Capítulo - 3

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  O dia correu rápido e hora ou outra conseguia ver o Jacob soltando um sorriso, isso quando não estava fugindo da Wanda. Quando paramos para almoçar podia sentir ele um pouco mais leve, o que me fez pensar que talvez eu estivesse realmente ajudando no fim das contas e por mais que não quisesse, estava gostando.

  — Obrigado por hoje. — Soltou no caminho de volta para casa. Encarei ele por um minuto com as sobrancelhas franzidas.

  — Imagina.

  — Foi legal, conhecer os vendedores e pescadores, em alguns momentos eu nem pensei nela... — Deixou que a voz fosse morrendo e não ousou tocar no nome da Renesmee.

  — Okay... Que bom que gostou! — Voltei meus olhos para a estrada e voltamos ao silêncio cômodo de antes. Parei na entrada para a garagem e esperei que ele descesse, a casinha vermelha estava toda apagada. Ele ficou parado ao lado da porta, aguardei mais um pouco, mas ele não andou. — Se não quiser ficar sozinho pode vir comigo. — Esse foi um desses momentos em que você não quer dizer, mas diz assim mesmo por educação e se arrepende logo em seguida.

  Lá se vai seu momento, sozinha Leah.

  — O que você costuma fazer? — Ele perguntou alguns minutos depois de já estarmos na minha cozinha.

  — Como assim? — Perguntei revirando a porta da geladeira atrás de um número de comida.

  — Quando você não está trabalhando ou quando não está na ronda...

  — Bom, basicamente aprecio o meu tempo, sozinha, passo longas horas assistindo séries, desde ação até fantasia, todas sem descriminação alguma. Faço skin care mesmo que não precise e coisas desse tipo. — Respondi sentando na cadeira de frente a ele. — Por que da pergunta?

  — Nada não... — Respondeu de forma vaga e pensativa.

  — Pode falar. — Incentivei que ele dissesse o que estava em sua cabeça, afinal, uma hora ou outra eu acabaria vendo.

  — Você não sai? Para beber uma cerveja, dançar, conversar, beijar na boca talvez? Não sei... Se divertir como todas as outras pessoas da nossa idade. — Soltou enfim, olhando para os dedos que tamborilava no tampo da mesa.

  — Bom, prefiro estar sozinha, a minha companhia passou a ser tudo o que eu mais precisava e também não consigo mais confiar o suficiente nas pessoas para deixar que elas entrem na minha vida, mas às vezes saio, às vezes me levo ao cinema e me pago uma cerveja... — Peguei um número de uma pizzaria e me sentei de frente para ele na cadeira. — Eu pulo a parte do beijar na boca. Respondido às suas questões? — Ele fez que sim e novamente estávamos em silêncio, voltei minha atenção ao número do delivery que discava. A noite correu assim, em sua maior parte no silêncio, pedi a comida, que não demorou muito até chegar e retornei a assistir à série que assistia antes de sair de casa, dessa vez com o Jacob ao meu lado, jogado na poltrona que costumava ser do meu pai, em alguns momentos ele questionava quem era um ou outro personagem para tentar entender a trama.

  Obriguei-me a levantar depois de três ou quatro episódios, para tomar banho, fui atrás de roupas para mim e para o Jacob também. Achei um moletom velho do meu pai no fundo da gaveta da minha mãe e tinha o nome do meu pai na etiqueta, automaticamente me veio alguns momentos em que estávamos juntos e ele vestia aquela peça. Meu coração perdeu uma batida.

  — O que foi? — Questionou o Jacob no batente da porta do quarto da minha mãe, e só depois percebi que encarava o pedaço de pano e sorria.

  — Essas calças eram do meu pai... Pensei que não teria mais nada dele por aqui, mas parece que minha mãe guardou essas calças. — Respondi esticando a peça na direção dele e me levantando para sair do cômodo.

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