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Izuna revisava suas notas pela décima vez naquela manhã, tentando memorizar o máximo de informação que podia. Suas anotações estavam uma bagunça; com palavras e pequenos desenhos por toda parte, este era o seu toque especial para memorizar as coisas.

Desde que toda aquela confusão aconteceu, essa era a primeira vez que Izuna andaria pelas estradas da aldeia no corpo de Tobirama. Estava um pouco nervoso.

O Senju lhe informou que não conversava com muitas pessoas durante o seu dia-a-dia, e que portanto, não precisava se preocupar. - Izuna o chamou de rude por isso, o que resultou em um virar de olhos do outro.

Ainda assim, estava se esforçando para que tudo saísse de acordo.

Respirando fundo, guardou as notas dentro de uma pequena pasta e a segurou entre seus braços, deixando o quarto de Tobirama em seguida. Antes de fechar a porta, seus olhos se grudaram no livro que deixou guardado no encosto da janela.

Não pôde deixar de sorrir ao se lembrar da história que - aparentemente -, Tobirama estava escrevendo. Esta, até então, era envolvente e contagiante; quem imaginaria que o Senju tinha tanta criatividade por trás de sua obsessão por trabalho?

- Bom dia, Tobi-nii - cumprimentou Itama ao deixar o quarto dele, bocejando alto e coçando os olhos.

- Bom dia... - Izuna lhe deu um pequeno sorriso. - Você voltou bem tarde ontem, o que ficou fazendo na rua?

Bom, não que estivesse espiando - imagine -, mas enquanto olhava pela janela na noite anterior, avistou Itama e Kagami caminhando juntos por uma das ruas.

- N-Nada demais, não mesmo... - o mais novo respondeu encabulado, colocando as mãos na frente do corpo como uma forma de defesa. - Você dormiu bem ontem?

Aquela era uma péssima forma de mudar o assunto, mas Izuna decidiu por não provocar o mais novo àquela hora da manhã.

- Sim - respondeu simples. Mesmo sem seus travesseiros, Izuna conseguiu dormir perfeitamente.

O que era um pouco estranho, na verdade. Shinobi não eram acostumados a baixar a guarda em ambientes não familiares, Izuna já teve bastante dificuldade para adormecer nos locais em que ficava hospedado durante as missões.

Porém, o quarto de Tobirama lhe trazia uma estranha sensação de conforto e segurança.

- Ah, que bom - o mais novo respondeu, ainda com sono.

Itama parecria estar genuinamente feliz com sua resposta. Izuna sabia que Tobirama costumava cabular uma noite ou duas, mas não tinha ideia de que era algo sério.

- Eu tenho que ir agora, mas ainda vamos conversar sobre esse assunto mais tarde - provocou, afagando os cabelos bicolores do Senju em um gesto de carinho.

- Mas eu já disse que não aconteceu nada demais! - Ele retrucou por fim.

Izuna deu as costas antes que pudesse rir da cômica expressão no rosto do Senju. Seguiu para fora de casa sem muita pressa; estava um pouco adiantado.

Quando chegou na vasta varanda que ficava na frente da casa, uma cena deveras engraçada o recebeu.

- Por que isso sempre acontece?

Hashirama estava sentado no canto da varanda; uma escova de cabelos podia ser vista pendurada entre suas longas madeixas, ele tentava desenrolar os fios, mas estava era piorando a situação.

- Você... Quer ajuda? - Izuna perguntou de repente, dando um leve susto no Senju mais velho.

Talvez aquela não fosse uma sugestão que Tobirama faria, mas Izuna não estava aguentando ver Hashirama agredindo seus belos cabelos daquela forma.

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