Four

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Não consegui dizer nada mais do que me desculpar. Hinata está sentada ao meu lado, ela limpa os machucados em silêncio. Estamos num quarto, o único sem ser o dela que está vazio. Diferente do outro, este é claro; tons branco e creme, mas muito bonito também.

— De… de quem é esse quar… ai!

Ela hesitou antes de murmurar:

— Do meu pai.

Agora está explicado do porquê não ter ninguém transando aqui.

— Ele não se importa de entramos assim? — pergunto curioso.

— Ele tem coisas mais importantes para se preocupar — bufou, irritada.

Acho melhor mudar de assunto...

— Eu quero me descul… ai! — Gemo quando ela aperta o machucado em minha bochecha.

— Cale a boca, inferno! Se você tivesse ficado de boca fechada, ele teria ido embora em silêncio.

— Como pode ter tanta certeza?

Ela me olha como se fosse óbvio.

— Porque ele faz tudo o que eu digo.

Aquilo me quebrou por dentro. Hinata e Toneri podem não ser namorados, mas eles com certeza partilham de um sentimento: ele com certeza é amor e ela amizade. O que eu quero também? A primeira vez que nos falamos foi há alguns dias e eles se conhecem há anos.

— Vou ficar longe de Toneri… Acho melhor evitar qualquer tipo de confronto. — Hinata acenou em silêncio.

Rio e ela para de limpar com o algodão.

— 'Tá rindo do quê?

— A primeira vez que fui para uma festa eu fui literalmente chutado para fora — falo.

— Achei que esta era sua primeira festa.

— Não… Bem, é uma história boba. Deixe para lá.

— Não, diga-me e eu julgarei boba ou não.

Sorrio timidamente. Ela está tão próxima que me sinto embriagado novamente por seu cheiro. Oh Hinata, você sabe o poder que tem sobre mim?

— Quando estávamos no primeiro ano, aconteceu uma festa, eu estava tão animado assim como Naruto… Ao chegarmos lá, alguém gritou: "Não é o filho do diretor e seu amiguinho CDF?" — Observo seu rosto, nada de expressão. — Deveríamos ter ido embora naquele instante, porém, como dois idiotas, ficamos. Parecia tudo de boa, as pessoas tinham nos esquecido, bem, até certo ponto. Um cara, jogador de basquete, nos chamou e perguntou se já tínhamos participado de uma brincadeira, dizendo que em nossas primeiras festas tínhamos que fazer algo inesquecível. — Suspiro pesadamente. — Realmente foi inesquecível. A brincadeira era aquela do "Vira! Vira!". Foi burrice, eu nunca havia bebido antes e aqueles caras não hesitaram nenhum segundo em virar o galão de vodka na minha cabeça. Depois de termos tomado um banho de bebida, eles nos jogaram para fora.

Observo Hinata por alguns segundos, ela colocou as coisas no chão e permaneceu em silêncio, apenas ouvindo minha história. Os lábios púrpura se puxaram numa fina linha.

— Eu achei que Toneri e seus amigos foram filhos da 'puta naquele dia — disse.

Engoli em seco.

— Você viu aquilo?

Negou suavemente.

— Normalmente estou em algum lugar onde posso ficar só, hoje eu pretendia fazer isso até você invadir meu quarto.

Black No. 1 (SasuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora