25🧧

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Já fazia duas horas que estávamos discutindo como iríamos fugir, se for levar em conta tudo que ele me disse a respeito desse terreno, não vamos conseguir sair daqui nunca.

Pelo que me parece, além de seguranças, tem snipers em cima de uns morros que ficam a poucos quilômetros daqui. Com isso se torna realmente impossível uma fuga.

- É melhor você ir dormir, se ficarmos pensando nisso vamos enlouquecer. - Inui se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

- Mas eu preciso pensar nisso, não posso ficar aqui. - respondi me dando por vencida e indo procurar o quarto. O garoto me seguiu até o mesmo.

Me deitei na cama enorme que havia ali e Inui armou uma rede pois eu pedi para que não me deixasse sozinha. Segundo ele, talvez seu pai venha amanhã nos ver novamente.

- No final vai dar tudo certo, você verá. - ele disse e eu me aconcheguei na cama. Eu espero que esteja certo, já estou morrendo de saudades do chifuyu e do nahoya.

Mumurrei alguma coisa aleatória antes de pegar no sono por completo, tomara que amanhã a gente consiga ao menos uma forma segura de escapar desse lugar.

Ao amanhecer acordei atordoada com um sonho que tive na madrugada, nesse sonho eu estava de volta naquele dia em que minha vó morreu e minha mãe me bateu bastante, mas o que aconteceu de estranho foi que ela disse uma frase bizarra e em seguida me deu um tiro na barriga.

"Nos veremos em outra vida, nem mesmo seu namorado bandido poderá salvá-la do que tenho reservado para você."

Lá seu rosto estava tão aterrorizante que com certeza vou sonhar com ele por muitos dias, suas mãos estavam ensanguentadas e o corpo da minha vó estava no pé da escada como se houvesse sido empurrada. E mais um detalhe, chifuyu não estava comigo lá, só era eu, ela e minha avó morta.

Estava suando frio em cima da cama, olhei para a rede e estava vazia, provavelmente Inui levantou mais cedo para fazer algo. Fui até o banheiro e tomei um banho, em seguida procurei algo para vestir e realmente havia um closet cheio de roupas lindas tanto femininas quanto masculinas.

Para minha surpresa, ao escolher a roupa que eu iria usar, notei ser a mesma que minha vó estava usando no sonho, um vestido preto com alguns girassóis na borda. Nunca fui a louca dos sonhos que acha que sempre há um significado por trás de tudo, mas agora confesso que estou assustada por esse sonho estar sendo mais real do que o normal.

Desci as escadas procurando por Inui, rodei todos os cômodos que eu conhecia da casa mas não o encontrei. De repente ouvi vozes vindo de um cômodo específico, o escritório. Bati três vezes na porta e esperei por uma resposta.

- Pode entrar. - sem dúvidas essa era a voz do pai de inui, parece ele veio nos visitar bem cedo mesmo.

Quando entrei, não notei de cara que havia uma mulher ali. Me sentei na cadeira e na hora que meus olhos bateram nela tudo ao meu redor começou a girar. Aquela era minha mãe, sim, disso eu tenho certeza.

Demorei alguns segundos para voltar pra vida real, aposto que meu subconsciente viajou o mais longe possível pois eu não queria e nem esperava vê-la até o meu último dia de vida. É incrível como tudo pode sempre piorar cada vez mais, nunca posso ficar em um ponto onde nada é muito ruim ou muito bom.

- S/n? - ouvir a voz dela me causou um arrepio em todo o corpo, era a mesma de sempre e dessa vez havia bem mais daquele tom de superioridade.

- É ela, amor. Nossa nora. - o homem não pareceu notar que a mulher me conhecia, inui me olhava confuso, com certeza não está entendendo nada dessa minha reação. - Essa é Mina Teruhashi, minha esposa. - ele apontou para a mulher e em seguida deu um sorriso.

Ela ainda me olhava como se estivesse vendo um fantasma, eu não falaria nada até que ela dissesse quem eu sou para eles.

- Quanto tempo, querida filha. - deu um sorriso e logo despertou a curiosidade dos dois homens ali presentes. - Pessoal, essa é minha filha que me abandonou para morar com um traficante. - senti um ódio imenso tomar conta do meu corpo, não é possível que ela não tenha mudado nem um pouco, nem sequer se arrependeu.

- Uau, essa foi uma surpresa e tanto. - Roberto, pai de inui, disse com um sorriso de orelha a orelha. - parece que seremos uma família completa, literalmente. - Eu queria fugir dali, se eu pudesse ou tivesse a mínima coragem, provavelmente sairia matando todo mundo.

Do nada senti uma falta de ar, talvez fosse uma crise de ansiedade ou apenas estivesse tão zangada ao ponto de não conseguir respirar.

- S/n, você está bem? - inui veio correndo até mim ao notar, seus braços me envolveram gentilmente e ao sentir aquele carinho e segurança finalmente voltei a mim. - Me deu um susto. - disse suspirando fundo.

- O amor jovem é algo tão lindo de se ver. - mina disse observando toda aquela cena com aquele sorriso ridículo estampado no rosto. - Me diga, o que fez você parar de gostar daquele bandido? - perguntou me encarando ansiosa pela resposta.

- Não sei, talvez o fato do seu marido de merda ter me sequestrado. - falei perdendo toda a paciência que me restava, eu não sabia lidar de jeito nenhum com essa mulher.

- Que pena, me conte como foi todo esse tempo com seu namoradinho bandido. - era incrível como ela conseguia ser mais escrota do que já era, eu queria simplesmente dar um tapa na cara dela.

Eu não iria responder, não tinha cabeça o suficiente para continuar um diálogo com ela.

- Já chega, você não cansa de ser inconveniente? - inui tomou a palavra a encarando com uma raiva aparente.

- Inui, seu pai me disse que vocês tranzaram... - ela o olhou sugestiva, por que isso era relevante agora? - bastou isso para que se apaixonasse por ela? Caramba s/n, você carrega um tesouro valioso entre as coxas! - disse eufórica, eu sentia ânsia só de ouvir sua voz. - Foi assim com aquele trombadinha do chifuyu. Minha filha é experiente, aliás, não podemos esperar menos de uma prostituta. - ao terminar a frase a única coisa que escutei foi um barulho de tapa ecoando pelo cômodo, inui havia dado um tapa na mulher.

Comemorei silenciosamente o ato do garoto, ele acabou de realizar minha maior vontade do momento.

- Mais respeito ao falar da s/n, ela é mais mulher do que você jamais vai conseguir ser. - seu tom de voz estava sério e grave, deve estar com muita raiva para falar desse jeito.

Eu estava rindo por dentro, alguém por favor dê um prêmio para esse garoto.

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𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, nahoya kawataOnde histórias criam vida. Descubra agora