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- Rafe Cameron -

Eu criei algumas conspirações malucas aonde tenho certeza que Merliah Brooks é uma deusa da mitologia que se perdeu na história há muito tempo e foi esquecida, ninguém sabe suas origens e seu exato poder mas sabem que ela é a deusa mais forte de todas. Pode parecer loucura mas pra mim faz muito sentido já que ela foi a única com coragem de me dar o melhor conselho em 19 anos, agora graças a sua sabedoria estou me desvinculando do pesadelo da minha vida, nada mais me prende ao meu pai quando Jessica do RH da empresas Cameron's me entrega minha ficha de demissão, não preciso mais aguentar seus sermões, nem acatar suas ordens, sou um homem de 19 anos, maduro o suficiente pra fazer minhas próprias escolhas e sei como será bom pra mim ficar longe dessa família.

Aproveito que meu pai não está na empresa hoje, faço a limpa em meu escritório recolhendo todas minhas coisas, apago arquivos do meu computador e mando e-mail para todas as concorrentes da empresa do meu pai, estou confiante que liah está certa e que logo terei um emprego novo e muito melhor, não me sinto pesado como antes, parece que acabei de me libertar das correntes dessa família tóxica e desse pai desnaturado.

Rafe: estou no escritório finalizando algumas coisas, talvez eu chegue tarde, quer algo do mercado?

Liah não me responde, provavelmente esteja de fones de ouvidos trabalhando em suas músicas por isso não viu minhas mensagens então não me preocupo em ligar, na saída encontro alguns colegas de trabalho que me abraçam e dizem que vão sentir minha falta na empresa, entro no carro e checo meus e-mails mais uma vez antes de dar partida, talvez eu esteja sendo ansioso demais mas sempre tive medo de não ser suficiente para conseguir um emprego sem ajuda do meu pai, ser rico e estar em uma família influente é bom mas não quando isso acaba com sua saúde mental. Dou partida, são 19:00 da noite, demorei mais que o previsto e fico confuso ao ver que liah não me respondeu ainda, não levarei nada do mercado, caso ela queira eu vou buscar mais tarde, estaciono o carro, carrego as caixas até dentro da casa e estranho estar tudo escuro

— LIAH? Eu cheguei! — coloco minhas coisas sobre a bancada — Se vai me dar um susto a hora é agora, são 19:30 você não está dormindo

Fico em silêncio pensando se liah já está no andar de cima em seu quarto dormindo mas vejo a luz do deck acessa e quando paro de andar, a madeira abaixo dos meus para de ranger deixando tudo silencioso e consigo ouvir o baixo choramingo, corro até o deck então a encontro, encolhida sentada no chão sendo esmagada pelas poltronas ao seu lado, abraçando as pernas e escondendo o rosto entre elas, tem cascos de cervejas a sua volta, todos vazios, uma garrafa de whisky pela metade e uma garrafa de vodka jogada no chão também acabada, as mesmas bebidas que estavam cheias antes de eu sair de casa, provavelmente iríamos abri-las pela noite para comemorarmos o meu desvincular do merda do meu pai mas imagino que algo muito ruim tenha levado merliah a abri-las e deixá-la neste estado tão desesperada.

— DJ, oque aconteceu? — me ajoelho em sua frente preocupado

Ela levanta o rosto lentamente e sua cabeça tomba para o lado deixando nítido sua falta de controle, está completamente bêbada, oque é previsto se ela bebeu tudo isso a sua volta sozinha, tem olhos inchados, o rosto vermelho e encharcado em lágrimas que não param de cair nem por um segundo

— Merliah...a Deus...— a puxo para meus braços, preciso arrasta-lá já que está molenga e pesada pelo álcool — Oque houve? — ela abraça meu pescoço e chora, soluça, é amedrontador seu desespero

— Liah...por favor, se você não falar eu vou achar que algo aconteceu — como minha cabeça funciona normalmente, penso o pior, talvez alguém tenha invadido a casa e a machucado, talvez tenham entrado e a drogado — Liah, quer que eu chame a polícia? —

BEST FRIEND'S (Rafe Cameron,John B Routlegde & JJ Maybank)Onde histórias criam vida. Descubra agora