My Summer

Strange Town

Como as horas não passa quando estou fora de casa, é incrível isso. Meia hora sentada nesse banco esperando esse tal médico que acho que morreu afogado ou desceu pelo ralo enquanto tomava banho.
- Mãe vai demorar?- Perguntei já ficando impaciente.
- Não ele está esperando a hora dele entrar pro consultório!
- Médico seu meigo, ou entra logo nessa porra ou eu faço você entrar com o carro e tudo.
Minha mãe me olhou rindo.
- Menina para com essa revolta!
Eu dei risasa, essa revolta e por ter que ficar aqui desde às cinco da madrugada até às sete da manhã, sem comer e sem poder pelo menos ouvir música.
- Tá ficando viciada nesse celular!
Revirei os olhos pra esse comentário, realmente estava mas ja que não posso sair de casa fico em meu celular o dia todo e o tempo todo.
- Mãe você não me deixa sair, então minha diversão é essa!
Ela me olhou com cara feia e foi até do lado de fora ver se o médico entrava logo.
Não demorou e ele entrou pro seu consultório seguido por minha maldição na qual joguei nele à todo minuto enquanto ele passava na minha frente.
- Mellany- O médico chamou.
Eu me levantei e sai andando até seu consultório.
Minutos depois de tanta conversa e risadas monótonas eu sai de lá de dentro já sabendo o que eu tinha, mas tanto faz, é só mais um dos meus problemas.
- Tudo bem?- Minha mãe perguntou saindo junto à mim.
- Estou- Sorri amarelo.
Fomos andando até a casa da minha vó que era ali perto; crianças em plena oito da manhã brincavam animadas no parquinho todo bagunçado e sujo, mas elas não se importava, estavam sendo felizes apenas.
- Quer brincar?
Olhei pra minha mãe e sorri irônica.
- Estou com fome!- Falei olhando pra uma padaria que tinha no canto da rua.
- Vai lá compra pão, eu vou indo fazendo o café- Minha vó falou me entregando uma bolsinha de dinheiro.
Eu sai andando com a mão na barriga pois doía de tanto aquele médico me apertar.
Na padaria eu entrei olhando pra ver o que queria comer de café da manhã.
- Posso ajudar?
Um garota um pouco mais alta que eu, olhos castanhos, cabelo preto e um pouco de azul nas pontas, seus lábios com batom rosa chamava a atenção; ela saiu de trás do balcão e veio até ao meu lado, seu perfume era divino.
- Estou escolhendo o que vou querer comer- Respondi acanhada.
Ela sorriu.
- Eu recomendo esse aqui- Ela pegou um pão com recheio de morango dentro.
- É bom?
Ela fez que sim com a cabeça.
- Pode ser- Dei de ombros.
Ela levou pro caixa, eu ficava olhando pros lados pensando se era bom eu levar mais alguma coisa, quem sabe pra mais tarde.
- Você não é daqui né?
Eu olhei pra ela.
- Não, vim apenas na casa da minha vó- Respondi educada.
- Sabia, as meninas daqui são diferentes de você!
Franzi o cenho, o que ela quis dizer com isso?
- À essa hora da manhã elas estariam de mini short e blusinhas curtas pra mostrar os piercing!
Eu ri, realmente estariam mesmo.
- Está aqui seu troco!
Eu peguei da mão dela, ela ficou me encarando de uma maneira que me deu medo.
- Obrigada e volte sempre!- Ela sorriu.
Eu sorri e sai andando, esse lugar tá cada vez mais ficando estranho à cada dia que passa.
Cheguei na casa da minha vó e o cheiro do café ja batia la no portão me deixando com fome ainda mais.
- Que demora, tava fabricando o pão?- Minha mae capturou o pacote da minha mão e pôs sobre a mesa.
- Não, é que estava me decidindo o que compraria- Me sentei no sofá.
Minha mãe ficou me olhando e depois deu risada, não entendi o por que mas preferi deixar passar.

Na caída da noite meu pai nos buscaria, ja que minha mãe estava grávida e inchada feito uma bolinha de gude, por ela ser baixinha também.
- Vamos?- Meu pai chegou já nos chamando.
- Vamos!
Nos despedimos e fomos pro carro, eu estava louca pra chegar em casa.
E em questão de minutos eu estava debaixo do chuveiro aproveitando e relaxando, vesti meu pijama listrado roxo e me joguei na cama, longo dia.
Várias mensagens mas a que eu abri primeiro foi dela.
" Mule, cadê você?".
Sorri ao ler.
" Já cheguei, pode me amar".
E lá vamos nós à mais uma madrugada em claro conversando, ainda bem que estamos nas férias.