrível. - digo limpando o rosto.
- Você também não fica pra trás.
Nego com a cabeça. Ela mente tão bem.
- Mamãe é incrível. - escuto Sofia dizer e dou um sorriso.
- vocês ensairam isso?
- Não sabemos do que vc tá falando. - ganho um beijo no rosto, depois na testa e por fim na boca.
- e o que trouxeram?
- O almoço. Trouxe o seu macarrão.
- hummm... delícia.
- tava pensando de depois do trabalho sairmos nós três pra ir no shopping, comer alguma coisa, ver um filme... o que decidir.
- Noite das garotas? - sugiro pegando uma marmita dentro da sacola.
- Noite das Garotas.

Nos sentamos no sofá enquanto Sofia ficou no chão entretida com seu macarrão colorido. Ela mais brincou do que comeu.
As vezes peguei Lauren me olhando comer como sempre, uma maníaca mas eu gosto.
Tudo parece certo quando ela tá por perto. Ela me entende e me acalma. Eu não preciso dizer muito. Me le tão fácil.
Pela primeira vez me pergunto como vamos estar daqui uns meses ou anos.
Bem, não sei mas oq eu sei é que eu não consigo me imaginar não a tendo comigo.

IMPÉRIO - PARADA POR TEMPO INDETERMINADO Onde histórias criam vida. Descubra agora