capítulos dois

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Aquela troca de olhar poderia ter levado uma eternidade, mas só durou alguns segundos

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Aquela troca de olhar poderia ter levado uma eternidade, mas só durou alguns segundos. É estranho perceber como um simples ato costuma ser tão aumentando na mente humana. Felix odiava aquilo, tanto que desviou o olhar assim que o rosto ganhou certo rubor. E quando aquela multidão se dissipou, devido a movimentação do provável Hyunjin, Felix decidiu que lavaria o liquidificador também. Estava disposto a fazer qualquer coisa para ocupar a sua mente.

Ele não conhecia a maioria das pessoas famosas que passavam por ali. O início da primeira metade do século poderia ser facilmente resumido a pessoas aleatórias sendo mundialmente conhecidas por fazerem pequenas coisas e bestas em frente a uma câmera acoplada a um ring light. Na verdade, essa era a real visão dele. Então, independente de um maluco ter encarado-o por sabe-se lá quantos segundos, aquilo nunca significou e nunca significará nada. Era só mais um cara bonitinho como qualquer outro. Não era lá uma grande coisa.

Depois do expediente — e, claro, comer frutas escondido porque simplesmente é impossível resistir a um morango fresquinho e suculento —, ele apressadamente ia para o seu dormitório. No início, assim que houvera chegado no resort, dividia o quarto com mais outros dois funcionários. No entanto, em algum dos meses seguintes cada qual seguiu sua caminhada para longe dali e só sobrou Felix. Embora fosse um tanto solitário, sabe, não era assim tão ruim. Ele podia aconchegar-se no silêncio da sua própria companhia. E, até mesmo, uma companhia íntima de outrem. Quer dizer, não que ele de fato tivesse alguém... Honestamente, é um tanto mais complicado que isso. Papo para outro momento.

E seu quarto não era assim tão grande. Haviam suítes no resort com o triplo ou o triplo do triplo daquele tamanho. O teto também não era tão alto. A beliche encontrava-se grudada à parede direita, enquanto uma cama de solteiro ficava na esquerda. Era nessa cama que Felix dormia. Como não tinha ninguém na beliche — de início ele achou que houve um erro, pois ninguém foi posto lá após a saída dos outros, porém começou a gostar da ideia e ficou calado acerca do assunto —, ele pendurou algumas suculentas nas vigas e fios de luzes para decorar. A cama de baixo se transformou numa espécie de sofá, embora quase sempre ele usasse a cama de cima para ler, porque a iluminação era melhor.

Felix trocou de roupa e pegou o celular para tirar fotos. Não tirou fotos de si mesmo, claro que não. Apenas parou em frente a janela e capturou a paleta daquele pôr do sol boêmio da ilha. Sorriu ao checar como ficaram e depois decidiu ir antes que ficasse tão tarde. Para o ensaio, só levava as baquetas, um caderno e um lápis. Saiu quando o sol ainda despontava no horizonte e ele ficou a se perguntar quanto tempo mais ele ainda ficaria por aquelas bandas do planeta. E então, com sua camisa verde larga demais em seu corpo, ele entrou no salão e acenou ao ver o pessoal afinando os instrumentos.

— Felix! — Mingi veio correndo na sua direção. — O Wooyoung falou que a gente pode ir atrás do Hyunjin pedir arroba.

— Pedir arroba? — o rapaz ergueu a sobrancelha. Claro, Felix não sabia muito bem o que aquilo poderia significar.

HI-HAT MURDER: O SANGUE NA GUCCI ✘ hyun.lixOnde histórias criam vida. Descubra agora