Desconfiança Marlos

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~ Pov Arthur


É chegado o dia de pegar a estrada rumo ao meu país Conduru. Como ganhamos muitos presentes pras doações, seria impossível levarmos no nosso carro, alugamos uma van e arrumamos tudo nela. Estou muito ansiosa pra tudo que vamos puder proporcionar a galera da nossa minha região. Carla está muito empolgada também, mandou até fazer camisas personalizadas pra nossa ação. Mas ainda assim sinto ela muito pensativa e distante. Não sei o que tanto vem afligindo a minha princesa 


A: Amor, você não tá mais animada?

C: Oi a-amor, claro que tô 

A: E pq está assim tão longe. O que está passando nessa cabecinha pensante?

C: Tanta coisa rs mas a principal é essa relação dos meus pais. Isso tá mexendo muito comigo. Minha mãe mais uma vez fez questão de viajar sozinha com meu pai. Por que eles não me falam logo o que está acontecendo?

A: Talvez pq queiram te fazer surpresa?

C: Então você já sabe?

A: Não, eu não sei de nada. Eu mal conheço seus pais e nunca vi como era quando eles se relacionaram então não posso dizer. Mas se tá rolando algo eles devem ter motivos pra esconder, talvez por não saber ao certo o que é ainda e não querer lhe dar falsas esperanças, talvez por estar esperando um momento especial ou ainda não tem nada rolando e é só coisa da sua imaginação fértil. 

C: Tá me chamando de louca agora? Você não percebe o quanto eles se olham, como fazem questão de ficar juntos o tempo inteiro e como ficam nervosos quando estou por perto?

A: Tá amor e se, SE tiver rolando algo, o que vc vai fazer?

C: Não sei, mas vou dar um enquadro na minha mãe e ela vai precisar me contar.

A: Tá, mas espera passar a noite de natal, não vamos querer um climão na ceia né? Noite de natal é sagrada. 



~ Pov Carla


Essa história dos meus pais está tirando minha paz. Se for verdade, vou ficar muito feliz, eles sempre se amaram e merecem dar mais uma chance a esse amor. Isso vai fazer bem, principalmente a minha mãe, já que estou cada vez mais passando mais tempo com o Arthur do que em casa com ela. Mas também se não for vou ficar muito decepcionada comigo mesmo por ter criado foda essa história na minha mente. Até parece as fanfics que nossos fãs criam. Arthur parece até que sabe de alguma. Lisa, mas sabendo ou não vou seguir o conselho dele. Só retomarei esse assunto depois da ceia. 


Longas sete horas depois, estacionamos na frente da casa dos meus sogros, que logo vem nos recepcionar ao ouvir a histérica buzina da BMW. Passa um filme na minha mente, a primeira vez que cheguei aqui, toda tímida e despretensiosa, como uma 'amiga' e voltei pra casa menos de uma semana depois já assumindo o posto de namorada. Dessa vez não tem muita cerimônia de início, mas sim muito trabalho. 


Thais: Tava ansiosa pra chegarem logo, temos muito trabalho pela frente. Já comprei vários sacks de presentes e fitas, organizei o pessoal que vai nos ajudar a embalar e também quem vai nos ajudar a entregar.


J: Thais minha filha, deixem os meninos respirar, venham, a viagem foi longa, Boa fez um almoço. Vocês podem comer e descansar e nós vamos dando conta aqui. 


C: Aí meu sogro, Tha fica tão empolgada como eu. Tô muito ansiosa pra fazer dar certo. Mas também tô com muita fome. Vocês seguram as pontas aí enquanto comemos? 


D: Pode ir cunha, Arthur tá tirando mais algumas caixas e logo ele se ajunta a você. Mamãe fez lasanha. 


C: Opa, que delícia. Vou lá. 


Eu me sinto tão bem e tão em casa aqui, minha sogra e todos vivem me paparicando. Isso me dá ainda mais vontade de ser mãe e ter alguém pra dividir comigo todo essa amor. 


B: Eai minha filha, animada pra amanhã? Conduru vai ficar pequeno com tanto amor que vamos distribuir.

C: Tô tão ansiosa. Puder fazer a alegria de tanta gente e dar sentido a essa data, acho que isso é o verdadeiro natal e quero compartilhar com vocês. 

B: Vamos amar. E seus pais, chegam quando?

C: Se eles não chegarem em umas quatro horas vou acreditar que pararam em um hotel no meio do caminho. 

B: Como assim?

C: Aí Bia, não sei, tô achando eles muito estranhos, muito grudados. Desde a primeira vez que viemos aqui tô percebendo umas movimentações estranhas. Minha mãe ficou em sp e não quis me acompanhar lá no rio, fica mais longe pra vim pra cá, não sei pq ela insistiu tanto. 

B: Não sei, não os conheço o suficiente pra opinar. Mas se for, que mal tem né? São solteiros mesmo. 

C: Vamos ver, mas depois da ceia vou ter uma conversa com dona Mara e ela vai ter que me explicar direitinho tudo isso.



~ Pov Bia



A pobi da Carla, senhor. Nem sabe o quanto os pais dela estão apaixonados um pelo outro e se amando. Prometi guardar o segredo da minha amiga Mara e não sou eu quem vou estragar essa surpresa né. Mas ver o brilho de esperança nos olhos dessa menina me fez perceber como a separação dos pais afetou a vida dela. Aqui não deixaremos faltar amor, mas sei que amor de pai e mãe é insubstituível. Cresci vendo as demonstrações de amor dos meus pais e graças a Deus conheci um homem pra amar e passar isso adiante pros nossos filhos. Zé é um homem ímpar, tão amoroso e carinhoso. Tive sorte. Thais também encontrou alguém que pudesse lhe amar a altura do que foi amada por nós e sei que o meu Arthur não vai nos decepcionar. Vai honrar a nossa família cuidando bem dessa menina e dando a ela todo amor que ela merece. Me perco no meio dessa reflexões entre sacos de papel e laços de fita. Desperto com as buzinas. Mara e Carlos. Esses dias prometem. Então é natal. 

Pequenos gatilhos CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora