Black No. 1 (SasuHina)

Ten

Sábado de manhã

Deitado olhando para o teto, eu não tenho nada de especial para fazer. Terminei minhas lições ontem mesmo, não tenho nada marcado com ninguém, então posso tirar um momento de folga. Porém minha mente não tira cinco minutos de folga. Não, e tudo isso é por causa de Hinata.

A última vez que a vi foi naquele café na segunda-feira.

Por mais que Hiashi tenha comparecido para falar com Minato, dizendo que sua filha está sendo um caso perdido, e que irá atrás dela fazendo-a se explicar, isso foi quarta-feira e ela não apareceu.

Só Kami sabe o quanto estou preocupado, quantas mensagens mandei perguntando se ela está bem e onde está. Ela não me respondeu. Não sei nem se viu já que usa aquele whatsapp modificado. Eu nunca mantive meu celular tão perto quanto nestes últimos dias, ansioso para receber uma mensagem sua.

Por qualquer que seja o motivo, eu não a culpo.

Não a culpo se sumiu por causa da escola, de sua casa ou até mesmo de mim. Hinata pode ter aquela personalidade para esconder algo ou apenas porque aquele é seu jeito. E independente disso, eu a acho maravilhosa.

Uma batida na porta me fez sentar na cama. Resmunguei um 'entre' e Itachi colocou a cabeça para dentro.

— Irmãozinho, tem uma loira gostosa te chamando lá fora. — Levantei num salto calçando os chinelos. — Não sei o que você fez, ela parece querer te matar.

Passei por ele e antes de virar o corredor escutei sua voz zombeteira:

— Caso ela te mate, quebro a parede do seu quarto para aumentar o meu.

— Cale a boca! — retruquei batendo os pés até a porta e abrindo-a.

Ino estava mesmo com uma cara de quem me mataria. Antes que cruzasse a porta, ela me puxou pela camisa até estar a centímetros de sua carranca raivosa.

— Uchiha, o que você fez com ela?!

Olhei rapidamente para dentro apenas para confirmar que ninguém estava ali e fechei a porta arrumando minha camisa agora amassada. Preciso levar ela pra outro lugar antes que isso me dê dor de cabeça.

— Por favor… Vamos por aqui, será melhor para conversar.

— Me diga, cadê ela?

— Ino, vamos por aqui.

Ela me fuzilou com o olhar antes de andar pelo caminho de pedra que levava até o lado da casa. A acompanhei para o mais longe possível; o balanço velho que eu e meus irmãos brincávamos há anos atrás.

— Agora me responda, eu soube que você foi a última pessoa que a viu.

Suspirei abaixando o olhar para os pés e contei boa parte daquela segunda-feira.

— Eu também estou preocupado, ela não me respondeu nenhuma vez e não sei o que fazer.

Ino que escutou tudo em um silêncio estranho vindo dela, suspirou puxando os cabelos para trás.

— Diga-me uma coisa, bonitinho, você gosta mesmo dela?

— Sim, eu a amo — respondi levando a mão até o coração.

A loira riu com escárnio.

— Amor, em? Bom, Hinata está mesmo precisando de amor na vidinha dela.

Arqueei uma sobrancelha.

— Não importa… O que quero saber é se você está mesmo disposto a encarar algo com ela. Hinata não é uma pessoa fácil de se lidar, mas quando pega o jeito, ela se tornará o melhor ser humaninho.