Capítulo Sete

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   Quase correu pelos corredores, e se praguejou enquanto removia o sobretudo do armário da entrada, suas amigas a alcançaram preocupadas e também pegaram seus pertences.

   — O que foi aquilo? Sakura! — Ino perguntou exasperada andando atrás da rosada. 

   — Eu fui uma idiota, mas isso não vai ficar assim. Aquele desgraçado não vai vencer esse jogo.

   Entraram na carruagem alugada, para só então ela remover o lenço e a máscara. 

   — Eu sabia que isso foi uma má ideia, não deveríamos ter vindo. — Hinata respondeu em soluços. — Agora Sakura perdeu a honra dela. 

   — Foi só um beijo bobo! — Ela respondeu. — E nada além disso. 

  — Foi um senhor beijo, Sakura. Um beijão daqueles. — Ino respondeu pela amiga que tinha perdido a voz completamente. — Ao menos ele não sabe quem é você.

   — Bom... Na verdade... Ele sabe... — Sakura respondeu baixo. 

   Hinata se forçou a recuperar a voz. 

   — Como assim? 

   — Mas está tudo bem, isso não fará diferença para o que pretendo fazer com ele. 

   — Sakura?! Não!!! 

   — Não vou deixar isso barato. 

   — Volte para a sua propriedade no interior, amanhã mesmo. Voltamos para as nossas também para que não levante suspeitas para você. — Hinata desandou a falar. 

   — Dessa vez concordarei com a Hina. — Ino tomou a voz da palavra. — Ele é homem, Sakura. Sempre terá a sociedade ao seu lado, a humilhação virá toda para você. 

   — Ele não pode sair dessa por cima. 

  — Ele já ganhou. Sakura. Ganhou por nascer homem, e te ganhou naquela aposta. 

   — O primeiro jogo, só o primeiro. Isso não é tudo. Não é todas as cartas que tenho nas mangas. 

   — Você não irá ceder, não é mesmo? 

   Sakura balançou a cabeça negativamente, Sasuke a desrespeitou da pior forma. Como alguém poderia fazer o que ele fizera com ela? Daquela forma tão humilhante, e ainda jogado em sua cara sobre a vingancinha de uma aposta sobre um ringue? Não! Ele iria aprender uma grande lição. Ela já tinha domado cavalos mais desobedientes e mal criados, e, se ele quisesse se comportar daquela forma, então ela o domaria também!  

 Foi à última a ser entregue, Sakura ainda tentava absorver o que diabos tinha acontecido naquela fatídica noite. Ainda mais com o trecho repleto de preocupações levantadas por suas amigas.

   Elas diziam que o Uchiha iria desonrá-la, provocá-la e arrastar o nome da família Haruno para a lama, que seria melhor ela abandonar o restante dos bailes da temporada e voltar para casa da propriedade rural, que os mexeriqueiros iriam comentar, mas não haveria provas contundentes que a colocasse em maus lençóis.

   Em outras situações, Sakura teria se irritado profundamente pela falta de fé que as amigas depositavam nela, mas esse caso era totalmente compreensivel. Ela tinha um plano quando desafiou o Uchiha e sentou naquela mesa de apostas, ela jogou alto, mas nunca imaginou que aquele bêbado era um diabo sortudo. Seria natural estar com medo, ainda mais quando aquela criatura desprezível lhe roubara seu primeiro beijo. E pelo visto, não pretendia parar por ali.

   Mas porque ela não estava com medo?

   Ela queria esfolar a cara do Uchiha no paralelepípedo!

O duque que me odiavaOnde histórias criam vida. Descubra agora