Nine

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Acordei com uma dor de cabeça terrível, minha vontade de sair da cama é quase zero. Olhei o celular, a bateria estava no vermelho e já era pra eu ter levantado faz quinze minutos. Fechei os olhos por alguns segundos até que me dei conta de algo: Se ficar em casa, terei a incrível companhia do meu pai.

Levantei indo direto para o banheiro.

Escovei os dentes; penteei o cabelo e os prendi num coque; tomei um remédio que esqueci ontem a noite aqui e entrei debaixo da água morna do chuveiro. Olhava para meus pés descalços enquanto deixava a água cair em minhas costas. Sinto algo estranho dentro de mim, algo que há anos fora embora: o silêncio. Porém este é diferente do silêncio que me escondo, daquele que escolhi. Este está em minha mente.

Terminei o banho e entrei no closet, vesti a lingerie preta e coloquei uma calça jeans preta, uma camiseta de banda e uma jaqueta de couro preta. Terminei com um coturno de salto alto e deixei os cabelos soltos. Fiz meu tradicional delineado gatinho e passei um batom preto. Peguei a mochila e coloquei o celular, carregador, cigarreira e o isqueiro e sai do quarto.

Ainda bem que não encontrei ninguém no caminho até a cozinha. Lá, ignorei a comida e enchi a xícara de café. Nos minutos que permaneci ali, ninguém apareceu e também não os encontrei quando fui até a garagem.

Esperei a porta estar aberta para pisar no acelerador, porém, parei no portão aberto.

Meu pai balançou a cabeça, estava parado próximo ao seu carro com uma pasta em mãos.

— Você como sempre atrasada — disse ao se aproximar.

— E você como sempre esquecendo algo — respondi abrindo o porta luvas e tirando minha luva de couro e um óculos de reserva.

Ele sorriu debochado.

— Pelo menos não estou atrasado.

Mostro-lhe a língua, o que o fez soltar uma risada baixa. Coloquei as luvas.

— Mais uma coisa, ontem a Ino me mandou mensagem, estava procurando você. — Ele arqueou uma sobrancelha. — Falei para ela que você estava com aquele menino, Sasuke.

Dou um sorriso amarelo e coloco os óculos.

— Falo com ela depois. Tenha um bom dia, pai. — Não escutei a resposta, pois passei pelo portão e sumi ao virar a rua.

Coloquei um rock calmo e isso melhorou um pouco meu humor. A viagem até a escola teria sido mais rápida se eu tivesse pegado o caminho de dez minutos, porém peguei o de vinte e sinceramente, queria que tivesse levado mais tempo.

Estacionei no lugar de sempre, o mais afastado possível e antes de sair, desliguei o motor, o rádio e acendi um cigarro. Peguei o celular da bolsa que estava desligado. Ótimo. Joguei as luvas no porta-luvas, o celular na bolsa e sai do carro caminhando com passos lentos para que o cigarro chegasse ao fim. Assim que abri a porta da sala, Shikaku me encarou cerrando os olhos.

— Qual a desculpa de hoje? Se perdeu? Dormiu demais? O pneu furou? — perguntou cruzando os braços.

Mordi a bochecha por dentro.

— Sem desculpas hoje.

— Oras, queria ver sua criatividade. — Voltando para o quadro, ele resmungou: — Sente-se logo.

Ignorando os olhares curiosos, coloquei a bolsa na mesa e sentei empurrando a mesma que fez um barulho arrastado. Coloquei os óculos no alto da cabeça e arrumei os materiais na mesa. Enquanto tentava manter a atenção no professor, escuto um Hey sussurrado em minha orelha. Foi algo idiota, simples, mas mesmo assim me arrepiou da cabeça aos pés.

Black No. 1 (SasuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora