Seis meses depois...
Estacionei a vespa e guardei o capacete dentro da moto o mais rápido possível correndo entre as pessoas na rua e me desculpando por todos os esbarrões que ocasionava. Olhei mais uma vez o relógio, atrasado três minutos, mas já considerava terrível o suficiente.
Adiantei os passos e aproveitei o casal passando pela porta para atravessá-la sem precisar parar para abrir. O cara reclamou e gritei um pedido de desculpas no mesmo instante, logo me voltei para frente e me choquei com outra pessoa, agora visualizando a pipoca voar para todos os lados e o refrigerante banhar nossos corpos. Ela caiu sentada no chão e ainda consegui me manter em pé pelo pouco de equilíbrio que me restou.
—Droga, me desculpa, sério, eu não vi para onde... — parei de falar no mesmo instante.
—Por que estava correndo tanto?
—Vamos perder o filme — falei, ajudando Brooke a ficar de pé.
—Finn, ainda temos dez minutos — olhei para o relógio, talvez ele esteja adiantado, o que é péssimo, porque significa dizer que derrubei pessoas à toa — Preciso comprar mais pipoca e refrigerante.
—Foi mal — rimos, tirei a carteira do bolso de trás e dei o dinheiro para ela comprar.
—Vou me limpar no banheiro e te encontro no balcão.
Ela assentiu e cada um foi para um lado.
O ruim da pipoca com manteiga, era que não havia como limpar a manteiga no banheiro de um cinema apenas com sabão de péssima qualidade e um secador para mãos em nível médio. Logo, eu ficaria escorregadio pelo tempo que chegasse em casa para colocar a roupa para lavar.
Bufei e desisti de organizar a bagunça em mim e sai do banheiro, ainda esfregando o papel toalha na calça encharcada pelo refrigerante. Joguei o papel no lixo mais próximo e parei de andar ao ver Brooke inclinada para frente no balcão de pedidos, apontando para os chocolates na pequena vitrine e sorrindo, enquanto o inesquecível Tyler O'Brien estendia um dos seus favoritos, junto a um papel.
Ele estendeu a pipoca grande e um refrigerante.
Ela agradeceu e acenou antes de pegar as coisas.
Seus olhos encontraram os meus e dei as costas.
O oxigênio do lado de fora era mais fresco e meus pulmões passaram a arder menos quando puxei o ar com força, era uma sensação familiar. Era a droga da mesma sensação.
—Finneas — chamou ela, eu neguei ainda andando em direção a vespa — Finneas!
—O que? — gritei sem querer, e ela parou com a expressão assustada — Desculpa.
—Por que está indo embora?
—Por que acha? — ri, incrédulo — Nada mudou, não é, Brooke?
—O que isso quer dizer?
—Você. Tyler. Essa ideia idiota que você tem sobre relacionamentos.
—Por que está dizendo isso? — indagou, confusa.
—Vi vocês dois lá dentro — apontei ao cinema — A maneira como estavam. Ainda está dormindo com ele?
—Que idiotice, Finneas — disse, irritada — Não estou dormindo com porra de ninguém.
—Claro, claro — ri, passando a mão no rosto.
—Estou falando sério — disse — O cara trabalha aí, eu não sabia, há anos não sei de Tyler e nos reencontramos, o que não quer dizer nada. Ele estava me vendendo o que pedi, só isso.
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The roses that did'nt bloom before
RomanceQuando as divergências começam a surgir em suas vidas, Finneas e Brooke sentem que não há nada que possam fazer para continuar juntos. O significado de amor muda de acordo com quem o segura, seja na cabeça ou no coração, e o mesmo acontece com o pas...