A Música Da Minha Vida

A Decisão Final...

Fui deitar, mais leve, mais feliz. É diferente quando se ama de verdade, parece que tudo a sua volta brilha, ou as cores ficam mais vivas, os cheiros mais intensos. você não vê a hora de estar com a pessoa, queria estar perto dele, de ouvir a voz, de sentir o cheiro, ouvir ele dedilhando o violino com tanto amor. Queria o Andrei pra sempre ao meu lado.

Adormeci contando as horas pra mudar minha vida, de uma vez por todas.

- Acorda dorminhoca.

Me levantei, e levei um susto. Andrei estava lá de pé na porta, nos últimos dias estava mais disposto. Os cabelos já estava crescendo de novo.

- Não faz isso, você ainda está muito fraco, uma hora pode sentir tontura, e cair da escada. - A cada dia que passa, eu estou me sentindo melhor. Hoje eu acordei com mais vontade ainda de lutar pela vida. Não quero deixar de viver, não agora.

Tomamos café, ficamos um tempo juntos, e só nos separamos na hora de se arrumar.

Já na hora de sair, peguei minhas coisas, e meu celular, que tinha uma mensagem;

Preciso falar com você. Me perdoe, estou arrependido...

É louis eu também..

******

O Doutor estáva com os novos exames do Andrei nas mãos, e estava com uma cara ótima.

- Olha, tenho uma boa noticia. Você está reagindo muito bem ao tratamento, rápido eu posso dizer. Sei que os tratamentos dela estão te ajudando muito. Esse ano foi difícil pra vocês. Eu só peço que aguente mais um pouco, e estará ótimo de novo. E tudo será como antes.

Deixamos o hospital de mãos dadas, Andrei estava quase pulando de alegria. Vim dirigindo e montando o quebra cabeça que era minha vida. Andrei dormiu quase o caminho todo. Mesmo doente ele ainda era lindo. Tinha sangue Espanhol por conta da mãe, o cabelo escuro contrastava com a cor da pele, e os cílios grandes dava um charme no rosto fino dele. Eu não conseguia esconder a felicidade, e ás vezes me pegava sorrindo sozinha.

Já em casa, deixei Andrei descançando, dei um beijo de leve na testa dele, e saí.

- Gi. - Sim? - Acaba logo com isso. Eu, eu te amo. - Pode deixar, meu amor.

Voltei dei mais um beijo nele, e subi pra me arrumar.

Escolhi um vestido vinho de camurça, justo de maga longa, vinha na altura do joelho, e tinha duas aberturas na frente, coloquei um scarpin preto, e meias escuras também. Maquiagem escura, pra combinar com meu humor, e um casaco de pele preto. Usei meus cabelos trançados, e nada de jóias. Ao me olhar no espelho, fazia uma figura gótica. Até que gostei.

Passei pelo quarto, pra dar um tchau;

- Credo, você tá parecendo aquelas bruxas de filme, bonita mas altamente perigosa.

Eu ri, e fiz cara de mal, mas ele mandou um beijo, que me corar na hora. Me despedí e saí, assim que cheguei na porta ele falou alto;

LEVA BLUSA, VAI FAZER MAIS FRIU AINDA.

*****

Não quis que Louis me buscasse em casa. Disse que queria ir no meu carro, que seria melhor, ele ficou desapontado, mas com medo da minha desistência acabou acentindo.

Cheguei no local, o mesmo parque que nos vimos pela primeira vez em anos. Tinha um restaurante, que dava vista pro parque todo.

Assim que entrei, Louis acenou pra mim.

Estava de blusa preta em V, calça jeans escura. Os olhos de um verde lindo, porém perigoso.

- Boa noite Louis. - Nossa você está linda. Fiquei com medo de você não vir. Fui meio bobo com você dá ultima vez. Mas eu sofri com isso. - Louis, eu pensei muito e.... - Eu também. Não quero mais brigar, sei que sou estourado as vezes, e burro também. Mas quero firmar as coisas. - Não é assim... - Deixa eu terminar,sei que você está chateada pelo seu amigo, mas a vida continua, você não pode deixar de viver sua vida por ele. - Como?

Eu já estava quase voando nele. Mas entrou quatro violões tocando uma música, sei lá que música, mas era feia. Ele ajoelhou e tirou uma caixinha do bolso da calça;

- Giovanna você aceita casar comigo? - NÃO.

Só lembro do rosto dele de espanto, da porta do restaurante se abrindo, e o frio, muito frio.

Lá fora, ele me puxou pelo pulso, que doeu pra acaramba.

- Onde você vai? Voltá lá pra dentro. Não banca a louca Giovanna. - Não. Está tudo errado. Você praticamente forçou as coisas, acha que eu ia aceitar casar com você, depois de tudo? Em nenhum momento você me questionou sobre isso. - Olha, se você quiser a gente casa na Espanha, leva seu amiguinho, e fica uns tempos por lá.

Eu ri na cara dele;

- Você não entende né? Tentando forçar as coisas de novo. Tudo tem que ser do seu jeito,estúpido, nem se deu conta que já estou de saco cheio de você. Solta meu pulso, se não eu grito. - Não.

Tirei força do nada, puxei meu braço, e fui andando até meu carro.

Nessa hora o restaurante todo já estava de platéia, assistindo todo o show de horrores.

- Espera, sua estúpida. Sua menina mimada. - Mimada? Se você soubesse como eu te desprezo. Me arrependo do dia que te conheci, você acabou com uma parte da minha vida. Sabe, quando eu te reencontrei, disse pra mim mesma que você tinha mudado. Hoje eu vejo, você sempre foi o mesmo. Burro, e mimado. Eu fui apaixoanada por você. Paixão não é amor, paixão destrói, e foi isso que você fez. E sabe, meu coração está guardado pra outro. Esse tempo me serviu pra ver tudo isso. E como diz meu pai: Deixe tudo como está. Foi você Louis, que virou as costas. E sabe de uma coisa? Vá se ferrar.

Virei as costas e saí. Todo mundo já estava vaindo ele, ou me diziam pa quebar a cara dele.

Louis ficou tão ieado, que veio atrás de mim, e me deu um tapa no rosto. Tão forte, que eu tropecei pra trás, mas não caí. Então como reflexo, eu dei um belo de um chute entre os joelhos dele, tão forte que ele caiu pra frente, igual um saco de batatas.

Imediantamente peguei minha chave, entrei no carro, sem a miníma preça, e ainda gritei pra ele;

- Nunca mais me procura, seu covarde bêbado.

Arranquei com o carro, com o som no último volume ouvindo ZAZ. Não tive vontade de chorar. E fui pra casa.

Quando entrei Andrei estava tocando. Tinha até me esquecido, da levesa dos dedos dele nas cordas, do som profundo do violino. Sentei no piano e tocamos juntos.

- E aí? - Tudo resolvido, já não tenho mais nada a ver com ele. - Acho que já posso ir pra casa. Estou me sentindo bem melhor.
- Não Senhor, só depois que estiver tudo bem novamente. - Hum, vou pensar no seu caso moça....