A Música Da Minha Vida

Uma Nova Vida

Dez meses depois, no dia do meu aniversário, levei o Andrei na consulta que mudou minha vida...

- Nada

Não aguentei a emoção, e chorei.

- Você não tem mais nada. Confesso que achei que você não passaria pelas químeioterapias. Mas você conseguiu, não tem mais nada. Pode se considerar um milagre. Agora é tomar os remédios. E quero te ver daqui um ano, só para novos exames.

Nem sei como agradecer a Deus por isso. Saí chorando de alegria, passamos por isso juntos, e sei que vamos passar por mais.

Saímos do consultório, e Andrei pediu que eu o levasse para o apartamento dele, pra arrumar as coisas.

Assim que deixei ele, fui desfazer o quarto.

Olhando pra ele agora, só parecia um cômodo grande e triste. Já estava parcialmente vazio, Andrei quis doar os móveis. Então, era só eu, e meu piano antigo. Peguei uma vassoura e fui fazer alguma coisa, já que o Andrei não quis almoçar comigo, e me deu um " Feliz Aniversário", meio sem jeito, tipo ás pressas

Talvez agora ele tenha percebido que não me ama, ou nem lembra que me disse tudo aquilo, vai saber...

Seis horas em ponto recebi uma mensagem;

Preciso te ver, se arruma, roupas claras por favor. Oito horas passo aí Andrei...

Meu coração deu um pulo tão alto, que achei que estava tendo um enfarto.

Saí correndo, subi as escadas, e corri para o meu closet, e comecei a jogar as roupas pra trás. Nenhuma estava boa, eu sempre uso roupa escura, Quando já estava choramingando, achei uma caixa lá em cima. Olhando bem, ela nunca esteve ali.

Peguei a caixa cumprida, em cima dela tinha um bilhete escrito, " Capricha pra mim". E abri.

Era um vestido cumprido, creme de renda, estilo sereia, as mangas longas de uma renda mais fina ainda, o decóte era quadrado, e rendado também, era lindo, e cabia direitinho em mim.

Usei o vestido com minha sadália azul royal, cabelos soltos, meus brincos de pérolas, e um colar fininho que ganhei da minha querida mãe.

Oito em ponto, ele buzinou lá fora, olhei no espelho pela última vez, e vi que o momento certo havia chegado, respiro fundo e vou.

Assim que saí pelo portão, ele estava encostado no carro.

LIndo, todo de preto, exceto pelo paletó de camurça marron escuro, o cabelo já grande seco, escovado de lado. Andrei fazi o tipo galã, daqueles que te fazia tremer as pernas só de chegar perto.

Assim que escostei, ele assoviou surpreso, e beijou minha mão.

*****

O restaurante era lindo, todo iluminado com velas,e músicos tocando ao vivo, músicas lindas. Andrei tinha reservado uma mesa perto dos músicos, pra dar um toque romântico. Pediu um vinho tinto da Espanha.

Durante o jantar quase não disse nada, ás vezes pegava na minha mão, ou ficava me olhando e sorrindo, de modo que eu ficava embaraçada.

Um detalhe muito importante sobre o Andre; Também toca violão, e tem a voz mais linda e rouca que já ouvi.

Em determinado momento, ele levantou pediu licença e saiu da mesa. Foi andando na direção do pequeno palco onde os músicos estavam. A música parou, e ele cochichou alguma coisa que fez os músicos saírem, e deram lugar a ele, que já estava com um violão na mão.

Então eu ouvi a mais bela música;