[NO FIM-DE-SEMANA DA VIAGEM A VALLE DE BRAVO]
Elena continua com os olhos fechados.
Como apenas os olhos fechados não é suficiente, a morena pega em uma das outras almofadas que lhe fazem companhia na cama e deita em cima da sua cara, fazendo pressão.
Mas não, continua sem ser suficiente.
Seja quem for, a pessoa que continua insistentemente a tocar à campainha e a bater na porta não se vai embora tão cedo.
Sentindo-se derrotada, Elena suspira antes de se levantar da cama, a muito custo.
Antes de sair do quarto olha para o relógio que estava na mesinha de cabeceira.
Eram 4h da manhã.
Quem no seu perfeito juízo iria estar a bater à porta de casa de alguém a essa hora?
- Que merda! – solta Elena, saindo de rompante em direção à porta de entrada.
Nada delicada, Elena abre a porta já pronta para soltar todas as asneiras que conhecia à pessoa que lhe interrompeu o sono quando vê a sua amiga Mariana em frente a ela.
- Mariana? – Elena olha, confusa com a presença da amiga àquela hora em sua casa.
Mariana não diz nada e entra na casa, caminhando para o sofá e sentando-se.
- Ela convidou-me para ir a Valle. – diz Mariana, em tom baixo, olhando para um ponto branco na parede.
- Quem? – Elena pergunta, com uma expressão ainda ensonada e de quem claramente não está a entender o que se está a passar.
- A Ana. A Ana convidou-me para ir a Valle com ela. – desta vez Mariana olha para a amiga.
- E? É normal, não é? Estão juntas e é normal que passem o fim-de-semana em família.
- Apenas eu e ela. As crianças não vão.
- Continuo sem entender, Mariana. Porque que precisaste de me acordar às 4h da manhã para me contar isso? - e de repente o rosto de Elena ilumina-se, como se todo o sono que ela tinha tivesse misteriosamente desaparecido – A não ser...há alguma coisa que eu não sei, Mariana?
Mariana suspira fundo e deixa o seu corpo cair para trás, fechando os olhos.
Elena senta-se ao lado da amiga, sem dizer nada.
- O nosso relacionamento não é real. – diz Mariana, ainda de olhos fechados.
- Como?
- Nós estamos a fazer de conta que estamos juntas, mas na realidade não existe nada entre nós.
- EU SABIA! – grita Elena, assustando Mariana – Eu sabia que alguma coisa se passava. Agora preciso de saber essa história toda.
Mariana ajeita-se no sofá e começa a contar toda a história a Elena, o que motivou este falso relacionamento até ao momento em que viram que esta era a única solução das duas mulheres.
- Malditos machos! – Diz Elena, visivelmente irritada depois de ouvir tudo o que Mariana lhe contou.
- Por favor, Elena. Ninguém pode saber que tu sabes. Se a Ana sonha que eu te contei...
- Tranquila, eu não vou dizer nada a ninguém. Agora... - Elena pega na mão de Mariana – estás bem com isto? Com esta farsa?
- Nós estamos a fazer isto pelas meninas, pela nossa família. – estas palavras parecem ser uma espécie de mantra para Mariana.
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El Hilo Rojo del Destino
Fiksi PenggemarEstava feito. Para o mundo lá fora Ana e Mariana eram um casal. Mas para as duas - e mais especificamente, dentro de cada uma delas - a situação era bem diferente. Como é que estas duas mulheres iriam conseguir levar isto para a frente, pelo bem das...