❦︎ capítulo 25 ❦︎

238 35 15
                                    

Entro na sala de Lili como um soldado invadindo a praia na Normandia. Ela está em sua mesa escrevendo apressada no seu bloco de notas.

– Voltei. Sentiu saudades?

Ela não olha para cima.

– Desesperadamente.

Sarcasmo é o mecanismo de defesa mais antigo que existe. Eu continuo.

– Sabia que estava te ganhando. O que me fez levar vantagem? Irmã B.?

Lili se afasta da mesa e cruza as pernas. Ela está usando sapatos novos. Não tinha reparado antes. Sapato boneca preto com salto alto e uma tira no tornozelo. Bom. Deus. Eles são a combinação perfeita de sensual e meigo. Doçura e sexo. E meu pobre e omisso pau se convulsiona quando imagino todas as coisas fantásticas – e semi-ilegais – que eu poderia fazer com ela naqueles sapatos.

Nunca tive um fetiche, mas estou pensando em começar a ter um.

A voz de Lili me afasta de meus pensamentos impuros.

– Não. Foi a visita da sua irmã, na verdade. Sutileza não existe na sua família, não é?

Oh-oh. Estava com medo disso.

– Alexandra tem problemas psicológicos profundos. Ela é instável. Você não devia se importar com o que ela diz. Ninguém na minha família se importa.

– Ela parecia completamente lúcida quando esteve aqui.

Eu encolho os ombros.

– Doença mental é uma coisa complicada.

Seus olhos piscam, cheios de dúvida.

– Você não está falando sério, está?

Merda. Sem mentiras.

– Na verdade, ela nunca foi diagnosticada. Mas suas ideias sobre justiça e vingança são loucas. Imagine a Deloris… com uma década a mais de experiência para aperfeiçoar suas técnicas.

O rosto de Lili relaxa, compreensivo.

– Ah.

Sim. Seja bem-vinda ao meu mundo, queridinha.

– Ela me trouxe café – diz Lili. – Posso bebê-lo?

Nós dois olhamos para o copo do Starbucks, desconfiados.

Quando tinha treze anos, leiloei um par de lingerie da Alexandra no vestuário masculino.

Usados. Quando ela escutou alguns boatos, levou numa boa. Nunca deixou que os outros soubessem que ela sabia. Depois ela batizou meu cereal com laxantes que tinham sabor de chocolate. Eu não saído banheiro por uns três dias.

Sei que ela não está planejando algo assim contra Lili, mas mesmo assim…

– Eu não beberia.

Ela acena e afasta o copo.

– O que achou da Mackenzie? Queria muito estar aqui quando você a conheceu.

Seu sorriso é afetuoso e verdadeiro.

– Achei ela maravilhosa.

– Você vai gostar de saber que ela usou sua calculadora comigo, quando a encontrei lá embaixo.

Ela abre um largo sorriso.

– Que bom.

Eu balanço a cabeça e Lili diz:

– Entendo por que Alexandra criou a Jarra do Palavrão, parece que você passa muito tempo com Mackenzie.

– O que quer dizer?

ꨄ︎ 𝐀𝐓𝐑𝐀𝐈𝐃𝐎 ᵃᵈᵃᵖᵗ ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ Onde histórias criam vida. Descubra agora