Afronta Pública

294 44 67
                                    

Adrien franziu o cenho confuso.

-Mas isso é normal. Existem mais de centenas de Mystices do Vento que nasceram sem asas.

-O problema não é esse. Áster nasceu com asas.

-O que?!

-Quando era criança, toda a família saiu para ir ao mercado da cidade. Áster ficou encarregado de ficar de olho na Alex. Em um momento, tudo ficou muito cheio. Ele se perdeu dos pais e Alex acabou soltando da mão dele. Desesperado com o desaparecimento da irmã, ele começou a correr pela multidão, até que deu de cara com os portões da cidade abertos. Do lado de fora estava tendo uma tempestade de neve. Ele deduziu que a Alex havia saído da cidade e então voou para fora da cidade entrando na tempestade. Mas a tempestade foi muito forte e acabou carregando ele. Enquanto lutava para voar, ele bateu em uma das paredes da montanha e prendeu uma das asas.

-Por que ele não escondeu as asas?

-Não podia, por causa da altura que estava. Ele podia cair e se não morresse, seria milagre. Por causa do vento forte, ele estava sendo puxado na direção oposta de onde a asa dele estava presa. Isso acabou causando um ferimento grave na asa dele. Quando o acharam, ele estava inconsciente, pendurado na rocha pela própria asa, que havia rasgado pela metade, perto do ombro dele.

-Rasgado?!

-As asas, são como um tecido fino. Elas são delicadas e sensíveis. Um impacto forte nelas, é como se te dessem um golpe baixo. - Adrien fechou os olhos já ciente da dor - Agora imagina ficar preso e pendurado em uma rocha por horas no meio de uma tempestade.

-Deve ter sido uma dor de enlouquecer, para uma criança.

-E foi. Ele ficou cinco dias em coma pela exaustão e febre alta. O que é raro para nós, como você sabe. - ele assentiu - Tentaram costurar as asas dele, mas com o tempo, ela começou a inchar e apodrecer. Então foram obrigados a amputar a asa. Desde então ele só tem uma asa. Ele diz que se sente nu e desprotegido sem a asa, por isso está sempre com uma capa na costas. As pessoas começaram a se referir a ele como Abandonado pelos céus, ou então, Rejeitado pelos céus. O que torna ele alguém sem honra.

-Mas isso não faz sentido. Foi um acidente. Não podem basear um acidente de uma criança, a uma desonra.

-Também penso assim, mas as pessoas daqui não. O povo do vento possui uma mente muito fechada. Por isso são intitulados como Os puros. Que de pureza não tem nada.

Adrien percebeu que Marinette havia se irritado. Parando a dança, segurou o rosto dela entre suas mãos e a beijou com carinho. Assim que senti ela suspirar e se acalmar durante o beijo, ele se afastou.

-Não se deixe chatear, princesa. É a noite do nosso noivado.

Ela sorriu e segurando as mãos dele, depositou um beijo em cada uma delas.

-Te amo meu, Príncipe. - disse ela com um sorriso.

-Eu também te amo, meu amor.

A abraçando, fez com que ela abraçasse sua cintura. Com a cabeça deitada no peito dele, Marinette foi capaz de ouvir as batidas do coração dele, o que a fez sorrir. Era estranho, como aquele som a acalmava. Era como uma prova que ele era real e estava ali, com ela.

-Essa não. - disse Doutor Castiel que estava com os outros, assim que avistou alguém entrar pela porta.

-Qual o problema? - perguntou Alya olhando na mesma direção que ele.

-O peixe morto entrou na festa. - disse Azura com desprezo na voz.

-Calma. - disse Nix colocando sua mão sobre as costas dela - Não crie um caos.

Entre a Honra e o Poder - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora