CAPÍTULO 6: Dentro das muralhas

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Acordei em uma cama extremamente confortável e cheirosa, devia ser a melhor cama que eu já havia dormido em toda a minha vida. Eu estava em uma sala branca do chão até os utensílios médicos na mesa ao meu lado, gi estava deitado na cama do outro lado da sala cochilando tranquilamente. Uma porta se abriu em duas partes sozinha e de lá 5 pessoas surgiram, era Louis acompanhado de Duda e logo atrás Jonas, Pedri e Gaspar em seus uniformes futuristas e militares das F.E, Louis veio em minha direção e disse surpreso:

- Olha só quem está acordado!
- Bom dia bela adormecida - disse Jonas.
- Oi gente, é bom ver vocês também. - disse enquanto se posicionavam em volta da minha cama.
- Três dias te deixaram mais feio ou é impressão minha? - Gaspar comentou rindo. - Ok, ok, não tem graça foi mal.
- Eu apaguei por três dias?! Por que ninguém me acordou?
- Tentaram mas você não acordou, estava em sono profundo. Pensei que tinha morrido mas seus sinais vitais estavam normais, você simplesmente queria dormir. - disse Duda chamando atenção de todos á sua volta.
- Que foi merda? Eu sei falar, só falo quando quero.
- Bem eu posso ter virado a bela adormecida por algum tempo mas o que eu realmente quero saber é, como diabos vocês três estão vivos?
- Eu conto o que aconteceu, pode deixar pessoal. - Disse Gaspar com uma voz firme digna de um comandante militar. - Após a explosão eu acordei embaixo de um carro perfurado por um poste, não sei como mas eu estava vivo. Jonas e Pedri me encontraram em seguida e fomos procurar por vocês mas, só existia pilhas e pilhas de corpos a onde quer que olhassemos. Aquela imagem não sai da minha cabeça até hoje.

- Da minha também. - interrompi dizendo.
- Eu também.
- Sim, estamos todos fudidos da cabeça. - disse Jonas enquanto sentava em uma cadeira ao canto da sala.
- Bem, depois disso vagamos por aí. - continuou Gaspar. - Andando como almas sem corpos à procura de alguém ou alguma coisa, até que, achamos. Um caminhão com sobreviventes e soldados em sua volta nos acharam e levaram para a base central onde estavam levando todos que achavam e, bem, muita coisa aconteceu depois daquele dia. Um ano depois nos escrevemos nas forças militares a fim de subirmos de vida junto da nova cidade que agora se chamava Cardano, o Minério estava ajudando com novas tecnologias ultra avançadas para aquele tempo e situação, era incrível ver como o governo conseguiu contornar toda aquela situação em apenas um ano, tornando Cardano um centro de poder e riqueza. Dois anos depois entramos para a TK-66 no esquadrão da capitã Alyssa, foi ela quem nos selecionou e trouxe até aqui e bem, foi isso.

Um silêncio insurdecedor pairou no ar até que disse com um sorriso no rosto:

- Olha dane-se o que aconteceu, estou feliz de estarmos juntos novamente pessoal.
- Eu também... - Pedri dizia enquanto chorava. Por fim eu e meus quatro amigos finalmente nos abraçamos.

Depois do abraço Alyssa apareceu na sala, ela estava vestindo sua armadura e katana que usava quando me resgatou, porém, era possível ver seu rosto. Possuía traços lindos e olhos mais verdes que a mais viva floresta, seus cabelos eram longos de um lado da cabeça enquanto do outro lado, era raspado com uma cicatriz que começava em seu olho esquerdo e acabava em sua têmpora. Por alguma razão aquilo a deixava ainda mais linda. Disse então aos seus três soldados:

- Estamos sendo chamados para proteger a muralha. Pelo o que parece aquelas criaturas estão tentando entrar na cidade de todas as formas possíveis e não deixaremos que isso aconteça. - ela olhou para Gaspar com um tom sério em seu rosto. - Subcomandante Gaspar, irá me acompanhar na desefa da muralha Norte onde os ataques estão sendo concentrados. Soldados Pedri e Jonas vão para os esgotos.
- Esgotos? Como assim? - interrompeu Jonas irritado.
- Sim, esgotos. Segundo informações alguns deles estariam lá procurando uma forma de subir até a cidade, a missão de vocês é impedir que isso aconteça. Elimine todos.
- Sim, Capitã!

Então os três saíram da sala rumo às suas missões.

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O Dr.Kendrics era um homem mei baixinho com um cabelo dividido no meio e já de meia idade, barriga saliente e um bom coração. Era um bom homem. Ele apareceu logo que eles saíram da sala para ver como eu estava e aparentemente eu estava muito bem, conseguia levantar e andar já, o que era ótimo. Fomos acompanhados por ele até o centro de Cardano, era lindo e cheio de vida ao contrário da antiga cidade, seus edifícios eram tão grandes que meus olhos não conseguiam determinar a onde era o fim de cada um, veículos voadores passavam por minha cabeça transportando famílias e homens de negócio, parecia que o fim do mundo não havia se quer acontecido ali. O que se destacava era o Oftren, um gigantesco círculo bem no meio da cidade e era era o centro de energia de toda a cidade, o coração de Cardano. Seu nome veio em homenagem a Howard Oftren, o seu criador e fundador da cidade que veio a falecer meses depois de causas desconhecidas.
Ao longe identifiquei uma silhueta feminina com um ar poderoso e ameaçador se aproximando. Logo notei que era Emília Wilson, governadora de Cardano e estava prestes a apertar minha mão.

- Olá T.J, é um prazer conhecê-lo! Soube que é amigo dos meus melhores soldados. Acho que você me conhece afinal, sou a governadora de Cardano.
- Acho que já vi seu rosto em um cartaz que estava pichado. Emília Wilson né? - disse para ela enquanto apertava sua mão.
- Isso mesmo, vejo que vocês Croks continuam com seus mesmo hábitos de selvageria de sempre. Fantástico! - disse ela com um sorriso forçado em seu rosto. - Creio que ainda não te falaram que vocês 4 junto daquele seu amigo com uma mordida no ombro são os únicos sobreviventes da antiga cidade.
- Que merda você tá falando?! - disse Louis.
- Que linguajar mais inapropriado meu jovem! Isso mesmo que você ouviu, aquelas criaturas exterminaram toda a população, menos aqueles que foram transformados em um deles. Deram que nós salvamos vocês.
- A capitã Alyssa e seu esquadrão foi quem nos salvou. - disse grosseiramente para ela.
- E quem você acha que os financia garoto? Eles podem ser independentes do exército mas sou eu quem enche eles com armas, armaduras e veículos de última tecnologia. Sou eu quem mantém esse lugar vivo. Sou eu a quem você deve agradecer por estar vivo, moleque. - disse Emília Wilson em um tom ameaçador e assustador. - Agora diga obrigado.
- Obrigado.
- Assim está bem melhor! Já que estamos apresentados eu me despeço de vocês agora, bem vindos a Cardano!

E assim ela saiu com um grupo de homens com ternos brancos em direção ao prédio central.

Pedri morreu heroicamente salvando a todos naqueles esgotos ao se sacrificar. Jonas e Pedri procuravam por Morphens nos esgotos da cidade com um esquadrão de militares para apoio, ao todo eram 15 homens armados com armas letais e dois deles altamente treinados para 100% de eficiência em suas missões. Foram surpreendidos perdendo 7 homens em menos de 3 minutos após o ataque, seus ataques serviram apenas para eliminar algumas das criaturas e atrasar outras. Jonas ordenou que recuassem imediatamente, mesmo sabendo que seriam seguidos pelos monstros até o fim, então, Pedri teve a ideia de usar uma C-4 para explodir o corredor que estavam e impedir a passagem. Armou a bomba e correu para a saída onde Jonas o esperava no pé da escada, o que ele não esperava era ter seu pé puxado com a boca de um Morphem enquanto seu corpo era perfurado por garras afiadas. Olhando para Jonas ele disse sua última frase com sangue em sua boca, "foi mal cara." A explosão foi certeira fechando a passagem e levando sua vida.

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